RSS

Arquivo da categoria: Motivação

E se Deus simplesmente não existe?

“Deus está morto!” (Nietzsche)  

          Faz muitos dias que a pergunta do título tem vindo à minha cabeça. Geralmente, ela vem seguida por outros questionamentos, os quais almejo compartilhar com você. No entanto, não digo isso apenas pela força do hábito ou somente para justificar a escrita deste artigo. Ao contrário, realmente corresponde à verdade. Então, entendi que o Espírito Santo quer nos levar a refletir sobre o tema em questão.

     Dada a insistência dessas interrogações, perguntei à minha esposa, e aos meus filhos, grande parte do que registrarei aqui. Afinal, se foi bênção para nós, visto que nos levou à reflexão e ao diálogo, considero que poderá ser para você, sua família e outras pessoas de sua intimidade também.  

     Para início de conversa, preciso dizer que estes escritos não têm a mínima pretensão de ser um tratado teológico e, de fato, não o são. São apenas considerações. E, quem sabe, provocações, as quais poderão contribuir para aproximá-lo ainda mais do Senhor para, assim, desfrutar da companhia dele e de suas copiosas bênçãos.

     Desde os tempos mais remotos, o ser humano sempre tentou se relacionar ou se relacionou com a divindade. Evidentemente, na maior parte das vezes, o fez de modo equivocado, criando seus próprios deuses “à sua imagem e semelhança”, isto é, de acordo com aquilo que sua mente criativa (mas limitada e pecaminosa) pôde compreender*. Desse modo, surgiu aquilo que se chama idolatria, a qual é, terminantemente, proibida por Deus – Êxodo 20:1 ao 6. 

      Outros tomaram a decisão de não acreditar na existência de um Ser Supremo, Criador e Mantenedor de todas as coisas. Nietzsche (1844-1900, filósofo alemão), por exemplo, fez a célebre, mas infeliz declaração: “Deus está morto!”**. Entretanto, ele se foi sem conseguir provar a veracidade de sua afirmação. E, desde então, bilhões continuam a crer que há um Criador e Mantenedor do Universo.

     A partir desse ponto, quero fazer-lhe parte dos mesmos questionamentos que fiz à minha família e torço para que você também os faça aos seus entes queridos:

  • Se alguém decide crer na existência de Deus, que prejuízos pode ter?
  • Se decidir crer, que benefícios terá?
  • Se decide não crer, que perdas terá?
  • Se decide não crer, que benefícios terá?
  • Para alguém afirmar categoricamente que Deus simplesmente não existe, o que é necessário e indispensável?
  • Alguém já conseguiu esgotar todas as possibilidades sobre esse assunto?
  • Diante da resposta à questão anterior, qual é a escolha mais sábia a fazer?

     Fiz tais indagações à minha família em momentos diferentes e sem a interferência de um membro na resposta do outro. Todavia, as respostas foram praticamente iguais. Veja parte delas:

  • Quem optar por acreditar na existência de Deus deixará de “aproveitar” algumas coisas, tais como: sexo descompromissado, bebidas, drogas lícitas e ilícitas, corrupção, fazer aquilo que vem à cabeça sem se preocupar com consequências eternas, não ficar preso a sentimento de culpa, não ser “escravo” de uma religião, e outros semelhantes a estes.
  • Escolhendo crer, terá uma vida de paz interior, evitará muitos problemas de saúde, com a lei, com a justiça, com a família. Porém, o principal de tudo é que desfrutará de uma eternidade com o Senhor: “E esta é a promessa que ele {Jesus} nos fez: a vida eterna” – 1 João. E mais: “Então vocês experimentarão a paz de Deus, que excede todo entendimento e que guardará seu coração e sua mente em Cristo Jesus” – Filipenses 4:7 – Nova Versão Transformadora.

     Veja ainda o que Jesus disse que aconteceria àqueles que decidissem viver de acordo com a vontade do Senhor: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo…” – Mateus 25:34. E, quando questionado por Pedro sobre o que receberiam aqueles que decidiram segui-lo, Jesus Respondeu: “… todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto e herdará a vida eterna – Mateus 19:29. Ou seja: Cristo quis dizer que haverá muito mais benefícios do que prejuízos destinados a quem o seguir.

  • Decidindo não crer, deixará de desfrutar da comunhão e companhia do Pai, de uma vida de paz e, o pior de tudo, não passará a eternidade com o Senhor: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos…” – Mateus 25:41. Já em Marcos 16:15 e 16, o Mestre disse: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a todas as pessoas. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”. Que palavras fortes!
  • Caso tome a decisão de não crer, os “benefícios” serão poucos e temporários. Por exemplo: fazer determinadas coisas que dão prazer carnal, riquezas e status social, mas que poderão ser grandes laços, como diz Provérbios 16:25: “Há caminhos que a pessoa considera corretos, mas acabam levando à estrada da morte” – Provérbios 16:25 – NVT.

     Vale lembrar que muitas dessas “coisas” que grande parte da sociedade considera boas e prazerosas não são vistas com bons olhos ou não são aceitas nem por pessoas que se consideram ateias. Logo, não é algo que os “caretas e fanáticos cristãos” inventaram. Quaisquer indivíduos que buscam uma vida sensata, reta e saudável para corpo, mente, emoções, relações familiares e sociais batalham para viver o mais longe possível dessas “coisas”.  

  • Para um indivíduo bater o martelo sobre esse tema, ou seja, afirmar de forma categórica e irreversível que Deus simplesmente não existe, que é uma criação humana para justificar suas fraquezas ou mesmo ignorância, ele deve esgotar todas as possibilidades de controvérsia ou contestação. Isso significa provar de modo irrefutável que quem se opõe está errado. Então lhe pergunto: “Alguém já conseguiu essa façanha???”. Provavelmente, dirá que não. E estou nessa com você!

Que eu saiba, não há ninguém no mundo que conseguiu esgotar tudo que diz respeito a determinado assunto, seja ele qual for. Sempre existem outros que contribuem para o aperfeiçoamento da descoberta ou do invento. Basta pensar no avião, cujos inventores são o brasileiro Alberto Santos Dumont e os irmãos Wright (pelo menos, para os estadunidenses). Note que após essa invenção muitas coisas foram aprimoradas. E continuam sendo.

Do outro lado da ponte estão aqueles que decidiram crer, a despeito de qualquer coisa. Para exemplificar, basta ler a história de Noé (Gênesis, capítulos 6,7 e 8) e Abraão (a partir de Gênesis 12). Eles tinham tudo para duvidar da existência do Criador, pois as circunstâncias conspiravam contra eles. Entretanto, esses homens tomaram a sábia decisão de crer, e os resultados foram maravilhosos e eternos. O primeiro deu continuidade a espécie humana e o segundo deu origem ao povo de Israel, do qual Jesus é o descendente mais proeminente e ilustre. E mais: eles fazem parte da Galeria dos Heróis da Fé – Hebreus 11.

Sei que estes exemplos estão muito distantes na cultura e no tempo. Contudo, grandes cientistas que fizeram e fazem parte da História por causa de seus grandiosos feitos também creram em Deus, independentemente do que os incrédulos diziam. Veja alguns deles: Nicolau Copérnico (1473-1543), Johannes Kepler (1571-1630), Galileu Galilei (1564-1642), René Descartes (1596-1650), Isaac Newton (1642-1727), Robert Boyle (1791-1867), Michael Faraday (1791-1867), Gregor Mendel (1822-1884), Kelvin (William Thompson) (1824-1907), Max Planck (1858-1947), Albert Einstein (1879-1955) ***. Certamente, você já estudou sobre eles e seus feitos na escola.

 Além desses, que ainda estão distantes da nossa realidade, gostaria de citar Augusto Cury, um médico psiquiatra, professor e escritor brasileiro, famoso pelos seus livros na área de psicologia. Inclusive é o autor da Teoria da Inteligência Multifocal.

Esse homem que, provavelmente, é hoje o escritor brasileiro mais lido no mundo, declara com frequência que era um grande ateu. Por isso, passou a estudar a Bíblia, especialmente a História de Jesus, para desmascarar os cristãos. Mas, quanto mais estudava, mais se convencia de que estava errado. Mesmo aplicando métodos científicos para provar que tudo que os cristãos falavam era uma grande besteira, não tinha como humilhar os crentes. Por fim, foi fisgado por Deus e hoje é um grande defensor da fé no Senhor.   

     Quando lemos os capítulos de 37 a 42 de Jó, encontramos um diálogo de Deus com esse homem. Ele fizera alguns questionamentos e o Criador passou a lhe responder. Como a conversa é muito extensa, vou pegar apenas o capítulo 38:4, onde o Senhor lhe pergunta: “Onde você estava quando lancei os alicerces da terra? Responda-me, se é que você sabe tanto” – Jó 38:4. (Se puder, leia o capítulo inteiro.)

     Evidentemente, Jó não tinha uma resposta satisfatória. Por isso, quando chegamos ao capítulo 42, vemos esse homem reconhecendo sua pequenez, humilhando-se diante de Deus e declarando: “Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram. Por isso menosprezo a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza” – Jó 42:5,6.

     Vale lembrar que no capítulo 1º:1, lemos a seguinte declaração sobre Jó: “Na terra de Uz, vivia um homem chamado Jó. Era homem íntegro e justo; temia a Deus e se afastava do mal”. Mesmo tendo todas essas virtudes, parece-me que ele possuía apenas um conhecimento religioso-teórico do Senhor. Em outras palavras, ainda lhe faltava o mais importante: uma experiência e um relacionamento pessoal com Deus. Certamente foi por essa razão que afirmou já ter ouvido falar, mas que, a partir daquele momento, seus “olhos tinham visto o Senhor”.

     Diante de tudo isso, só me resta fazer algumas considerações:

  • Quando fiz esses questionamentos ao meu filho primogênito, ele disse: “Essa é a Proposta de Bleise Pascal”. (Confesso que não a conhecia.) E de fato está coerente com o que esse homem teorizou. Então, quero usar a mesma linha de raciocínio que Pascal empregou: Se você decidir não crer em Deus, estará correndo o perigosíssimo risco de trocar o que é eterno e infinito pelo que é temporário, efêmero e finito. Mas, caso decida acreditar, trocará o passageiro pelo eterno. O finito pelo infinito.
  •  Quanto a mim, a escolha já está feita: Como não posso esgotar todas as possibilidades para provar que Deus não existe, tomo a firme decisão de continuar crendo, pois não quero tocar a eternidade ao lado do Criador por uma eternidade longe dele. Por isso, sigo a máxima dos judeus: “Mesmo não entendendo, decido obedecer ao Senhor”.
  • Ademais, procuro lembrar-me do que disse Davi, o homem segundo o coração de Deus – Atos 13:22: “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus” – Salmos 53:1. Já que não quero ser um néscio, opto por crer.
  • Talvez você me diga: “Mas eu creio em Deus. Já tive muitas experiências com ele”. Excelente!!! Que tal fazer esses questionamentos às pessoas que você ama, levando-as a uma reflexão, a um autoexame e a uma conversa rica e proveitosa? Assim, contribuirá para o êxito, a felicidade e salvação delas.
  • Quem sabe, você tem servido ao Senhor somente de maneira religiosa, ou seja, apenas seguindo uma tradição, sem se questionar se está agindo de acordo com o que a Bíblia ensina ou não. Há muitas pessoas que, apesar de toda a sinceridade e devoção, exercem sua fé sem fundamentá-la na Palavra de Deus, seguindo apenas o que ensina a tradição religiosa ou o que o líder diz. Por isso, apenas cumprem tarefas ou rituais religiosos, sem nunca se relacionar intimamente com o Senhor como ele deseja: “Eu serei seu Pai, e vocês serão meus filhos e minhas filhas, diz o Senhor Todo-poderoso” – 2 Coríntios 6:18. É assim que Deus quer se relacionar com você e comigo: Pai perfeito e amável e filho.
  • Se você está entre aqueles que não creem em Deus, eu gostaria de, respeitosa e humildemente, pedir que fizesse esses questionamentos a si mesmo. Perguntasse se não está trocando o Eterno Deus e bênçãos eternas por coisas temporárias, fugazes. Caso o faça com sinceridade, veja o que o Altíssimo afirma: “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” – Jeremias 29:13. Observe ainda: “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus. E mais: “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado e salva os contritos de espírito.” – Salmos 51:17; 34:8.

Em Mateus 5:5, Jesus declarou: “Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança”. Em outras palavras, o Mestre estava a dizer que são felizes as pessoas cujo coração é humilde, porque terão uma herança da parte do Eterno Deus.

Um dos sentidos da palavra humildade é “reconhecimento de que não sabe tudo ou não consegue fazer tudo sozinho”. Portanto, talvez seja seu momento de reconhecer e ser humilde o suficiente para dizer ao Senhor que não acredita que ele existe, mas que, se ele de fato é real, se não é uma enganação ou fruto de fanatismo religioso, que se revele de alguma maneira. Afinal, se ele realmente existe, você só tem a ganhar aqui na terra e, por fim, uma eternidade junto com o Senhor.

Sei perfeitamente que não posso e não consigo convencer ninguém de que Deus existe. Na realidade, nem é o meu papel. Conforme disse Martinho Lutero: “Nosso trabalho é levar o evangelho aos ouvidos, e Deus levará dos ouvidos ao coração”. E Jesus ensinou que é o Espírito Santo quem convence e ensina cada um de nós sobre as coisas do Pai – João 14:26; 16:8.  

Para finalizar, incentivo você a ouvir o que Jesus disse a Tomé, o descrente, depois da ressurreição: “Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. Tomé respondeu e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram!” – João 20:27-29. Caso você atenda a esse chamado do Senhor para ser crente nele, haverá ganhos que repercutirão na eternidade. Afinal, como disse a personagem Maximus, do filme Gladiador, é lá que tudo reverbera. Pense nisso.    

Prof. Marcos Araújo

Sugestão de música: Bem Supremo – Adhemar de Campos (Acústico ao vivo)

Sugestão de filme: Em defesa de Cristo (baseado numa história real)

     *Leia mais em: https://super.abril.com.br/ideias/deus-esta-morto-nietzsche/

     ** Livro: O fator Melquisedeque – O testemunho de Deus nas culturas de todo o mundo – Don Richardson

    *** Cientistas que criam em Deus: http://www.monergismo.com/textos/apologetica/cientistas_famosos.htm

    **** Augusto Cury: https://www.ebiografia.com/augusto_cury/   

 

Tags: , , , ,

Senhor, salva-me!

    “Mas, quando [Pedro] reparou no vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” (Mateus 14:30)      

    Criticar Pedro seria muito fácil. Mas andar sobre as águas como ele andou seria muito difícil. Por acaso, você já ouviu falar de outra pessoa, além dele e de Jesus, que fez isso sem nenhum tipo de apoio?

     Considero essa história bíblica uma das mais enriquecedoras e impressionantes. Ela está registrada em Mateus 14:22 ao 36 e ocorreu logo após a morte do profeta João Batista.

     Depois de ser informado desse fato, Jesus foi para um lugar deserto, pois queria ficar a sós. No entanto, descobriram para onde ele tinha ido e uma grande multidão foi aonde o Mestre estava. Aliás, sempre havia muitas pessoas nos lugares em que o Senhor se encontrava.

     Foi nesse dia que Cristo fez a primeira multiplicação de pães. Nessa ocasião, com apenas cinco pães e dois peixes, ele alimentou quase cinco mil homens, fora as mulheres e as crianças ali presentes – Mateus 14:13 ao 21. Em seguida, o Senhor ordenou a seus discípulos que entrassem no barco e fossem para a outra banda, onde ficava Genesaré – Mateus 14:22, 34.

     Quando terminou de despedir a multidão, o Mestre subiu ao monte para orar, como era seu costume – v 23. Ele sempre tirava um tempo especial para conversar com o Pai.

     Certamente, nesses momentos, Jesus compartilhava com Deus tudo que havia feito para ensinar e abençoar o povo. Não que o Pai não soubesse (ele é onisciente), mas por ter prazer em dividir suas alegrias e tristezas com ele.

    Enquanto isso, o barco dos discípulos estava no meio do mar, sendo açoitado pelas ondas, uma vez que o vento era contrário – v 24. Para aqueles homens experientes, os quais viviam pescando naquele ambiente, tempestades não eram novidade. Todavia, parece-me que, apesar da experiência deles, não estavam conseguindo avançar rumo à Genesaré.

     Como diz o ditado, “O que está ruim, pode piorar”. E piorou porque Jesus não estava com eles. Desse modo, o desfecho da história poderia ter sido trágico. Afinal, sabemos que, mesmo hoje, como embarcações gigantescas e com a existência sofisticados sistemas e instrumentos de navegação, ainda acontecem naufrágios. Imaginem, então, naquela época! Esses homens tinham apenas remos, velas, a cara e a coragem, como se diz popularmente.

     Por não estar escrito na Bíblia, não posso afirmar. Porém, pelo contexto, entendo que os discípulos ficaram meio perdidos, visto que ninguém consegue resistir à força de um mar revolto. Penso que muitos deles já tinham sido tomados pelo medo de morrer. Entretanto, felizmente, isso não aconteceu, pois, às três horas da manhã, o Senhor foi até eles andando por cima das águas – v 25.

     O que ocorre a seguir chega a ser meio cômico. Dadas as circunstâncias e, possivelmente, por algumas crenças que tinham, supuseram que estavam vendo fantasma e começaram a gritar – v 26. Imagine a cena! Um monte de homem barbado gritando de medo! Não é mesmo algo risível?

     Mas, a partir desse momento, a história começou a mudar. Cristo, imediatamente, lhes disse: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo” – v 27. Então, Pedro, sempre ele, falou: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro por sobre as águas” – v 28. Que coragem! Que fé! Pero no mucho, ou seja, mas não muito.

     A seguir, Jesus lhe falou: “Venha”. E Pedro realmente foi – v 29. Contudo, quando sentiu o vento forte, teve medo e começou a afundar – v 30. Nesse ponto, talvez a maioria de nós se atreva a declarar que ele foi um fraco. Talvez, estúpido. Mas… Será mesmo?

     Entendo que ele não foi um fraco, como possamos pensar a princípio. Porém, mesmo que tenha sido, isso definitivamente não é mais importante nesse episódio. Aqui, o que importa de verdade são alguns ensinamentos que podemos e devemos aprender e praticar. Então, vamos lá!

  • Quanto ao que fez Jesus, aprendemos que também precisamos reservar periodicamente um tempo para conversar com Deus. O Senhor sempre fazia isso. Assim, tinha comunhão com o Pai e se fortalecia espiritualmente.
  • O Senhor permitiu que os discípulos passassem por aquela adversidade, para que amadurecessem espiritual e emocionalmente. Além disso, percebe-se com clareza que não era o objetivo do Mestre deixá-los perecer, mas lhes ensinar algo que os ajudaria a conhecê-lo melhor. Além disso,  conheceriam a si mesmos e suas limitações.
  • Também quis mostrar que, por mais experientes, habilidosos e/ou inteligentes que sejamos, não somos autossuficientes. Ao contrário, sempre precisamos da intervenção do Senhor para nos ajudar a vencer os desafios e as adversidades que surgem ao longo da nossa trajetória aqui na terra.  

     Embora hoje muitos ensinem que devemos falar repetidamente para nós mesmos “eu posso” ou “eu consigo” (a Teologia do Coaching), Jesus continua declarando a quem tem ouvidos para ouvir: “Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma – João 15:7.

  • Outra lição que podemos aprender é que sempre haverá “ventos contrários”. Ninguém passa pela vida em total calmaria. Sempre há desafios e dificuldades a serem superadas, mas não estamos sozinhos. Veja o que Jesus declarou: “Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo” – João 16:33.
  •  Precisamos tomar cuidado com nossas crenças equivocadas. Aqueles homens não conseguiram reconhecer Jesus. Pensaram ser um fantasma que se aproximava deles. E isso os deixou em pânico, impedindo-os enxergar o Salvador e a salvação que acabaram de chegar.

Hoje também as dificuldades que se nos apresentam podem se tornar insuportáveis, se nossa religiosidade ou incredulidade nos impedirem compreender que o Senhor ainda acalma tempestades, pois ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente – Hebreus 13:8. 

  • Jesus se apresentou a eles, dizendo: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo”. Ele ainda continua se apresentando a nós. De que maneira? Através dos registros das Escrituras Sagradas, mas também gerando uma grande paz interior, mesmo em meio ao caos exterior. Em alguns momentos, o Senhor usa pessoas e eventos para dizê-lo. E, em algumas situações, ele realmente fala de maneira audível.

     Veja o que diz o Senhor em Isaías 41:10: “Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; eu o segurarei com a minha mão direita vitoriosa”.

  • Pedro teve a coragem de atender ao convite de Cristo, andou um pouco sobre as águas, mas depois sua fé vacilou. Por esse motivo, começou a afundar. Contudo, o Senhor não o deixou perecer. Antes, estendeu-lhe a mão e o salvou.

Conosco não é diferente. Muitas vezes, temos a ousadia de começar a fazer algo ou de crer em um milagre. No entanto, quando surgem as ondas desse imenso mar revolto (que é o mundo), fraquejamos e nossa fé foge de nós. Mas tenho uma boa notícia para você: o Senhor Jesus continua estendendo sua mão para nos sustentar e salvar em situações assim. Portanto, não se desespere, nem se desanime. Continue crendo, a despeito do que está vendo, sentindo, ouvindo ou de experiências negativas do passado.

  • Vendo-se numa situação em que sua força, capacidade e experiência eram insuficientes, ou mesmo nulas, Pedro fez uma sábia oração, usando apenas três palavras: “Senhor, salva-me!”.

Veja que ele não ficou enrolando, nem demonstrando todo o seu conhecimento teológico ou religioso. Também não teve receio de pedir ajuda. Naquele momento, não lhe importava o que os demais discípulos pensariam dele. Ao contrário, foi sincero e objetivo. E o socorro veio imediatamente.

Há momentos assim em nossa vida. Neles, não existe tempo para ficarmos planejando uma oração bonita para impressionar Deus (Como se isso fosse possível!), nem para preconceitos ou para demonstração de profundo conhecimento teológico, bíblico ou religioso. Só precisamos agir com sinceridade e objetividade para com o Senhor, que ele estenderá sua mão e nos salvará.

A palavra salvação, que se origina do latim salvare, pode ser tanto aplicada ao bem-estar físico quanto espiritual. Também tem origem na palavra grega soteria, a qual pode ser empregada com o sentido de cura, recuperação, redenção, remédio e resgate. Já no hebraico essa palavra envolve a ideia de segurança.

Assim, podemos ver que seu emprego engloba todas as áreas da nossa vida. No caso de Pedro, era necessário um tipo de salvação. No seu e no meu, pode ser outro. Mas isso tem pouca importância. O que de fato é relevante é que no Senhor há salvação para todos nós.   

  • Conforme vemos no versículo 32, logo que subiram no barco, o vento cessou. Isso aconteceu porque, a partir daquele momento, Jesus estava presente e no controle. Afinal, ele tem poder sobre tudo, inclusive sobre os elementos da natureza.

Conosco ocorre algo semelhante. Quando clamamos ao Senhor, ele nos estende a mão, entra no nosso barco e traz a calmaria, a paz e a segurança das quais tanto necessitamos, especialmente em dias tão conturbados como os atuais.

Cristo ainda continua chamando: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” – Mateus 11:28-30.  

Sendo assim, se ouvirmos a sua voz e atendermos ao seu chamado, não há dúvida de que haverá salvação plena para cada um de nós.

  • Depois de terem presenciado esse tão grande salvamento, os discípulos se aproximaram do Senhor, adoraram-no, declarando: “Verdadeiramente tu és o Filho de Deus” – Mateus 14:33.

Observe que existem três coisas importantes a serem destacadas aqui:

  1. Aproximaram-se do Senhor. Com eles, isso aconteceu de forma literal, ou seja, achegaram-se fisicamente a ele. Você e eu também não apenas podemos, mas devemos achegar-nos espiritualmente ao Senhor.

     Muitos, lamentavelmente, estão fazendo o contrário, ou melhor, afastando-se cada vez mais dele. Todavia, você pode agir de modo diferente e fazer o correto: aproximar-se.

2. Eles o adoraram. Um autêntico judeu jamais adoraria um ser ao qual não reconhecesse como sendo o Deus verdadeiro. Desde pequenos, ouviam e memorizavam o seguinte texto: “Ouve, ó Israel; o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. Amarás, pois, ao SENHOR teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças. E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te. Também as atarás por sinal na tua mão e te serão por frontais entre os teus olhos; e as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas” – Deuteronômio 6:4-9.

Desse modo, ao prestarem adoração a Jesus, estavam afirmando explicitamente que o reconheciam como Deus. Isso também é algo que precisamos fazer. Caso contrário, não teremos direito à salvação eterna: “Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” – João 17:3.

3. Os discípulos disseram: “Verdadeiramente tu és o Filho de Deus”. Note que eles não apenas o reconheceram como o Filho de Deus, mas verbalizaram. Nós Também precisamos fazer essa declaração pública da nossa crença e fé, pois “Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo. Pois com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa para salvação. Como diz a Escritura: Todo o que nele confia jamais será envergonhado” – Romanos 10:9-11.

Agora, só me resta dizer que, independentemente do problema pelo qual está passando, você pode fazer como Pedro, isto é, orar, dizendo: “Senhor, salva-me!”. Muitos talvez o tenham criticado por agir por impulso e depois fracassar. Quem sabe, você também tenha agido impensadamente e falhado. Mas, se clamar por socorro, certamente o Senhor lhe estenderá a mão e o levará em paz e segurança para o seu barco.   

Prof. Marcos Araújo

     Sugestão de música: Salva-me – Cynthia Nascimento

     Link: https://www.youtube.com/watch?v=NvbCSgfH7sY

 

Tags: , , , , , ,

A verdadeira paz

“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.” (Filipenses 4:7)        

    Existem assuntos que são extremamente atuais e importantes. Paz é um deles. Já meditei sozinho ou com a minha família sobre ele, escrevi diversas vezes e fiz palestras a seu respeito. Mas o “curioso” é que faz mais de quinze dias que, muitas vezes, me pego pensando nele novamente.

     Assim, como sempre digo, entendo que preciso falar mais um pouquinho sobre paz.  Entretanto, não baseado no conceito terreno, o qual nos leva a pensar que ela é fruto da ausência de problemas ou que é apenas algo efêmero, isto é, temporário ou passageiro.  A abordagem se dará baseada fundamentalmente no que dizem as Sagradas Escrituras, a qual é a base inegociável de fé e prática do cristão.  

     Para começar, é fundamental saber a origem da palavra paz (do hebraico Shalom –    שלום). Segundo o professor de hebraico Renato Santos[1], ela tem como raiz o vocábulo Shalam, e seu significado primário é “estar seguro na mente e no corpo; estar completo ou tranquilo. Já a professora Karla Damasceno[2] ensina que traz o sentido de “prosperidade geral”, não apenas financeira.

      No sentido comum, geralmente encontrado nos dicionários, essa palavra expressa a ideia de ausência de problemas, violência ou de conflitos, seja na relação com outras pessoas ou consigo mesmo. Logo, parece ser algo totalmente inatingível, pois, seja em âmbito pessoal ou social, sempre existem indivíduos, coisas ou situações que nos desagradam. Consequentemente, tiram-nos a tranquilidade, a alegria, o sono e, para algumas pessoas, a razão de viver.

     No entanto, ao olharmos para a Bíblia, vemos algo reconfortante. Deus se revela com Yahweh-Shalom, que significa: “O Senhor é a nossa paz” – Juízes 6:24. Além disso, quando lemos as profecias sobre a vinda do Messias, encontramos o seguinte: “Por isso o Senhor mesmo lhes dará um sinal: a virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e o chamará Emanuel (Deus conosco)” – Isaías 7:14.

     Ainda a respeito do Messias, o Senhor nos fala em Isaías 9:6: “Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz (Sar-Shalom)”.

     Diante disso, almejo refletir um pouco com você, a fim de compreendermos melhor esse assunto à luz da Palavra de Deus. Vamos lá?

  • Se o Senhor é a nossa paz, como está registrado em Juízes 6:24, é nele que a temos que buscar. Porém, o que geralmente fazemos é exatamente o contrário disso. Nós a buscamos em coisas materiais, pessoas, formação acadêmica, sexo, drogas, filosofias, ideologias, remédios, dinheiro ou quaisquer distrações desse mundo que nos pareçam adequadas ou promissoras.

     Evidentemente, isso pode até gerar momentos de paz ou de prazer e satisfação. Mas logo tudo, ou quase tudo, volta a ser como antes, deixando-nos preocupados, incomodados, inseguros, insatisfeitos ou perturbados. Portanto, se de fato ansiamos pela paz duradoura, devemos procurá-la na fonte inesgotável, ou seja, no Senhor.

  • Em Jó 22:21, lemos: “Une-te, pois, a Deus, e tem paz, e, assim, te sobrevirá o bem”.

     Que revelador esse texto!! Veja que ele nos diz para nos unirmos a Deus. O resultado direto da ação de nos unir ao Senhor é termos paz e desfrutar do bem que nos sobrevirá. Todavia, muitos de nós, ou muitas vezes, nos unimos a tudo e a todos, menos ao Pai. Consequentemente, não usufruímos desse sentimento tão necessário a uma vida de estabilidade emocional, mental e espiritual. Em outras palavras: só podemos ter o sentimento de segurança no corpo, na alma e no espírito se estivermos unidos ao Senhor.

  • Em João 14:27, encontramos Jesus, o Emanuel, dizendo: “Deixo-lhes a paz; a minha paz lhes dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbem os seus corações, nem tenham medo”.

     Primeiro, é importante lembrar que Jesus é nosso Sar-Shalom, ou seja, o Príncipe ou o Principal da Paz. Em segundo lugar, cabe-nos atentar bem para o que Cristo diz: ele ia deixar a paz DELE, a qual é bastante diferente daquela que o mundo dá. A dele é autêntica e duradoura. A do mundo você já sabe como é: passageira e circunstancial, ou seja, depende das circunstâncias/situações que nos envolvem. Por fim, a paz do Senhor anula o medo e a perturbação de espírito.

  • Seguindo essa mesma linha de raciocínio, o Mestre ainda declarou aos discípulos, quando os avisava sobre que seria preso e morto: “Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo” – João 16:33.

     Parece-nos incoerente ou insensato o que Cristo falou para eles. Disse que aconteceriam coisas ruins e tristes e, ao mesmo tempo, que era para terem paz. Obviamente, temos dificuldade de entender e de aceitar o que foi dito. Porém, é justamente aqui que se revela de forma clara o que á a paz do mundo (que é circunstancial e temporária) e a do Senhor, a qual vai muito além do que se pode ver ou sentir.

     Quando refletimos sobre o texto de abertura desse artigo, conseguimos compreender mais profundamente o conceito divino de paz. O apóstolo Paulo nos fala de uma paz que excede todo o entendimento, ou melhor, que está acima ou além da compreensão humana. Por quê? Justamente porque provém de Deus. E mais: ela “guardará os nossos corações e os nossos sentimentos em Cristo Jesus.”

  • Outra coisa que preciso lhe dizer é: “Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o sangue de Cristo, pois ele é a nossa paz…” – Efésios 2:13,14.

     Observe que o texto fala que Cristo é a nossa paz. Não é uma filosofia de vida. Não é uma ideologia. Não é o sexo. Não são as drogas. Não é o dinheiro e tudo o que ele pode nos proporcionar. Não é um casamento feliz (ainda que seja muitíssimo importante e devemos contribuir para isso). Não são bons amigos (mesmo que sejam preciosos). Não é simplesmente ter uma religião ou cumprir tarefas religiosas. É Cristo. É ter Cristo.

     Mas como podemos desfrutar dessa paz tão importante e necessária?

     Primeiramente, devo dizer que não dá para desfrutar dessa paz, se não estivermos em paz com Deus.

     Confuso, não é? Mas já esclareço. Muitas vezes, o que tira nossa paz é o sentimento de culpa por algo que fizemos diretamente contra Deus, desrespeitando seus mandamentos ou contra nosso semelhante. Nesse caso, segundo a Bíblia, só existe uma maneira de mudar esse quadro: pedindo perdão a Deus ou à pessoa a quem magoamos e abandonando qualquer conceito ou prática contrários aos mandamentos do Senhor. Afinal, não é possível estar em paz, se estamos na contramão daquilo que Deus espera de nós. Veja:

     “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia. Bem-aventurado o homem que continuamente teme; mas o que endurece o seu coração virá a cair no mal”. (Provérbios 28:13,14)

     “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. (1 João 1:7-9)

     “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, por meio de quem obtivemos acesso pela fé a esta graça na qual agora estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus”. (Romanos 5:1,2)

     Esta manhã, assim que acordei, a história de várias pessoas veio à minha mente. E sinto que devo compartilhá-la com você. Mas antes tenho que falar algo que também veio: talvez, você fez algumas coisas das quais se envergonha e se arrepende amargamente. Quem sabe praticou um aborto ou forçou seu cônjuge ou namorada a fazê-lo e o peso da culpa tem se tornado um torturador que continuamente tira sua paz e o faz sofrer. Talvez traiu alguém, cônjuge ou não, causando muita dor e sofrimento e isso também está corroendo sua vida. 

     Talvez você que está lendo este artigo assassinou uma pessoa ou provocou um acidente, estando embriagado ou mesmo sóbrio, e as consequências desse ato têm tirado sua paz, levado à depressão, a crises de ansiedade ou de pânico, ou ainda às drogas (álcool ou outras), tentando se esquecer ou amenizar a dor que todas essas coisas lhe causam. 

     Quem sabe o que lhe tem provocado sofrimentos semelhantes aos que já foram ditos são outros. Não importa. Os terríveis efeitos são os mesmos ou semelhantes, uma vez que se resumem a estas palavras: pecado culpa arrependimento vergonha = falta de paz interior.

      Mas tenho uma boa notícia para você: existe solução para tudo isso.

     Quando olhamos para o Salmo 32, que é de Davi, conseguimos entender um pouco mais sobre a gravidade do pecado e das consequências dele. Esse homem havia cometido dois erros gravíssimos: adulterado com Bate-Seba, que era casada com Urias, um soldado valoroso do exército de Davi. Para que não fosse descoberto, já que a mulher engravidara, ordenou que marido dela fosse posto na linha de frente da batalha para ser morto pelos soldados inimigos.

     Consequentemente, passou a sofrer muito. Veja o que ele declara: “Como é feliz aquele que tem suas transgressões perdoadas e seus pecados apagados! Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa e em quem não há hipocrisia! Enquanto escondi os meus pecados, o meu corpo definhava de tanto gemer. Pois de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; minha força foi se esgotando como em tempo de seca. Então reconheci diante de ti o meu pecado e não encobri as minhas culpas. Eu disse: “Confessarei as minhas transgressões ao Senhor”, e tu perdoaste a culpa do meu pecado. Portanto, que todos os que são fiéis orem a ti enquanto podes ser encontrado; quando as muitas águas se levantarem, elas não os atingirão. Tu és o meu abrigo; tu me preservarás das angústias e me cercarás de canções de livramento” – Salmos 32:1-7.

  • Os versículos 3 e 4 mostram claramente o estado físico, mental, emocional e espiritual em que o rei se encontrava por causa do pecado e da culpa. Ele estava sendo vítima de doenças psicossomáticas, isto é, que se manifestam na mente e emoções e refletem diretamente no corpo. Por exemplo: ansiedade, pânico ou depressão, que provocam sinais físicos, tais como gastrite, falta de apetite, dor de cabeça e muitos outros. E talvez você esteja se sentindo exatamente desse jeito.

     Lembrete importante: Não estou afirmando que esse é o seu caso. Para ter um diagnóstico, deve procurar um profissional competente, que o ajudará a identificar as causas, mas também fazer um autoexame. No entanto, algumas coisas que o fazem sofrer são tão evidentes, que você já pode e deve buscar a ajuda e o perdão de Deus.

  • No versículo 5, há o registro da confissão a Deus.
  • No 6 e no 7, começamos a ver as mudanças que já estavam acontecendo na vida dele. 
  • Mas é nos versículos 1 e 2 que se encontra o que almejo destacar: por duas vezes o rei usa a palavra feliz ou bem-aventurado para iniciar o que vai dizer. A seguir ele explica a razão dessa felicidade ou bem-aventurança: transgressão perdoada, pecado coberto, maldade não imputada (não atribuída a responsabilidade por algo praticado) e ausência de engano no espírito.  
  • Se você ler o salmo 32 até o fim (é curtinho), verá os efeitos reais da confissão do pecado a Deus e do perdão recebido. Agora, Davi já é uma pessoa restaurada. E foi depois disso que o Senhor declarou: “Achei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade. Da descendência deste, conforme a promessa, trouxe Deus a Israel o Salvador, que é Jesus…” – Atos 13:22,23.

     Que coisa maravilhosa!!! Sem a iluminação do Espírito Santo, é difícil ou mesmo impossível entender isso. Esse homem pecou tão gravemente e, ainda assim, é visto como uma pessoa segundo o coração de Deus? Sim. Biblicamente falando, quando existe arrependimento sincero, o Pai nos perdoa completamente e nos restaura. Depois nos permite escrever uma nova história em parceria com ele e realizar o bem. Veja que Jesus é descendente de Davi.

    Certa vez, os escribas e os fariseus estavam murmurando contra Cristo porque ele se sentava à mesa para comer e beber com pessoas consideradas pecadoras. Então Jesus disse-lhes: “Não necessitam de médico os que estão sãos, mas sim os que estão enfermos. Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores, ao arrependimento” – Lucas 5:31,32.

     Outro bom exemplo de completa restauração é Pedro, o discípulo que traiu Cristo. Ele também foi completamente restaurado e se tornou uma das colunas da Igreja do Senhor. Antes, negou o Mestre; depois, com grande ousadia, disse a quem o tentava intimidar: “Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus; porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” – Atos 4:19,20. E mais: “Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” – Atos 5:29.

     Além desses exemplos citados, há muitos outros na Bíblia. Mas a maior parte deles não está registrada nas Escrituras. São bilhões de pessoas perdoadas e restauradas pelo Senhor ao longo da História. Pessoas que eram consideradas a escória da sociedade, casos-perdidos, irrecuperáveis, mas que foram completamente transformadas por Deus, após tomarem a decisão de convidarem Jesus para ser seu Senhor e Salvador, abandonando a vida de pecado ou de religiosidade mecânica e vazia que levavam. Afinal, Cristo disse sobre Zaqueu: “Hoje houve salvação nesta casa! Porque este homem também é filho de Abraão. Pois o Filho do homem {Jesus} veio buscar e salvar o que estava perdido” – Lucas 19:9,10.

     Conosco também pode acontecer o mesmo. Espiritualmente falando, também somos filhos de Abraão e herdeiros das promessas do Pai – Gálatas 3:29. Então, assim como Deus fez uma aliança eterna com Davi, também pode e quer fazer com cada um de nós. Basta nos voltarmos humildemente para ele, que encontraremos perdão, restauração, salvação e abrigo em seus braços de amor. E digo mais: ainda que existam pessoas (talvez dentro da sua própria casa) que não acreditem em sua mudança, o que importa de fato é o que Deus pensa a seu respeito: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” – 2 Coríntios 5:17.  Veja o que diz o Senhor: “Eu, eu mesmo, sou o que apaga as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados me não lembro” – Isaías 43:25.

     Por outro lado, quem sabe, sua falta de paz não é consequência de pecados cometidos, mas por causa dos problemas que tem vivido, especialmente em tempos de pandemia. Não importa o motivo. Deus também tem paz para você. Veja o que o Senhor nos diz: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso/ou aliviarei. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas” – Mateus 11:28,29.

     E o apóstolo Pedro orienta: “Lancem sobre ele {Deus} toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês” – 1 Pedro 5:7.

     Faz quase dois mil anos que Jesus e Pedro disseram essas palavras. Contudo, parece-me que foram ditas agorinha mesmo, de tão atuais que são. E o melhor: o Senhor diz: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão” – Marcos 13:31. Ou seja: o que ele fez enquanto esteve na terra também o faz hoje na vida daqueles que se voltam para ele com um coração sincero e humilde.

     Diante de tudo isso, apenas me resta dizer que, independentemente do motivo pelo qual você perdeu sua paz interior, o Senhor pode e quer restaurar sua vida. Lembre-se do que está escrito em Jó 22:21: “Une-te, pois, a Deus, e tem paz, e, assim, te sobrevirá o bem”. Portanto, aqui está o segredo para ter uma paz que excede todo o entendimento e que guarda sua mente e seu coração: estar unido a Deus. Assim, mesmo quando vierem as tempestades da vida, você não se sentirá sozinho. Antes, o sentimento de segurança e confiança andará de mãos dadas com você, pois vai experimentar o que está escrito no Salmo 91:1: “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará”.       


[1] Prof. Renato Santos: https://www.youtube.com/watch?v=b21kwW5GpL8

[2] Profa. Karla Damasceno: https://www.youtube.com/watch?v=NCutX1b6jvM

 

Tags: , , , , , , ,

Espírito Santo – um presente de Deus para você.

    “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, o Espírito da verdade…”   (João 4:16,17)          

    Você gosta de ganhar presentes? Penso que sim, pois a maioria das pessoas ama ser presenteada. Afinal, normalmente o ato de presentear alguém é uma demonstração clara de que a pessoa é querida, valorizada.

    E o que falar, então, quando o presente vem de Deus? Penso que fica ainda mais evidente o quanto somos amados e valorizados pelo Senhor. Basta fazermos uma simples e rápida reflexão que nos lembraremos de vários presentes recebidos como, por exemplo, a vida, o ar que respiramos, saúde, paz interior e tantos outros que passam despercebidos. Porém, existem dois dos quais nunca podemos nos esquecer: Jesus Cristo e o Espírito Santo.

    Jesus Cristo, como o agente e mediador da nossa salvação, é o primeiro: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” – João 3:16 e “Porquanto há um só Deus e um só Mediador/Intermediário entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos” – 1 Timóteo 2:5,6.

     Neste artigo, porém, desejo falar do Espírito Santo, o segundo, mas não menos importante presente do Pai, especialmente do ministério dele aqui na terra e em nossa vida como cristãos. Aliás, podemos até dizer que é uma dádiva do Pai e de Jesus, que diz: “Mas eu lhes afirmo que é para o bem de vocês que eu vou. Se eu não for, o Conselheiro não virá para vocês; mas se eu for, eu o enviarei” – João 16:7.

     Para início de conversa, é fundamental saber que o Espírito Santo tem a função de administrar a Igreja do Senhor aqui na terra. Vale ressaltar também que quando falo em “Igreja” não me refiro a denominações religiosas, mas ao corpo de Cristo, o qual é formado por pessoas de todas as épocas, povos, etnias e lugares que tomaram a decisão de crer e convidar   Jesus para ser seu Senhor e Salvador.

     Em João 14:16, vemos Jesus falando o seguinte: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre”. Isso quer dizer que Jesus era o Consolador enquanto estava aqui na terra. Contudo, ele não ficaria em definitivo entre os homens. Por isso, falou várias vezes para os discípulos que ia voltar para o Pai. No entanto, como diz em João 14:18, ele prometeu: “Não vos deixarei órfãos…
      A palavra outro, usada aqui, vem do grego “allos”, que significa “alguém da mesma essência ou completamente igual ao primeiro”, que, neste caso, é Cristo. E a palavra Consolador também vem do grego Paráclito ou Parakletos: para (ao lado) + kletos (chamado) → Aquele que é chamado para andar lado a lado.

    A palavra Parakletos era usada na época de Cristo para designar os advogados no Império Romano, os quais deviam ser totalmente íntegros e irrepreensíveis diante da lei romana. Desse modo, concluímos que o Espírito Santo tem a mesma essência do Pai e do filho, ou seja, ele também é Deus (formando a Trindade ou Tri-unidade), totalmente íntegro e irrepreensível e que ele foi enviado para estar ao nosso lado ou em nós para ser nosso Consolador, Conselheiro, Ajudador e Advogado. Não é maravilhoso? Graças a Deus, não estamos sozinhos ou órfãos no mundo!

     Agora, dentre as coisas que fazem parte do precioso e indispensável ministério dele, quero destacar algumas:

  • Ele nos ensina todas as coisas, especialmente as que dizem respeito à vida espiritual: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas” – João 14:26 e 1 Coríntios 2:13: “Delas também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito, interpretando verdades espirituais para os que são espirituais”.
  • Ele nos faz lembrar de tudo que Jesus disse: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito – João 14:26. Creio que isso já aconteceu com você. Em várias ocasiões e situações, muitas delas em tempo de adversidade, ele me fez lembrar das maravilhosas promessas do Senhor, como a seguinte: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, tereis aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” – João 16:33.
  • Ele consola ou aconselha: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador/Conselheiro, a fim de que esteja para sempre convosco” – João 14:16. Quantas vezes, em meio às batalhas da vida, precisamos de um consolo ou conselho e não temos a quem recorrer! Assim, começamos a conversar com ele e, de repente, uma paz que excede todo entendimento humano inunda a nossa alma – Filipenses 4:7. Outras vezes, precisamos de uma direção, e ele nos indica o caminho a seguir.
  • Ele convence do pecado, da justiça e do juízo divino: “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo” – João 16:8. Geralmente, temos dificuldade de admitir que pecamos. Aliás, falar a palavra “pecado”, mesmo na igreja, parece incomodar muitas pessoas. Por isso, em muitos lugares, não mais se ouvem pregações nas quais ela é mencionada. Talvez para evitar a perda de membros.

No entanto, ela continua presente na Bíblia, e não pode ser ignorada. Mas… afinal, o que é pecado? Tal palavra vem do grego hamartia e tem o sentido de errar o alvo ou sair da rota. Logo, pecar significa sair do caminho ou da conduta moral estabelecidos pelo Senhor.

E todos nós, em algum momento, pisamos na bola com Deus e precisamos que o Espírito Santo nos convença, leve ao arrependimento e também ajude a entender, a agir com justiça e de que haverá um juízo de Deus: “Pois todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba de acordo com as obras praticadas por meio do corpo, quer sejam boas quer sejam más” – 2 Coríntios 5:10. Veja também Hebreus 9:27: E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disso, o juízo – Hebreus 9:27.

  • Ele guia a toda a verdade: “Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir” – João 16:13.

Na geração Pós-Moderna, da qual fazemos parte, a verdade é algo relativo. Isso significa que o que é verdade para mim, não necessariamente o é para outros. E até certo ponto parece ser correto esse pensamento. Porém, o grande problema é que tal pensamento também tem sido aplicado aos princípios bíblicos e a Deus. Logo, o que Deus diz, segundo essa forma de pensar, também pode ser verdade para uns, mas não para outros. É relativo.

Todavia, se você é cristão de fato, a Palavra de Deus é a verdade absoluta, eterna, imutável, incontestável, inerrante e infalível. Assim, para que tenhamos esse entendimento, carecemos da ajuda do Espírito Santo. Caso contrário, tanto Deus como sua Palavra serão apenas mais uma possível verdade entre tantas outras. Ou loucura – 1 Coríntios 1:18.

Por essa razão, precisamos estar atentos ao que Cristo declara: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” – João 14:6. Em outras palavras, não existe outro caminho, outra verdade ou outra vida a não ser o Senhor. Além disso, o Mestre diz: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão” – Lucas 21:33.

  • Ele dá testemunho de Jesus, ou melhor, atesta como verdadeiro: “Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim” – João 15:26. E foi exatamente isso que aconteceu no início da Igreja Cristã e continua acontecendo até hoje. Ele tem testemunhado que Jesus de fato é o Cristo, ou seja, o Ungido do Pai, o Messias, o Salvador.
  • Ele glorifica Jesus, isto é, proclama a glória dele, exalta ou celebra: “Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e o tornará conhecido a vocês” – João 16:14. Ele tem glorificado Cristo por meio dos muitos milagres que acontecem, especialmente através da regeneração de milhões de pessoas que outrora andavam distantes de Deus, vivendo uma vida na prática do pecado. Contudo, a partir do momento em que o Espírito Santo lhes revelou Jesus, passaram a viver de acordo com a palavra de Deus. Tais pessoas não se tornaram perfeitas, mas, ao reconhecerem sua imperfeição, têm recebido ajuda para continuarem a caminhar em direção a Deus.  
  • Ele regenera o homem, ou seja, gera novamente no sentido espiritual, uma vez que o ser humano estava, espiritualmente falando, morto em suas ofensas e pecados, conforme lemos em Efésios 2:1 ao 9. E em Tito 3:4 ao 6, lemos: “Mas quando se manifestaram a bondade e o amor pelos homens da parte de Deus, nosso Salvador, não por causa de atos de justiça por nós praticados, mas devido à sua misericórdia, ele nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós generosamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador”.

Isso quer dizer que a regeneração moral e espiritual ou o novo nascimento dito por Jesus (João 3:3 ao 6) somente são possíveis por meio da ação exclusiva do Espírito Santo, não do ser humano. Ainda sobre esse assunto, o apóstolo Paulo faz esta declaração: “Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que tudo se fez novo!” – 2 Coríntios 5:17.

  • Ele testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus: “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” – Romanos 8:16. Testificar significa testemunhar, comprovar, assegurar; afirmar com certeza. Não é maravilhoso isso?

No Evangelho de João 1:11 ao 13, a Bíblia diz: “{Jesus} Veio para o que era seu {o povo judeu}, mas os seus não o receberam. Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus”.

Na prática, quando cremos em Jesus e o convidamos para ser nosso Senhor e Salvador, espiritualmente falando nos tornamos filhos de Deus. Aí, entra o papel do Espírito Santo como “aquele que testifica”, o qual gera em nós os sentimentos de paz, de segurança e de pertencimento à família do Senhor. Aleluia!!!

  • Ele é o penhor da nossa herança: “Nele, quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram selados com o Espírito Santo da promessa, que é a garantia da nossa herança até a redenção daqueles que pertencem a Deus, para o louvor da sua glória” –  Efésios 1:13,14.

Penhor é algo móvel ou imóvel entregue como garantia de que aquilo que foi pego será devolvido. Assim, uma pessoa que está precisando de dinheiro pode ir a uma instituição que trabalha com esse tipo de crédito e penhorar uma joia, um relógio, prataria ou outro objeto de valor para fazer esse “empréstimo”, sem a necessidade de análise de crédito ou de avalista (A Caixa Econômica Federal faz isso).

Em se tratando do Espírito Santo, mesmo não tendo obrigação, o Senhor o enviou a nós como garantia de que somos filhos dele e de que ele vai voltar e nos levará para morar com ele, segundo Jesus assegura em João 14:3: “E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também”.   

  • Ele intercede por nós e nos ajuda a vencermos nossas fraquezas: “Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos orar como convém, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” –  Romanos 8:26.

A palavra interceder significa intervir ou pedir a favor de alguém; rogar ou suplicar. Desse modo, entendemos que o Espírito Santo, como nosso intercessor, intervém, pede, roga ou suplica ao Senhor aquilo que nós mesmos não temos condições de expressar por meio de palavras. Afinal, muitas vezes, não conseguimos verbalizar o que desejamos; apenas choramos. Então, como conhecedor daquilo que se passa em nosso coração e mente, ele fala para o Pai qual é a nossa necessidade ou desejo.

Outra coisa importante a mencionar é que ele nos ajuda em nossa fraqueza. Segundo estudiosos, a palavra fraqueza aqui empregada vem do grego atheneia e se refere à falta de força, vigor ou debilidade. Mas, nos que diz respeito à Palavra de Deus, trata da debilidade moral e de caráter ou das dificuldades que temos de levar uma vida cristã genuína.

Isso lhe parece familiar? A mim, não apenas parece; é. Afinal, baseado nas Escrituras Sagradas, mas também naquilo que presenciamos diariamente, vejo que todos nós, indistintamente, temos fraquezas. Uns têm problemas com vícios (álcool e outras drogas, jogos, compulsão sexual…), outros apresentam dificuldade de serem honestos ou mentem descaradamente. Além disso, há os que são arrogantes, preconceituosos, incrédulos… E assim vai. A lista é enorme!…

No entanto, muitas vezes, as fraquezas são medos, traumas que carregam desde a infância ou adquiriram na adolescência, quando sofreram bullying ou tiveram grande dificuldade de aceitarem a si mesmas, por causa da ditadura da beleza imposta pela mídia.

Enfim, são bastantes as possibilidades e cada um de nós sabe onde o sapato aperta. No entanto, independentemente do tipo de fraqueza que cada um tem, precisamos saber que não temos de lutar sozinhos. Podemos e devemos contar com a ajuda do Espírito Santo, o qual é o nosso Parakletos ou Paráclito (Ajudador, Consolador, Conselheiro, Advogado).

Ainda existem muitas coisas que eu precisaria colocar neste artigo. Porém, o farei em outro momento. Por agora, almejo fazer algumas considerações, as quais considero relevantes para incentivar você a querer e a buscar a ajuda do Espírito Santo.

  • Jesus, que é nosso maior exemplo em tudo, foi ungido por Deus com o Espírito Santo. Em Atos 10:38, lemos o seguinte: “… como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, e como ele andou por toda parte fazendo o bem e curando todos os oprimidos pelo diabo, porque Deus estava com ele”.
  • Veja o que aconteceu quando Jesus foi batizado: “Assim que Jesus foi batizado, saiu da água. Naquele momento os céus se abriram, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele. Então uma voz dos céus disse: Este é o meu Filho amado, em quem tenho prazer” – Mateus 3:16,17.
  • Agora, veja o que aconteceu com Davi quando foi ungido por Samuel: “Tomou Samuel o chifre do azeite e o ungiu no meio de seus irmãos; e, daquele dia em diante, o Espírito do Senhor se apossou/apoderou de Davi” – 1 Samuel 16:13.  

As vitórias do rei Davi não aconteceram por obra do  acaso. Também não foi um homem segundo o coração de Deus dependendo apenas de si mesmo (Atos 13:22). Ele foi ajudado pelo Espírito Santo. Por isso, quando pisou na bola com Deus, teve humildade para reconhecer o erro, confessar e mudar de vida. Quanto a Deus, concedeu-lhe o perdão do qual carecia muito e lhe deu paz de espírito.

  • Outra coisa muito importante a mencionar é a seguinte: o Espírito Santo é uma pessoa, não uma força ou energia, conforme muitos pensam, creem ou ensinam. Aqui, pessoa não quer dizer ser humano, mas alguém que apresenta características e atributos exclusivos de um ser: fala, pensa, tem sentimentos, age, orienta e outros como você viu ao longo deste artigo. Por acaso, você já viu uma força ou energia fazer o que ele faz?

 Portanto, ao orar, dirija-se a ele como você o faz com uma pessoa. Em outras palavras: converse com ele, peça ajuda, orientação, conte suas angústias, medos, sonhos, revoltas, dúvidas. Por fim, não se esqueça de agradecê-lo por tudo aquilo que ele já fez em sua vida.

Além disso, jamais se esqueça de que você não está sozinho neste mundo. O Pai, o Filho e o Espírito Santo trabalham em perfeita harmonia e sintonia para abençoá-lo aqui na terra e nos aguardam ansiosamente lá na glória, para que juntos celebremos a ceia e vivamos a eternidade que o Senhor Jesus conquistou para todo aquele que crer: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” – João 3:16. 

Mas não posso terminar estes escritos sem lhe perguntar: Quando você recebe um presente, o que faz com ele? E se for um presente especialíssimo como este?  

Música: Espírito Santo – Fernanda Brum https://www.youtube.com/watch?v=pE-7PnL8dUc

 

Tags: , , , ,

Quem é Jesus para você? (Aconteceu de novo!!)

     “Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra.” (Jeremias 5:30)       

     Em 2018, pela graça de Deus, escrevi um artigo bíblico chamado Quem é Jesus para você?” (você pode ler também no site da IEQ São Paulo). Nele, trato desse tema de tão grande relevância, especialmente em nossos dias. Agora, sinto-me novamente impelido pelo Espírito Santo a retomá-lo e a escrever mais uma vez sobre ele.

     No artigo anterior, o qual está no blog “palavradesabedoria.net”, refiro-me a dois “artistas” conhecidos através da mídia. Na ocasião, tais indivíduos dirigiram-se a Jesus de forma muito desrespeitosa. MAS, naquele episódio, meu questionamento não foi a eles e, sim, a mim mesmo e a você, leitor. E hoje o faço a nós outra vez.

     A mídia brasileira (televisão, rádio, jornais, internet etc.) tem divulgado grandes escândalos nestes últimos dias. Evidentemente, ela está fazendo o papel que lhe compete e, espero, com honestidade e imparcialidade, pois é o que o cidadão íntegro tem esperança que aconteça. Concorda?

     Sei que há muitos casos que poderiam ser tomados como base para a argumentação. No entanto, almejo destacar quatro deles, por considerá-los suficientes para entender e fazer uma autoavaliação, ou seja, uma avaliação de nós mesmos, das nossas ações, comportamentos e atitudes diante do Senhor, da sociedade, da nossa família e da própria consciência.

     Afinal, como dizem as Sagradas Escrituras em Romanos 14:10b,12: “Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus. (…) Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus. E, ainda sobre essa questão, em 2 Coríntios 10:5, lemos: “Pois todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba de acordo com as obras praticadas por meio do corpo, quer sejam boas quer sejam más”.

     Um desses casos trata de uma mãe que expulsou de casa um filho de APENAS dois aninhos de idade![1] Para piorar, ela disse que também já havia expulsado outro filho. Como diz o texto bíblico de abertura, coisa espantosa tem acontecido na terra.

     Quando se fala em mãe, logo pensamos no chamado “instinto maternal”, o qual a leva a fazer de tudo para proteger sua criança. Obviamente, isso também deve se aplicar ao pai. Porém, não foi o que aconteceu. E, lamentavelmente, temos visto muitos casos espantosos, horríveis e revoltantes assim.

     Os outros casos envolvem três líderes religiosos: uma pastora, um padre e um médium espírita. E o curioso é que há diversas coisas em comum entre eles: religião, poder, dinheiro e sexo. Além disso, o primeiro e o terceiro também englobam acusação de assassinato. Por causa disso, mais uma vez, tenho visto alguns setores da mídia explorando exaustivamente essas tragédias, da mesma forma que já vimos em outras ocasiões e com assuntos diversos.

     Atenção!!! Quero que você entenda que não estou dizendo que casos assim não devem ser noticiados. Precisam e devem ser para, além de informar, alertar-nos para a existência de lobos vestidos de cordeiros. Esse é o papel do jornalismo sério e imparcial.

     MAS também penso que os veículos de comunicação social precisam e devem colocar em evidência, e de modo mais frequente (talvez insistentemente), os bons exemplos, os quais, não existe dúvida, são em quantidade muito maior. Faço essa afirmação porque entendo que tudo aquilo que reforçamos produz um resultado maior. Logo, se reforçarmos os maus exemplos, eles é que ocuparão nossa mente. E o contrário também é verdadeiro. Veja que falei reforçar, não ignorar.

     Para ilustrar, quero que você volte comigo há quase dois mil anos. Em Mateus 4:12 ao 22, vemos Jesus iniciando o processo de seleção de 12 homens que iriam compor o grupo de ajudantes dele. A princípio, foram chamados de discípulos (do grego mathetes). Em seu sentido mais comum, significa ser um aluno, aprendiz ou seguidor de um Mestre.

     O mais curioso de tudo é que entre os selecionados havia um que iria trair Jesus: Judas Iscariotes, o qual se tornou mesmo o traidor. Estranho, não? Será que o Senhor não sabia que isso iria acontecer? E a resposta é: Sim, sabia. Então por que o Mestre o aceitou em seu grupo, se havia tantas pessoas melhores que esse cara?

     A resposta não é tão simples. Mas, pelo contexto bíblico, entendemos algumas coisas claramente: o Mestre dá oportunidade para pessoas de todos os tipos e índole, isto é, conjunto de traços e qualidades inerentes ao indivíduo desde o seu nascimento; caráter, inclinação, temperamento. Se não o fizesse assim, haveria uma contradição, pois a Bíblia diz que o Senhor não faz acepção de pessoas: “…porque, para com Deus, não há acepção de pessoas” – Romanos 2:11.

     Além disso, Judas passaria por um longo período de treinamento e teria a oportunidade de mudar. Contudo, a decisão de acatar os ensinos do Mestre e de se tornar diferente estava nas mãos dele. Basta lembrar que o Senhor não impõe sua vontade. Ele a  expõe, dá bons exemplos, MAS a palavra final é de cada um de nós: “No último e mais importante dia da festa, Jesus levantou-se e disse em alta voz: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” – João 7:37,38. E hoje continua sendo assim. A escolha é pessoal. (Se quiser, leia Isaías 1:19.)

     Outra observação a fazer é que até no momento em que, traiçoeiramente, Judas entregou Jesus aos soldados ouviu a seguinte frase: “Amigo, a que vieste?” –  Mateus 26:50. Não é que o Senhor não sabia o motivo de estarem ali. Mas queria que esse homem refletisse sobre seus atos, especialmente o daquele momento.

    Sem dúvida, seria impossível reverter a situação. Todavia, Judas teve a oportunidade de se arrepender e de pedir perdão ao Senhor, o qual, certamente, o receberia de braços abertos e o restauraria. Infelizmente, porém, ele não aproveitou a chance e preferiu tirar a própria vida. Que triste!

     Também preciso relembrá-lo de que certa feita Jesus contou uma parábola sobre o trigo e o joio – Mateus 13:36 ao 43[2]. Essas duas espécies são bem parecidas. Crescem de modo muito semelhante. MAS o joio só tem aparência (casca), enquanto o trigo possui a essência, ou seja, os grãos.

     Conforme o Senhor deixou claro na parábola, foi o maligno que semeou o joio no meio do trigo. Porém, chegaria o tempo da colheita, quando cada um tomaria um rumo diferente. Veja: “Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim também acontecerá no fim desta era. O Filho do homem enviará os seus anjos, e eles tirarão do seu Reino tudo o que faz tropeçar e todos os que praticam o mal. Eles os lançarão na fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de dentes. Então os justos brilharão como o sol no Reino do seu Pai. Aquele que tem ouvidos, ouça” – Mateus 13:40-43.

     Aparentemente, as pessoas que praticam o mal estão no lucro. No entanto, não foi isso que Jesus no ensinou. Haverá, sim, o dia no qual pagarão pelas atrocidades cometidas. Todavia, antes de a justiça de Deus ser executada, a justiça humana deve, urgentemente e de modo imparcial, cumprir seu papel, aplicando as punições previstas na lei. E isso independentemente de se tratar de rico ou pobre, religioso ou não-religioso, novo ou velho, branco ou de qualquer cor ou raça. Afinal, a sociedade merece ser protegida, não ficar vulnerável a todo tipo de mal, especialmente nossas crianças.  

     Outra coisa a registrar é que essas atrocidades não devem surpreender os verdadeiros cristãos. As Escrituras, há muito tempo, nos informam que tais coisas acontecerão. Se você ler 2 Timóteo 3:1 ao 9, verá claramente um desses avisos. Entretanto, não estou querendo dizer com isso que devemos nos acomodar e nos conformar. Antes, se somos genuínos servos de Deus, devemos lutar contra o mal, como nos ensinou o Senhor – Efésios 6:10-18.

     Outro lembrete a fazer é que Jesus nos diz o seguinte em Apocalipse 22:11:  “ Continue o injusto a praticar injustiça; continue o imundo na imundícia; continue o justo a praticar justiça; e continue o santo a santificar-se”. E na sequência, lemos: “E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão/recompensa que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras”. Ou seja: cada um de nós vai ser recompensado pelo Senhor de acordo com o que fez por meio do corpo, conforme já vimos em 2 Coríntios 5:10.

    Ainda preciso registrar o seguinte: nosso verdadeiro referencial é Cristo. Foi ele quem morreu na cruz em nosso lugar para perdoar os nossos pecados, nos reconciliar com Deus e nos garantir a salvação eterna, segundo lemos em 1 João 2:25: “E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna”.

     Na mesma carta, temos a seguinte declaração: “E este é o testemunho: Deus nos deu a vida eterna, e essa vida está em seu Filho. Quem tem o Filho, tem a vida; quem não tem o Filho de Deus, não tem a vida. Escrevi-lhes estas coisas, a vocês que creem no nome do Filho de Deus, para que vocês saibam que têm a vida eterna” – 1 João 5:11-13.

     Já em Hebreus 12:1 e 2, lemos: “Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus. Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos”.  

     Você percebeu? A Bíblia fala que temos de olhar para Jesus. Portanto, os maus exemplos jamais podem ser motivo para descrermos do Senhor, abandonarmos a fé e a Igreja, blasfemarmos, ou tomarmos quaisquer outras atitudes e decisões que não estejam pautadas na Palavra de Deus.

    Muito pelo contrário. Não devemos deixar de congregar: “Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas nos encorajemos uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia – Hebreus 10:25.

     Em outras palavras: o verdadeiro servo do Senhor não se escandaliza, nem tem sua fé enfraquecida por causa de escândalos. Pode até se irar, se revoltar ou se entristecer. No entanto, não usará isso como muleta para justificar sua descrença em Deus ou deixar de frequentar sua igreja. Antes, entenderá que é tempo de se aproximar ainda mais do Senhor, pois só ele tem palavras da vida – João 6:68.

     Se você quiser olhar para os maus exemplos, certamente vai encontrar muitos. Mas, se decidir olhar para os bons, não tenho dúvida de que os encontrará em quantidade muito, muito maior.

     Para cada pastor ruim, quantos bons há? Para cada padre ruim, quantos bons existem? Para cada mãe ruim, quantas boas você conhece? Para cada líder espírita, ateu ou de qualquer outro segmento religioso ou social corrupto ou imoral, quantos são homens e mulheres íntegros?

     Podemos até não concordar com aquilo em que eles creem, é um direito que assiste a cada um de nós, MAS temos o dever de reconhecer o valor que possuem e respeitá-los.

     Como vimos no texto inicial, as Escrituras já nos advertiram, dizendo: “Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra” (Jeremias 5:30). Portanto, a questão não são os outros e o que eles fazem. A questão somos nós: Quem é Jesus para nós?  

    Em Mateus 16:13 ao 18, vemos um bate-papo entre Jesus e seus discípulos. E o Senhor lhes faz o seguinte questionamento: “Quem os homens dizem que o Filho do homem é?” – v:13.   Mas, na realidade, o que ele queria mesmo saber era o que seus seguidores pensavam sobre isso: “E vocês?,  perguntou ele. Quem vocês dizem que eu sou?” – v 15.

    Naquele momento, Pedro recebeu a revelação de Deus e declarou: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” – v:16. E hoje o Mestre também deseja que tenhamos essa revelação, pois, se a tivermos, nossos olhos estarão nele, não em pessoas falíveis como eu e você, as quais podem cometer erros gravíssimos, imperdoáveis aos nossos olhos, conceitos e julgamentos, e nos decepcionar.

    Mais uma coisa importante: devemos levar em consideração o conselho que as Escrituras nos dão em 1 Coríntios 10:12: “Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia!”. Observe que o texto diz “aquele que julga estar firme” ou “estar de pé”, segundo outra versão.

     Muitas vezes, nossos julgamentos são equivocados, especialmente os que fazemos de nós mesmos, pois temos uma fortíssima tendência de sermos muito benevolentes conosco, ou melhor, dispostos a nos absolver, complacentes ou indulgentes.

     Por isso, sempre temos que estar atentos e julgar/avaliar nossas ações, atitudes e comportamentos à luz da Bíblia. Além do mais, constantemente precisamos perguntar a nós mesmos: “Quem é Jesus para mim?”.

      A resposta a essa interrogação, sem dúvida, vai revelar de modo muito claro em quem está alicerçada nossa fé e se somos cristãos genuínos ou apenas religiosos e meros cumpridores de tarefas religiosas. Isso porque a questão principal diante de Deus somos nós, não tais pessoas.

     Por fim, sinto que devo registrar esta declaração de Jesus: “Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha. Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda” – Mateus 7:24-27. Então, que sua fé esteja edificada nele, que é a Rocha Inabalável.

 

Músicas para ouvir e refletir:

Casa na Rocha (Anayle Sulivan)    

Espera (Marcos Antônio)                 

     


[1] Cidade de Paranaíba – mãe expulsa filho de 2 anos de casa

[2] O trigo e o joio – Vídeo esclarecedor, feito na Suíça – 3:30 min.

 

Tags: , , , , ,

E se Deus não fizer?

“Mas, se ele não nos livrar, fica sabendo, ó rei, que não cultuaremos aos teus deuses, tampouco adoraremos a estátua que ergueste!” (Daniel 3:18 – Versão King James)      

     Temos vivido tempos trabalhosos em todo o mundo. Infelizmente, no Brasil não também tem sido assim. No entanto, tal problema não chega a nos surpreender (ou não deveria) porque as Escrituras Sagradas deixam bem claro que isso ia acontecer. Basta lermos II Timóteo 3:1 ao 5.

    Há pelos menos três meses, temos convivido com o fantasma do covid-19. Para piorar, a mídia sensacionalista explora tanto esse mal para obter audiência e lucrar com o caos, que muitas pessoas estão apavoradas, adoecendo com crises de ansiedade, de pânico e depressão. Além de outros males psicossomáticos. Existem também aqueles que se jogam na pornografia, no álcool e em outras drogas buscando uma fuga, um refrigério e um descanso para sua alma aflita.

    Além disso, a tensão causada pelas manifestações contra a discriminação racial se soma às preocupações de todos nós. Um câncer que surpreendentemente ainda atinge nossa sociedade, o racismo foi responsável pela morte do americano George Floyd, motivando o início dos justos protestos não apenas nos Estados Unidos, mas também diversas partes do Mundo, inclusive no Brasil.

     Do outro lado de tudo isso, também temos convivido na igreja com uma teologia triunfalista, um dos ramos da teologia da prosperidade que, muitas vezes, mais confunde do que ajuda as pessoas. Segundo os ensinamentos dessa linha teológica, o cristão tem que viver totalmente isento de problemas e doenças. Caso não vivam assim, é consequência de sua falta de fé ou pecado. Desse modo, geram grande confusão na cabeça das pessoas, levando muitos a se decepcionarem com Deus e a abandonar a Casa do Pai. 

    Quando olhamos para os ensinos bíblicos como um todo, percebemos claramente que o triunfalismo é fruto de uma interpretação distorcida ou equivocada das Escrituras. Evidentemente, temos base bíblico-teológica para orar ao Senhor pedindo-lhe suas bênçãos. Por exemplo, em Lucas 18:1 ao 8, Jesus conta-nos uma parábola na qual nos ensina a orar sempre e nunca desanimarmos.

    Todavia em João 16:33, o Senhor Jesus faz a seguinte declaração, que soa como um alerta para todos nós: “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” – João 16:33. Diante disso, que parece soar como um impasse teológico, quero dizer que entre esses dois ensinos está algo que se chama “soberania divina”.

    Para fundamentar a argumentação, vou convidar você a caminhar comigo pelo capítulo 3 do livro de Daniel. Nele, encontramos a história de três jovens hebreus, cujos nomes são Misael, Ananias e Azarias, os quais haviam sido levados cativos para a Babilônia quando Nabucodonosor invadiu Jerusalém, no ano de 586 antes de Cristo.

    Em determinado momento de seu reinado, Nabucodonosor ordenou que construíssem uma grande estátua de ouro. Assim que ficou pronta, o rei fez uma cerimônia de determinou que quando os músicos tocassem todos deveriam se prostrar diante dela e cultuá-la (v 5). Entretanto, os jovens hebreus não se curvaram diante daquela imagem.  

    Vendo isso, a turma do bocão se aproximou de Nabucodonosor e denunciou os hebreus (v 8 ao 12). Então o rei ficou furioso e mandou chamar os rebeldes. Quando chegaram, questionou-os por que não obedeceram às ordens e determinou-lhes que, ao ouvirem o toque dos instrumentos novamente, se curvassem e prestassem culto à imagem. Do contrário, seriam jogados na fornalha – v 13 ao 16. E disse-lhes mais: “E vos indago: Que deus poderá livrá-los das minhas mãos?”.

    Diante disso, veja com seus próprios olhos a resposta dos rapazes: “Sadraque, Mesaque e Abede-Nego responderam ao rei: Ó Nabucodonosor, não precisamos defender-nos diante de ti. Se formos atirados na fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e ele nos livrará das suas mãos, ó rei. Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não prestaremos culto aos seus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer” – Daniel 3:16-18 –  Versão King James.

    Agora que você já passou a conhecer ou relembrou um pouco dessa história, vamos analisar algumas coisas importantes, em especial aquelas que tratam do entendimento da soberania de Deus e da fidelidade de Ananias, Misael e Azarias. Vamos lá?

    Os jovens não ficaram se defendendo diante do rei. Eles estavam cientes de que seriam mesmo jogados na fornalha. Ainda assim, não ficaram justificando sua fé e decisão. Além disso, demonstraram que realmente conheciam o Deus a quem serviam. Por essa razão, deixaram clara a certeza de que o Senhor podia livrá-los e de que o Pai livrá-los-ia.  

     Por outro lado, também estavam cientes de que o Senhor é soberano, ou seja, exerce o poder, a autoridade e o domínio supremos. Desse modo, pode ou não fazer aquilo que a pessoa espera. Então eles falam: “Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não prestaremos culto aos seus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer”.

     Para mim, é um dos exemplos mais claros de respeito à soberania divina e de fé no meio da adversidade. A vida deles estava em jogo. Seria uma morte cruel, crudelíssima. Já imaginou morrer dessa forma? Contudo, para eles, ainda que isso viesse a acontecer, não prestariam culto àquela imagem. Sabiam que havia algo muito maior do que a vida terrena: a eternidade juntamente com o Senhor.

    A fé deles não estava alicerçada nas coisas que Deus pode fazer ou faz, mas naquilo que o Senhor é. Em outras palavras: estavam cientes de que recebendo ou não livramento da fornalha, ele continuaria sendo Deus e, por esse motivo, digno de confiança e de adoração exclusiva.   

    Agora, gostaria de pedir sua licença para dar um testemunho de família. Meu irmão mais velho era um pastor muito querido e usado nas mãos de Deus. Adoeceu seriamente. Milhares de irmãos em Cristo oravam constantemente, suplicando ao Senhor que o curasse. Ele foi curado da dor, mas morreu aos 39 anos em consequência da doença, que evoluiu e os médicos nada puderam fazer para salvá-lo.

    Por outro lado, minha irmã mais velha, que tinha um problema gravíssimo de coluna, e foi desenganada por muitos médicos, foi agraciada pelo Senhor com um milagre, tempos depois da morte do meu irmão. E, depois de mais de vinte e cinco anos, continua sem problemas na coluna.

     E agora??? Como entender isso? Deus é bom, meio bom ou não é bom? Mesmo sofrendo muito pela perda do meu irmão (principalmente meus pais), continuamos crendo e servindo a Deus com alegria e fé. Faz quase vinte e sete anos que isso aconteceu. Ainda sofremos a dor da saudade. Agora mesmo, estou emocionado ao relatar essa história. Mas entendemos que Deus é soberano. Que continua sendo justo e fiel, embora não respondeu às orações como desejávamos.  

    Outro fato que presenciamos nesses últimos dias foi a morte da cantora cristã Fabiana Anastácio, vítima do covid-19. Mesmo sendo uma mulher de Deus, ela morreu. Muitos outros servos de Deus também morreram. Porém, a respeito dela, muitos incrédulos começaram a escarnecer, questionando sua fé e também o nosso Deus. E talvez isso até deixou alguns cristãos em dúvida, abatidos ou revoltados.

    Talvez você seja uma das pessoas que estão meio confusas ou decepcionadas com Deus por causa de orações não respondidas ou cuja resposta foi diferente do que desejava seu coração. Quem sabe, seja também uma vítima da teologia triunfalista. Por isso, gostaria que lesse com os olhos do coração bem abertos o texto seguinte: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, ao nosso Deus, mas as reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos para sempre, para que sigamos todas as palavras desta lei” – Deuteronômio 29:29. 

    Há coisas que jamais compreenderemos, pois nossa mente é limitada. No entanto, se as analisarmos à luz da Palavra de Deus, o Espírito Santo nos dará o entendimento necessário. E, por certo, uma das coisas que ele nos mostrará é que enquanto estivermos aqui na terra estamos sujeitos a doenças, problemas (financeiros, conjugais, familiares, existenciais), ao desemprego, à incompreensão por parte das pessoas, mesmo as que mais amamos e tantas outras dificuldades. 

     Outra coisa que ele vai nos mostrar é a que Paulo disse: “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas” – Filipenses 3:20,21. Em outras palavras: o mais importante para nós não é uma vida livre de problemas e dificuldades aqui na terra, mas o destino final traçado pelo Pai, isto é, a vida eterna ao lado dele.  

    E, quando soar a última trombeta, acontecerá o que disse o apóstolo João em Apocalipse 21:4: “Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas” –  Apocalipse 21:4. Consegue imaginar esse momento?  

    Para concluir, preciso fazer algumas considerações:

  • Deus livrou aqueles jovens hebreus. Por causa disso, o rei passou a crer no Senhor e determinou que em todo o império babilônico as pessoas servissem ao Deus de Israel.
  • Jamais conseguiremos entender todas as coisas que nos acontecem, uma vez que somos limitados.
  • Deus é soberano e justo. Por isso, ainda que não entendamos, a vontade dele é boa, perfeita e agradável – Romanos 12:2. 
  • O melhor que o Senhor preparou para nós não está aqui nesta vida, mas na eternidade juntamente com ele. Foi para isso que Cristo veio e morreu em nosso lugar.
  • Deus continua sendo Deus, mesmo que as circunstâncias sejam completamente adversas, como lemos em Malaquias 3:6: Porque eu, o Senhor, não mudo”.
  • Mesmo que você tenha dúvidas, decida correr para mais perto do Senhor, não para longe dele: Clame a mim e eu responderei e lhe direi coisas grandiosas e insondáveis que você não conhece” – Jeremias 33:3 – NVI).
  • Siga a instrução de Paulo: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” – 1 Coríntios 15:58.
  • Mantenha sua fé firme no Senhor. Assim você também poderá declarar como o apóstolo Paulo: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” – 2 Timóteo 4:7,8.  
  • Só encontramos refrigério, alívio e descanso para nossa alma em Jesus – Mateus 11:28 ao 30. 

     Por último: aqueles jovens decidiram não se curvar diante da estátua. Então decida não se curvar diante dos deuses deste mundo nem das adversidades, por mais assustadoras que elas pareçam ser ou que de fato sejam, pois em Mateus 28:20, o Senhor Jesus nos diz: “… eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!” –  Mateus 28:20

        Sugestão de música: Deus é Deus (Delino Marçal)

       Assista, no Youtube, ao edificante testemunho do Delino Marçal.

       Link do testemunho: https://www.youtube.com/watch?v=rqkg_tp13vk

Abraão Agradecimento Amar a Deus Amar a si mesmo amigo de deus AMOR DE DEUS Andar com Deus bênção bênção de Deus capacidade Casa na rocha Compromisso Comunhão Coragem CORAÇÃO covid19 cruz Deus Egito Espírito Santo Estudos Bíblicos Feliz Natal Fidelidade Filho de Deus fortalecimento JESUS Jesus Cristo Livre dos temores Mais que vencedores milagres de Jesus Motivação Natal Natal de Jesus PALAVRA DE SABEDORIA palavras de Deus paz de cristo Paz de espírito salvação Segurança Sonhos sucesso Verdades sobre Deus vida abundante Vontade de Deus

 

Tags: , , , , , , , ,

Tempo de refletir

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.” (Eclesiastes 3:1)

20180109_161745

Em maio de 2016, escrevi um artigo chamado “Tempo para tudo”, o qual também está no blog. Naquela ocasião, teci algumas reflexões sobre a importância de administrar adequadamente esse bem precioso chamado tempo, que recebemos de Deus.

Apesar de não fazer tanto tempo que falei desse assunto, senti em meu coração a necessidade de tecer algumas reflexões sobre ele novamente. Deve ser porque nunca houve na geração da qual fazemos parte um momento tão oportuno para promovermos uma viagem dentro de nós mesmos, com o objetivo de avaliarmos ou reavaliarmos alguns conceitos, comportamentos, atitudes e valores até então considerados bons ou “normais”.

Para começar, devo dizer que não vou defender a tese de que o Covid-19 é uma peste ou praga enviada por Deus. Ora, se os estudos de 2007, assinados por diversos cientistas, apontam que esse vírus é comum em determinados animais (o morcego, por exemplo), que ele só contaminou o ser humano porque existem pessoas que os consomem e que havia o risco de uma propagação em massa, eu não seria justo se dissesse que Deus tem responsabilidade nisso (CORONAVÍRUS: O QUE NÃO CONTARAM PARA VOCÊ). Ao contrário, entendo que o próprio homem é responsável pelo que está acontecendo.

Feitas essas considerações, quero “emprestar” a fala de José a seus irmãos, lá no Egito. Por terem sido os responsáveis pelas “desgraças” que aconteceram ao irmão, eles estavam com medo de que ele se vingasse, especialmente a partir daquele momento, porque o pai deles havia morrido. No entanto, José os surpreendeu dizendo o seguinte: “Vós bem intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar em vida a um povo grande” – Gênesis 50:20.

José era um homem de Deus e havia compreendido com precisão que acima da vontade inicial de seus irmãos, a qual era prejudicá-lo, estava a do Senhor, que era abençoá-lo e torná-lo um instrumento de salvação para toda a sua família (pais, irmãos, sobrinhos, cunhados etc.), pois a fome que atingira toda aquela região poderia ter levado todos eles à morte.

Hoje não é diferente. Mesmo que esse mal tenha sobrevindo a nós como consequência de uma falha humana, Deus, que é riquíssimo em misericórdia, conforme declara o apóstolo Paulo em Efésios 2:4, pode transformá-lo em bênção. Porém, isso só será possível se estivermos com os olhos e os ouvidos atentos àquilo que esse caos, para o meio do qual fomos arrastados, têm mostrado e falado.

Diante disso, a primeira reflexão que podemos fazer, e até devemos, deve envolver nossa família. A correria da vida moderna muitas vezes nos faz deixar de investir tempo nela. Veja que eu disse investir e não gastar. Muitos de nós estamos tão preocupados com o sucesso profissional e financeiro, que acabamos por sacrificar o tempo com o cônjuge e com os filhos. E até certo ponto é necessário e justificável. Contudo, quando isso começa a gerar conflitos, a perda dos vínculos e, consequentemente, o afastamento (embora às vezes continuem vivendo sob o mesmo teto), é hora de rever os valores e as prioridades. E, se ainda não havia caído a ficha, este momento é bem oportuno e propício para ver como a convivência familiar é importante e necessária para um ajudar e apoiar o outro. E mais: para um sentir que precisa do outro.

A segunda reflexão a fazer está diretamente relacionada à necessidade de perceber o quanto nosso trabalho é importante, mas também o do outro. Geralmente não paramos para pensar sobre o quanto é fundamental o serviço do caminhoneiro, do profissional da saúde e de tantos outros. Pior ainda: valorizamos excessivamente a ocupação de algumas pessoas, sem nos dar conta de que as mais necessárias ficam deixadas de lado – I Coríntios 12: 12 ao 27 – e a sociedade é parecida com a Igreja do Senhor.

A terceira é que Read the rest of this entry »

 

Tags: , , , , , , , ,

Paz em meio à tempestade

“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus.” (Filipenses 4:7)

paz tempestade

Uma das coisas que mais afligem e causam danos às pessoas é o medo.  Dentre os diversos tipos que existem, certamente o que é provocado pela incerteza de qual e como será o futuro é um dos que mais atormentam um indivíduo.

No entanto, infelizmente, não é apenas ele. Há muitos outros causadores de estragos como, por exemplo: fobia social (medo de conviver em sociedade), claustrofobia, síndrome do pânico, a qual é o estágio mais avançado do medo etc., etc., etc…

Provavelmente seja por essa razão que encontramos tantas vezes nas Escrituras Sagradas a expressão “não temas” e muitas outras com sentido equivalente.

Por ser um mal tão presente em nossos dias, quero compartilhar com você uma palavra dita aos discípulos por Jesus, o Príncipe da paz, a fim de colhermos as pérolas reservadas a nós pelo Senhor. Ela está registrada em João 14:1, onde lemos: “Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim”.

Mas… por que Cristo disse essa palavra?

O Senhor sentiu a necessidade de proferi-la porque ia falar a eles que seria preso, crucificado, morto, ressuscitaria e depois voltaria para o céu. Ele sabia que isso iria deixá-los confusos, inseguros e profundamente temerosos em relação ao que lhes aconteceria, pois estavam acostumados com a presença de seu Mestre e com a proteção, o conforto e a segurança que ele lhes propiciava.

Dizendo isso, eles ficariam sem rumo, sem chão. Porém o Senhor se antecipou e lhes trouxe logo esse conforto de que tanto careciam.

Primeiro ele disse: “Não se perturbe o coração de vocês…”. Ou seja: vocês não precisam ficar preocupados, aflitos, confusos, intranquilos, desnorteados, desassossegados, alterados. Em suma: em situação de caos interior.

Muitas vezes, também nos falam algo semelhante ou até o mesmo quando estamos imersos numa adversidade e temerosos em relação ao amanhã. Entretanto não podem ir muito além dessas palavras. Pouco ou nada podem fazer por nós. Logo tais declarações são apenas paliativas. Não são um remédio eficaz contra nossas feridas e preocupações.

Não é fácil não ficar com o coração turbado. Mesmo para cristãos fiéis não é, especialmente em situações que nos fazem sentir como se de repente o chão fosse tirado de sob nossos pés, como temos vivido agora por causa do Covid-19 e de suas respectivas consequências.

Pense, por exemplo, em uma pessoa totalmente saudável a qual repentinamente recebe o diagnóstico médico de que está com o Coronavírus ou um câncer devastador. É fácil?

Pense num pai de família que está bem empregado e vai feliz para o trabalho. Mas naquele dia fatídico é informado de que não faz mais parte do quadro de funcionários da empresa, isto é, está demitido. É fácil?

Pense naquele indivíduo que é perfeito física e intelectualmente falando e sofre um acidente, o qual o faz ficar deficiente, talvez paraplégico ou mesmo tetraplégico. É fácil?

Pense num cônjuge, cujo casamento, segundo o seu parecer, é sólido, perfeito, feliz, confiável e, em dado momento, descobre que está sendo covardemente traído e tremendamente humilhado publicamente pela pessoa a quem ama e que dizia amá-lo também. Pense que ela descobriu da pior forma que havia construído seu castelo sobre a areia. É fácil?

Mil vezes, não! É revoltante! É desesperador! É mais do que o suficiente para cair numa depressão profunda ou para jogar tudo para o alto! Para amaldiçoar seu Deus e morrer (mesmo que seja espiritualmente), como disse a mulher de Jó quando ele havia, aparentemente, perdido tudo, inclusive o amor do Senhor (Jó 3:9,10).

No entanto, é justamente para esses que Jesus está dizendo: “Não se perturbe o coração de vocês…”.

Não é fácil não ficar perturbado. É necessário exercitar a cada dia a fé, a confiança, a persistência e uma viva esperança em Deus. E diariamente matar não um, mas Read the rest of this entry »

 

Tags: , , , , , , ,

Ver ou conhecer Jesus?

zaqueu e jesus

“Zaqueu, desça depressa, porque, hoje, me convém pousar em sua casa.” (Lucas 19:5)

Como já disse em outros artigos, Jesus sempre estava em movimento. O que não significa, porém, que ele vivia numa correria desenfreada. Ao contrário, tudo era feito com planejamento e sabedoria, com o propósito de alcançar com a mensagem do evangelho, ou seja, com as boas-novas de salvação a maior quantidade de pessoas possível.

Em uma dessas ocasiões, o Mestre havia decidido ir a Jericó. Estando já perto dessa cidade, um cego chamado Bartimeu soube que era ele quem passava por ali e clamou com insistência por misericórdia, sendo atendido prontamente pelo Senhor, que o curou de sua cegueira – Lucas 18:35 ao 43.

A seguir, vemos Cristo entrando em Jericó. E, tendo entrado na cidade, ia passando. Havia ali, um homem chamado Zaqueu, o qual era cobrador de impostos, que queria vê-lo. No entanto, como era de pequena estatura, correu e subiu numa figueira brava, pois a multidão o impediria de ver o Senhor – Lucas 19:1 ao 5.

Naquele tempo, os cobradores de impostos, também chamados de publicanos, eram detestados pelos judeus, porque frequentemente se envolviam com corrupção e cobravam mais do que deviam. Além disso, muitos deles eram judeus; por isso, o povo os considerava como traidores da pátria. Desse modo, não se “encaixavam” nem entre seus compatriotas nem entre os romanos.

Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e disse para Zaqueu descer depressa. A partir desse momento, a vida desse homem começaria a seguir um novo rumo. Apesar de a Bíblia não registrar por que ele desejava ver o Mestre, podemos formular algumas hipóteses, considerando todo o contexto no qual esse fato ocorre.

Uma delas é que ele já ouvira falar dos grandiosos feitos do Senhor. Em Mateus 9:31, lemos que a fama dele foi divulgada por toda aquela terra. Portanto, é possível ou provável que, enquanto fazia suas cobranças, Zaqueu tenha escutado o relato das maravilhas operadas por Jesus, despertando nele algo que move o mundo há muito tempo: a curiosidade de ver de perto aquele homem.

Outra suposição é que esse homem, mesmo tendo uma ótima condição financeira, resultante de seu ofício, sentia-se com um grande vazio interior, não tinha paz de espírito, vivia tomado pela solidão e não enxergava nenhum sentido para sua vida. Assim, ao escutar as histórias dos milagres, brotaram em seu coração uma fagulha de fé e uma grande esperança de que tudo podia ser diferente.

Assim, quando o Mestre lhe dirigiu a palavra, desceu rapidamente e o recebeu com júbilo, ou melhor, com uma alegria extrema – Lucas 19:6. A Edição Revista e Corrigida diz que ele recebeu Jesus gostoso. Prefiro essa tradução, porque transmite a ideia de que Zaqueu teve um enorme prazer em receber o Senhor.

Mas, como sempre, a turma do bocão logo se apresentou e começou a criticar Cristo, dizendo que ele iria ser hóspede de um homem pecador. Contudo, Jesus sabia muito bem quem era e o que viera fazer. Por esse motivo, não deu nenhum crédito para tais murmuradores. Antes, dedicou total atenção a Zaqueu.

Nesse ponto, preciso dizer-lhe algumas coisas importantes. Muitas vezes, quando estamos fazendo o que a grande maioria faz, mesmo que estejamos errados, não recebemos críticas (às vezes, somos aplaudidos de pé). Entretanto, se decidirmos fazer o que é certo, ou seja, seguir as instruções do Senhor, logo se levanta a turma do bocão para apontar o dedo, chamar de caretas, de fanáticos e de outros adjetivos depreciativos. Todavia, como disse o apóstolo Pedro e os demais apóstolos, em certa ocasião na qual estavam sendo julgados injustamente: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” – Atos 5:29.

Não posso deixar de mencionar que nesse ponto a presença de Jesus já havia tocado profundamente a vida desse homem. Desse modo, mesmo que o Senhor não lhe fizera nenhuma acusação ou cobrança, ele se levantou e disse: “Olha, Senhor! Estou dando a metade dos meus bens aos pobres; e se de alguém extorqui alguma coisa, devolverei quatro vezes mais” – Lucas 19:8.

É bom destacar que em nenhum momento a Bíblia diz que Zaqueu era ladrão ou corrupto. Embora muitos cobradores de impostos fossem, não se pode afirmar que ele era. No entanto, a presença do Senhor certamente o fez se reconhecer como pecador e despertou nele a sede de fazer o que era certo. Inclusive caíram por terra seu egoísmo e sua ganância, os quais deram passagem para a entrada do altruísmo (amor desinteressado ao próximo) e da generosidade também, conforme lemos no versículo 8.

É sempre assim. Quando temos um encontro pessoal com o Senhor, caem as escamas que provocam cegueira e nossa visão espiritual é ampliada. Logo, brota em nosso coração a consciência de que somos falhos e o desejo de fazer o que é correto. Por certo, foi por isso que o apóstolo Paulo declarou em II Coríntios 5:17: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”.

Na sequência, vemos o Mestre fazer a seguinte declaração: “Hoje, veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” – Lucas 19:9 e 10. Ao dizer isso, Cristo está reconhecendo que Zaqueu foi sincero em suas declarações. Afinal, ele conhecia muito bem o que se passava no coração e na mente das pessoas com quem ele dialogava.

Por outro lado, os fariseus e outras pessoas presentes naquela ocasião só tinham pedras para jogar em Zaqueu, pois conseguiam ver apenas o exterior, baseados em seus próprios conceitos ou preconceitos. Hoje também somos assim. Por isso, quando alguém que levava uma vida totalmente fora daquilo que é correto decide mudar de vida, nós nos juntamos à turma do bocão e ao grupo dos atiradores de pedras. E nos esquecemos de que a salvação também pode chegar à casa dessa pessoa, porque ela também foi criada à imagem e semelhança de Deus.

Outra coisa de que não nos lembramos é que “Jesus veio buscar e salvar o que se havia perdido”. Ele não veio para aqueles que se consideram bonzinhos ou santinhos de acordo com seus próprios conceitos e critérios. Antes, veio para os que estavam ou estão fora da curva e que se reconhecem carentes da graça e do perdão de Deus.

Em Lucas 5:31 e 32, vemos o Senhor falando: “Não necessitam de médico os que estão sãos, mas sim os que estão enfermos. Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores, ao arrependimento”. Se olharmos o versículo anterior, veremos os fariseus (e sempre há fariseus em nosso meio) murmurando contra Jesus porque estava no meio dos publicanos. Evidentemente, não era para fazer o que eles faziam de errado, mas Read the rest of this entry »

 

Mais que boas intenções

pedro chora

Pedro respondeu: “Ainda que todos te abandonem, eu nunca te abandonarei!”          (Mateus 26:33)

Faz algum tempo que o tema sobre o qual vou conversar com você tem passeado pela minha cabeça. E, quando isso acontece, começo a dar mais atenção e importância a ele, por entender que Deus quer falar alguma coisa comigo e com sua vida também.

Para situar você, vamos conhecer ou relembrar o contexto no qual Pedro disse a frase presente no texto de abertura, a qual faz parte do seguinte episódio, registrado em Mateus 26:17 ao 35: Estava chegando o dia da Festa dos Pães Asmos e os discípulos perguntaram ao Senhor onde ele queria que eles preparassem a comida da Páscoa. Então, o Mestre os orientou sobre esse assunto com muita precisão.

Mais tarde, quando se reuniram para essa celebração, Jesus disse-lhes que um deles iria traí-lo. Evidentemente, isso os entristeceu e cada um começou a se questionar se seria ele próprio o traidor. Então o Mestre revelou que seria Judas Iscariotes. Depois, todos comeram, beberam, cantaram um hino e saíram para o Monte das Oliveiras.

A partir desse momento, o Senhor começa a falar claramente sobre o que vai acontecer. Assim, Pedro, sempre o mais afoito, disse: “Ainda que todos se escandalizem em ti, eu nunca me escandalizarei” – Mateus 26:33. Ou, como fala a Nova Versão Internacional, “Ainda que todos te abandonem, eu nunca te abandonarei”.

Quando olho para esse texto, não posso deixar de admirar esse homem. Ao dizer isso, ele revela o quanto amava o Mestre e reconhecia sua importância na vida dele e dos outros também. Por certo, andar com o Senhor tinha ressignificado sua vida, isto é, atribuído um novo sentido a ela.

Talvez, antes de conhecer Jesus, ele vivia sem esperança, com um vazio interior inexplicável e realizava seus afazeres cotidianos de forma mecânica, simplesmente porque era obrigado a fazê-los. Afinal, precisava trabalhar, sustentar a casa, pagar os impostos… precisava sobreviver naquele mundo injusto e cruel, dominado pelos romanos.

Por isso, ao ouvir o Mestre falar “aquelas coisas”, imediatamente reagiu daquela forma. Ele foi impulsionado pelas boas intenções existentes em seu coração. E creio piamente que Pedro estava sendo 100% sincero ao declarar que ainda que todos abandonassem o Senhor, ele nunca o abandonaria.

É aqui que está o xis da questão. Ele falou movido pelas boas intenções; porém, elas não são suficientes. Diante do caos ou das adversidades em geral, precisamos mais do que isso para ficar ao lado de Cristo. Quantas vezes nós também prometemos alguma coisa ao Senhor, com sinceridade, entretanto, quando não sai do nosso jeito, fracassamos e não cumprimos a promessa, não é mesmo?

Diante disso, conhecendo profundamente a alma humana, o Senhor o alertou, dizendo:  Asseguro-lhe que ainda esta noite, antes que o galo cante, três vezes você me negará” – Mateus 26:34. E o Mestre não estava sendo rude. Somente tentou mostrar que Pedro ainda não tinha uma compreensão correta do que aconteceria, nem estava pronto para enfrentar a situação caótica que presenciaria. Não porque ele era covarde, mas por ser humano como qualquer outra pessoa; por isso, falível. E Simão precisava conhecer sua fraqueza, para vencê-la.

Por não se conhecer direito, ele faz mais uma declaração corajosa: “Mesmo que seja preciso que eu morra contigo, nunca te negarei”. E todos os outros discípulos disseram o mesmo – Mateus 26:35. Ao fazerem isso, os demais também demonstraram que não tinham noção de suas fraquezas e limitações. Que coisa! Esses homens me fazem lembrar de pessoas conhecidas nossas. De quem? De nós mesmos!!!

Se prosseguirmos lendo a história, veremos que Judas realmente traiu o Senhor, que Jesus foi preso, que Pedro ainda teve mais uma atitude corajosa tentando “salvar” Jesus e que todos os discípulos fugiram com medo de serem pegos pelos soldados romanos.

Quando chegamos ao versículo 69, novamente Pedro entra na história. No entanto, não é mais aquele homem destemido, o qual disse que mesmo que fosse preciso morrer, nunca negaria Jesus. Agora, está amedrontado e, quando uma criada se aproximou dele e afirmou: “Você também estava com Jesus, o galileu”, ele negou diante de todos, declarando: “Não sei do que você está falando” – Mateus 26:70.

Veja o que registra o texto na sequência: “Depois, saiu em direção à porta, onde outra criada o viu e disse aos que estavam ali: “Este homem estava com Jesus, o Nazareno”. E ele, jurando, o negou outra vez: “Não conheço esse homem! – Mateus 26:71 e 72.

Observe que a princípio ele apenas negou a Jesus (Se é que posso dizer apenas.). Já no segundo momento, ele jurou que não conhecia o Senhor. Nesse ponto, o medo havia devorado sua coragem e temeu por sua vida. Não era para menos. Afinal, ele tinha visto, de longe, o que estavam fazendo com Aquele que se mostrara poderoso e que se tornara a esperança de uma vida melhor, sem a opressão romana. Mas não parou por aí.

Leia você mesmo as palavras do evangelista Mateus relatando o que aconteceu na sequência: “Pouco tempo depois, os que estavam por ali chegaram a Pedro e disseram: “Certamente você é um deles! O seu modo de falar o denuncia”.
Aí ele começou a se amaldiçoar e a jurar: “Não conheço esse homem!” Imediatamente um galo cantou
” – Mateus 26:73 e 74.

Agora, ele desceu mais um degrau, revelando a fragilidade humana: começou a se amaldiçoar e a jurar. Aqui, há uma revelação de quem somos nós diante da adversidade. Contudo, não pense que estou julgando e condenando Pedro. Provavelmente, nós faríamos o mesmo ou, pelo menos, algo semelhante. Talvez, até pior.

No final do versículo 74, Mateus nos diz que “imediatamente o galo cantou”. Aí a casa caiu. Veja: “Então Pedro se lembrou da palavra que Jesus tinha dito: “Antes que o galo cante, você me negará três vezes”. E, saindo dali, chorou amargamente”.

O cantar do galo entra no coração desse homem como uma espada afiada Read the rest of this entry »

 

Tags: , , , ,

 
%d blogueiros gostam disto: