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Capacitado por Deus

30 set

CAPACITADO POR DEUS

Querer é poder – Voz da Verdade

Há um bom tempo, não sei precisar quanto, começou a surgir e foi ganhando corpo uma imensa insatisfação em mim ao ver inúmeras pessoas dotadas de grande potencial, habilidades e competências agirem como se não possuíssem nada disso. E uma conseqüente inquietação tem me levado a refletir sobre algumas questões que envolvem tanto a vida secular quanto a espiritual, sobretudo esta última.
Muitas vezes, sou surpreendido no trabalho, em casa na rua e até mesmo na igreja por alguns pensamentos e questionamentos que saltitam incansavelmente dentro do meu cérebro, os quais gostaria de compartilhar com você que, talvez, já tenha também sido “vítima” dessa incomodação e dessas reflexões.
Como educador, profissionalmente falando, e como membro do corpo de Cristo tenho convivido há anos com pessoas que ou não fazem nada de realmente significativo em sua vida ou não passam da linha da mediocridade, quando fazem. Outros, porém, produzem aquilo à que se propõem com excelência. Por quê? Será que existem somente fatores genéticos, sociais e culturais que diferenciam as pessoas e seus feitos? Ou existem outros fatores que transcendem os limites do que foi mencionado?
Em se tratando do serviço cristão, da obra de Deus, será que há alguns “queridinhos” que têm prioridade na distribuição dos dons espirituais, habilidades naturais, capacidades e competências? Ou existem outros elementos que promovem essa diferenciação?
Para tentarmos compreender melhor e tirar esses “grilos” ou “minhocas” da nossa cabeça, quero convidá-lo a fazer uma fantástica viagem pelas páginas das Escrituras Sagradas à procura de respostas divinas que nos esclareçam, sanem nossas dúvidas e nos apontem o caminho, se houver, para que também possamos ser excelentes naquilo que nos propusermos realizar.

COMEÇANDO DO COMEÇO

A Bíblia registra que quando o Senhor criou o ser humano, fê-lo à sua imagem, conforme a sua semelhança (Gn 1:26).
Segundo a Pequena Enciclopédia Bíblica O. S Boyer, da Editora Vida, imagem quer dizer “representação de alguma coisa por desenho” e semelhança significa “conformidade física ou moral entre pessoas ou cousas”. Logo, só por essa declaração divina, podemos perceber que há algo em nós que nos diferencia enormemente das demais obras de Deus. Podemos dizer, sem sombra de dúvida, que somos a obra-prima Dele, ou como Ele mesmo declara, somos como a menina dos seus olhos (Dt 32:10; Zc 2:8).
Depois de ter feito o homem, o Senhor disse: “Crescei, multiplicai e enchei a terra” (Gn 1:28; 9:1). Ademais, deu-lhe autoridade para dominá-la ou sujeitá-la (Gn 1:28).
É possível percebermos então pelas declarações do Criador que havia propósitos bem definidos para o homem. Dentre eles o de ser o administrador de toda a criação divina.
Ora, se o Senhor almejava isso para aquele que é sua imagem e semelhança, é evidente que Ele mesmo o dotou der/com atributos que o habilitariam para ser bem-sucedido em sua missão.
Entre esses atributos estão a inteligência, a razão, a consciência, a capacidade de acumular informações e transformá-las em conhecimentos úteis para o bem comum, criar e descobrir e muitos outros.
No entanto, quando Adão e Eva transgrediram a ordem divina, tiveram prejuízos que vão além, muito além mesmo, da perda do direito de viverem no Jardim do Éden e de passarem a serem mortais. Eles entregaram de bandeja a satanás a autoridade que o Pai lhes concedera de sujeitar a terra, de ser senhor de todas as borás da criação. Perderam o rumo. Perderam a unidade com o Criador e entre o próprio casal. Passara a existir a discórdia, o espírito de acusação, o medo, a insegurança, o sentimento de culpa e de fracasso, o egoísmo (cada um queria salvar a sua própria pele), o complexo de inferioridade, pois certamente passaram a se sentir, cada um em particular, mesmo que não assumidamente, um fraco por ter cedido à tentação – só para exemplificar.
As conseqüências negativas disso, como sabemos, foram transmitidas de geração a geração até chegarem a nós e serão deixadas por nós como um legado pernicioso, canceroso à nossa posteridade, caso não tomemos consciência de que em Cristo esse mal tem cura e, por conseguinte, não temos necessidade de conviver com ele e muito menos deixá-lo como uma herança maldita para nossos descendentes.
Como vimos, nem tudo está perdido, já que Deus tem um fantástico plano de restauração, que inclui todas as áreas da nossa vida, envolvendo todo o nosso ser: corpo, alma e espírito.
O Mais maravilhoso é que Ele quer muito que participemos desse projeto, ainda que respeite nosso livre-arbítrio.
Mas quem sabe você diga: “Como? Eu não tenho capacidade. Não sei fazer nada. Não tenho condições para ajudá-lo na execução do seu plano. Nem mesmo na minha vida particular eu consigo me destacar em alguma área”.
Como eu disse há pouco, Deus tem um plano, que é infalível. Caso aceitemos participar dele , Ele providenciará meios e recursos a fim de que se torne possível e uma realidade em nossa vida.

Objetivando entendermos melhor, vejamos exemplos práticos dessa assertiva:

 

         Noé: quando o Senhor se apresentou a ele e ordenou que construísse a arca, creio eu que ele não era um especialista na construção de embarcações, especialmente com aquelas medidas. Pelo menos, não existe nenhum registro bíblico que corrobore ou informe sobre isso. Contudo, ao decidir ouvir Deus e participar do Seu plano, foi agraciado co a competência para construi-la e a fez com excelência. Veja que ela suportou os açoites do vento e das águas e manteve-se intacta apesar do peso que comportava. Ele pôde coordenar a construção, inspecionar cada detalhe, e seguir à risca as instruções divinas. Ele não sabia nem Deus esperava que ele soubesse. No entanto, sua disposição em ouvir e obedecer ao Senhor fê-lo apto e capaz para a realização de tão grande obra.

 

         Abraão: no momento em que recebeu o chamado do Senhor, não tinha condições humanas de ver concretizadas as declarações divinas (Gn 12:1). Todavia, sua obediência e decisão de ouvir a Deus permitiram-lhe tornar-se Fe fato “Pai de uma grande nação”. Observe que a esterilidade de Sara e a idade avançada do casal nõa foram grandes o suficiente para impedir que se tornassem pais. Por quê? Porque, quando nos dispomos a obedecer ao Senhor, Ele, para quem não existem impossibilidades, habilita-nos para a realização de qualquer feito que venha resultar-lhe em glória e em benefício para seus filhos.

 

         Moisés: também se sentia incapaz para executar a ordem divina de dirigir-se a faraó e de tirar do Egito o povo de Deus (Ex 3:11,12). Porém, Deus o capacitou e o usou poderosamente para mostrar ao governante que ninguém pode resisti-lo ou vencê-lo. Ademais, Moisés foi e é considerado o grande estadista bíblico. Mesmo sem nenhuma condição humana plausível, ele conduziu o povo e administrou com sabedoria e mansidão surpreendentes os problemas que surgiram ao logo da viagem, e que não foram poucos nem pequenos (Nm 12:3). 

 

         Samuel : quando ouviu a voz de Deus pela primeira vez, era apenas uma criança de oito anos. Logo, humanamente inabilitada para o exercício de um ministério tão importante, ainda mais em uma sociedade em que  crianças nem tinham voz perante os mais velhos. Só que ao descobrir que era o Senhor que lhe estava falando disse imediatamente: “Fala Senhor, que teu servo ouve”. E, a partir desse episódio, Deus lhe deu todas as credenciais necessárias e quebrou todos os paradigmas e preconceitos existentes e ele pôde cumprir à risca aquilo para que fora incumbido (I Sm 3:1-14).

 

 

         Isaías: sentia-se indigno e incapaz (Is 6:4-8). Contudo, passou a ser um valoroso profeta do  Altíssimo e teve a honra de profetizar sobre a vinda do Messias com tamanha riqueza de detalhes, que é conhecido como o “Profeta messiânico”. E isso ocorreu cerca de 700 anos antes do nascimento do Messias.

 

         Além desses exemplos dados, há outro que considero extremamente importante e que serve de lição e estímulo para todo aquele que quer ser um instrumento nas mãos do Senhor para executar, como Davi (At 13:22), as ordens Dele e cumprir o seu propósito na geração em que viver, tornando-se, assim, uma mulher ou um homem conforme o coração de Deus.

 

         Deus ordenou que Moisés construísse um tabernáculo onde Ele, o Senhor, pudesse manifestar a sua glória no meio do povo (Ex 25:8,9). Era nesse templo móvel que deveria estar a Arca da Aliança, na qual estavam as tábuas da Lei. No entanto, o Senhor não queria que fosse uma construção projetada pelo homem, pois ela representava o verdadeiro templo, não feito por mãos humanas, no qual ele quer habitar definitivamente: o homem (I Co  3:16,17; 6:19,20). Por isso, ele mesmo elaborou todo o projeto, indicou o material que deveria ser usado, que utensílios precisariam fazer para o uso no culto que lhe prestariam a partir de então. 

         Ora, como eles poderiam realizar aquele trabalho tão difícil, cheio de inúmeros e minuciosos detalhes, se não eram mestres, se nunca tinham feito algo semelhante?

         Aqui está o xis da questão. Como? Parece até que estavam numa tremenda saia-justa. Que Deus exigente!

         Querido irmão, estamos chegando ao ponto que pretendo, ao cerne da questão. Por quê? Porque o mesmo que arquitetou tão complexo projeto capacitou-os, a fim de que conseguissem cumprir plenamente todas as determinações divinas. Veja com seus próprios olhos: “Moisés disse ao povo de Israel: O Senhor Deus escolheu Bezalel, filho de Uri e neto de Hur, da tribo de Judá. Deus o encheu com o seu Espírito e lhe deu inteligência, competência e habilidade para fazer todo tipo de trabalho artístico; para fazer desenhos e trabalhos em ouro, prata e bronze; para lapidar e montar pedras preciosas, para entalhar madeira, e para fazer todo tipo de trabalho de artesanato. O Senhor deu a Bezalel e a Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã, o dom de ensinar os outros. Ele lhes deu habilidade para fazerem todos os trabalhos de gravador e de desenhista, para tecerem linho fino e fios de lã azul, púrpura e vermelha e para fazerem outros tecidos. Eles têm habilidade para todo tipo de trabalho e para fazer desenhos (Ex 35:30-35). Bealel, Aoliabe e tosos os outros homens a quem o Senhor deu habilidade e inteligência e que conhecem tudo o que é preciso para construir a Tenda Sagrada, deverão fazer tudo como o Senhor ordenou” (Ex 36:1; ler também 36:2).

 

         Aleluia!!! Que Deus maravilhoso! Ele deu àqueles homens todas as ferramentas de que careciam para realizar aquela fantástica obra: habilidades, competências, dom de ensinar os outros! E assim a construção foi concluída com excelência!

 

         “Mas o que isso tem a ver comigo?” – você pode estar pensando.

         “Tem tudo a ver!” – respondo eu.

         “Por quê?”

         Visto que, da mesma maneira que aquelas pessoas tinham uma obra a realizar, nós, hoje, também temos: a construção do Reino de Deus aqui na terra.

         “Mas eu não tenho capacidade…” – talvez você me diga.

         Concordo. Nem você. Nem eu. Nem nossos irmãos em Cristo. Nem o s profetas. Nem os apóstolos. Nem aqueles homens e mulheres da época de Moisés. Ninguém, finalmente.

         “Então beleza! Se não sei, não preciso fazer nada.” – você me diz.

         Depende. Deus lhe deu o livre-arbítrio. Por conseguinte, você pode escolher se quer ou não participar desse magnífico projeto. Caso não queira, o Senhor certamente respeitará sua decisão. Porém, se tomar a decisão de engajar-se nele, Ele o capacitará, como o fez com aquelas pessoas.

         “Mas foi um fato isolado.” – Quem sabe você esteja pensando ou o maligno, que deseja vê-lo de braços cruzados, está insinuando.

         Mentira! Veja com seus próprios olhos o que o Senhor diz: “Eu sou o Senhor e não mudo” (Ml 3:6).

         Paremos um pouco nesse ponto e reflitamos: Se Deus naquela ocasião capacitou-os para que construíssem algo que era apenas um símbolo ou uma representação, uma estrutura inanimada e transitória, não faria ou fará da mesma maneira ou mais ainda conosco para trabalharmos como seus embaixadores (Jr 49:14; Ob 1; II Co 5:20; Ef 6:20), cooperadores (I Co 3:9; III João 8), bom perfume de Cristo (II Co 2:14-16), testemunhas (Lc 24:46-48; At 1:8; 3:15)?

         É certo que sim! Deus quer que todos nós façamos parte desse estupendo plano. E nessa obra há espaço para todos quantos querem se envolver: evangelização, ministério de louvor e adoração, intercessão,ensino, socorro, pastoreio, administração da parte material, artes (teatro, pintura,desenho, literatura, artesanato, etc, etc, etc…).

         Deus é um ser ilimitado e dinâmico e quer usar todos, com todas as ferramentas possíveis para alcançar as pessoas com as Boas-Novas de Salvação. Basta você querer e ingressar no ministério para o qual se sente chamado e buscar no Senhor a capacitação para pôr em prática o seu serviço cristão.

         Lembre-se de que Deus habilitou aquelas para fazer até mesmo a obra mais engenhosa que surgisse. Portanto, não faria ou fará Ele o mesmo com você e comigo?

   

 

  

 
 

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Uma resposta para “Capacitado por Deus

  1. fredison

    22/03/2009 at 22:47

    sabio e muito muito prudente e`bom saber que ainda a homens assim como o senhor

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