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Paz em meio à tempestade

09 abr

“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus.” (Filipenses 4:7)

paz tempestade

Uma das coisas que mais afligem e causam danos às pessoas é o medo.  Dentre os diversos tipos que existem, certamente o que é provocado pela incerteza de qual e como será o futuro é um dos que mais atormentam um indivíduo.

No entanto, infelizmente, não é apenas ele. Há muitos outros causadores de estragos como, por exemplo: fobia social (medo de conviver em sociedade), claustrofobia, síndrome do pânico, a qual é o estágio mais avançado do medo etc., etc., etc…

Provavelmente seja por essa razão que encontramos tantas vezes nas Escrituras Sagradas a expressão “não temas” e muitas outras com sentido equivalente.

Por ser um mal tão presente em nossos dias, quero compartilhar com você uma palavra dita aos discípulos por Jesus, o Príncipe da paz, a fim de colhermos as pérolas reservadas a nós pelo Senhor. Ela está registrada em João 14:1, onde lemos: “Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim”.

Mas… por que Cristo disse essa palavra?

O Senhor sentiu a necessidade de proferi-la porque ia falar a eles que seria preso, crucificado, morto, ressuscitaria e depois voltaria para o céu. Ele sabia que isso iria deixá-los confusos, inseguros e profundamente temerosos em relação ao que lhes aconteceria, pois estavam acostumados com a presença de seu Mestre e com a proteção, o conforto e a segurança que ele lhes propiciava.

Dizendo isso, eles ficariam sem rumo, sem chão. Porém o Senhor se antecipou e lhes trouxe logo esse conforto de que tanto careciam.

Primeiro ele disse: “Não se perturbe o coração de vocês…”. Ou seja: vocês não precisam ficar preocupados, aflitos, confusos, intranquilos, desnorteados, desassossegados, alterados. Em suma: em situação de caos interior.

Muitas vezes, também nos falam algo semelhante ou até o mesmo quando estamos imersos numa adversidade e temerosos em relação ao amanhã. Entretanto não podem ir muito além dessas palavras. Pouco ou nada podem fazer por nós. Logo tais declarações são apenas paliativas. Não são um remédio eficaz contra nossas feridas e preocupações.

Não é fácil não ficar com o coração turbado. Mesmo para cristãos fiéis não é, especialmente em situações que nos fazem sentir como se de repente o chão fosse tirado de sob nossos pés, como temos vivido agora por causa do Covid-19 e de suas respectivas consequências.

Pense, por exemplo, em uma pessoa totalmente saudável a qual repentinamente recebe o diagnóstico médico de que está com o Coronavírus ou um câncer devastador. É fácil?

Pense num pai de família que está bem empregado e vai feliz para o trabalho. Mas naquele dia fatídico é informado de que não faz mais parte do quadro de funcionários da empresa, isto é, está demitido. É fácil?

Pense naquele indivíduo que é perfeito física e intelectualmente falando e sofre um acidente, o qual o faz ficar deficiente, talvez paraplégico ou mesmo tetraplégico. É fácil?

Pense num cônjuge, cujo casamento, segundo o seu parecer, é sólido, perfeito, feliz, confiável e, em dado momento, descobre que está sendo covardemente traído e tremendamente humilhado publicamente pela pessoa a quem ama e que dizia amá-lo também. Pense que ela descobriu da pior forma que havia construído seu castelo sobre a areia. É fácil?

Mil vezes, não! É revoltante! É desesperador! É mais do que o suficiente para cair numa depressão profunda ou para jogar tudo para o alto! Para amaldiçoar seu Deus e morrer (mesmo que seja espiritualmente), como disse a mulher de Jó quando ele havia, aparentemente, perdido tudo, inclusive o amor do Senhor (Jó 3:9,10).

No entanto, é justamente para esses que Jesus está dizendo: “Não se perturbe o coração de vocês…”.

Não é fácil não ficar perturbado. É necessário exercitar a cada dia a fé, a confiança, a persistência e uma viva esperança em Deus. E diariamente matar não um, mas muitos leões. Contudo não se pode esquecer que nesses momentos mais cruéis o Pai está conosco e nos conforta dizendo: “Pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos te tenho gravado…” (Isaías 49:15,16).

A seguir, o Mestre falou: “Creiam em Deus; creiam também em mim”. Por que ele disse primeiro em Deus? Porque o Pai fizera muitíssimas promessas aos israelitas, as quais havia cumprido à risca e dissera muitas vezes ao longo da História de Israel: “Não temas”. Agora era a vez de também crerem no Filho, que estava ali como o Emanuel – Deus conosco – e que daria sua própria vida por eles como a maior prova de amor que alguém pode demonstrar. Portanto, o que tinham a fazer era confiar irrestritamente nele.

Da mesma maneira, o Senhor fala conosco hoje: “Não se perturbe o seu coração. Creiam em Deus; creiam também em mim”. Mas por que ele diz isso?

Porque o Senhor não muda (Malaquias 3:6).

Porque passará o céu e a terra, mas as palavras dele não hão de passar (Mateus 24:35).

Porque para Deus não há nada impossível (Lucas 1:37).

Porque o Pai conhece a nossa estrutura (física, emocional, psicológica, espiritual, financeira, conjugal, familiar e todas as demais) e lembra-se de que somos pó, isto é, limitados, falíveis e, consequentemente, carentes da sua graça, ou seja, do seu favor (Salmo 103:8 ao 14).

O Senhor não apenas conhece e se lembra disso. Quando o salmista declarou essa palavra, quis dizer, na verdade, que o Senhor pode interferir de forma positiva em nossa vida e auxiliar-nos em todas as situações caóticas que vivenciarmos.

Vale lembrar ainda que no Salmo 139 lemos que Deus nos teceu no ventre da nossa mãe e conhece tudo a nosso respeito. Logo tem o poder de socorrer-nos em todas as adversidades pelas quais passarmos. Ele pode, como uma tecelã que faz e refaz a sua obra, desfazer-nos para refazer-nos melhor. Como o oleiro, pode refazer o vaso que caiu da sua mão e se quebrou (Jeremias 18:1 ao 6).

Outro lembrete extremamente relevante é que Cristo foi semelhante a nós em todos os aspectos (menos no que diz respeito ao pecado) e, por esse motivo, pode socorrer-nos quando estivermos em perigo, à deriva no mar tempestuoso (Hebreus 2:17,18).

Sendo assim, ainda que o nosso coração se perturbe por causa das tempestades da vida e que nossa alma se abata, como ocorreu com o salmista (Salmo 42:1 ao 8), podemos e devemos dizer como ele: “Contudo o Senhor mandará de dia a sua misericórdia, e de noite a sua canção estará comigo: a oração ao Deus da minha vida” (versículo 8), uma vez que temos um sumo sacerdote, Jesus, que pode compadecer-se das nossas fraquezas e mudar o curso da nossa vida presente e também futura. Por essa razão, devemos chegar com confiança ao trono da graça, a fim de achar graça e ser ajudados em tempo oportuno (Hebreus 4:15,16).

Para encerrar com chave de ouro, quero que leia, releia quantas vezes forem necessárias e reflita sobre Isaías 41:10 e também 50:10b, onde o Senhor nos faz a seguinte promessa: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus: eu te fortaleço, eu te ajudo, e te sustento com a minha forte mão”  e “Quando andar em trevas, e não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor e firme-se sobre o seu Deus”.

 

Sugestão de música: Gabriela Rocha – Creio Que Tu és a Cura

 

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