“Onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração.” (Mateus 6:21)
Diz uma fábula que certa vez um galo estava ciscando o terreiro à procura de comida e encontrou uma pérola. Decepcionado, fez o seguinte comentário: “De que me adianta, se estou com fome? Melhor seria ter encontrado alguns grãos de milho”.
Como sabemos, fábula é um gênero textual de caráter metafórico, cujos personagens são, normalmente, animais ou objetos que representam seres humanos e seus respectivos sentimentos, comportamentos, ações e reações, vícios e virtudes. Além disso, sempre traz uma lição de moral.
Ao refletir sobre os ensinamentos de Jesus e sobre essa fábula, decidi fazer algumas considerações a respeito da pérola mais preciosa que alguém pode encontrar ou ganhar de presente: a salvação eterna, conquistada pelo Senhor na cruz do Calvário.
A primeira é que aquele galo não soube reconhecer o valor daquela jóia, porque seus olhos e coração estavam voltados simplesmente para uma necessidade física, imediata e comum. Sua atenção estava voltada exclusivamente para seu estômago e para o chão, o que o impossibilitou de enxergar algo que transcendia o imediatismo e que lhe daria condições de adquirir não apenas alguns poucos grãos de milho, mas, sim, todo o milharal. Assim, seu conceito de valor e seu discernimento ficaram muito aquém do que o ideal. Ficaram totalmente comprometidos. E isso certamente lhe trouxe prejuízos incalculáveis, pois, ao fixar seus olhos em algo efêmero e medíocre, deixou de vislumbrar e de viver todos os benefícios que aquela pérola lhe traria.
Comparando esse personagem com o ser humano, verificamos que possuem muito em comum. Muitas vezes, nossos olhos e coração estão tão voltados para o chão das necessidades cotidianas, imediatas e passageiras que deixamos de ver, experimentar e viver coisas maiores mais duradouras, mais significativas. Dentre elas, podemos destacar a salvação da nossa alma – a pérola de valor incalculável.
É evidente que a nossa vida secular coloca diante de nós necessidades e conquistas que também são assaz valiosas: um emprego, uma faculdade, um casamento, filho(s), carro, casa e outros. Contudo, nenhuma dessas assemelham-se à salvação, ao nosso relacionamento com Deus.
Muitas pessoas até fazem ou fizeram esse julgamento temerário, supondo que drogas, sexo, aquisição de bens, acúmulo de riquezas, fama, sucesso ou mesmo conceitos religiosos eram o verdadeiro tesouro que podiam possuir. No entanto, descobriram, às vezes do jeito mais doloroso, como num momento de perdas, que apenas de si mesmas tais coisas não trazem o sentimento de realização e, conseqüentemente, a felicidade almejada. Inúmeros destes vão embora desta vida sem possuírem de fato a pérola-mor.
Por certo foi por esse motivo que, ao se referir às conquistas terrenas sem Deus, Cristo fez o seguinte questionamento: “Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mateus 16:24).
Ainda tratando desse tema tão relevante, ele contou uma parábola sobre um homem rico, cuja propriedade havia produzido uma colheita abundante. Nela, esse cidadão parece estar encantado e orgulhoso a ponto de dizer a si mesmo: “Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos: descansa, come, bebe e folga”. Então Deus disse-lhe: “Louco, esta noite pedirão a tua alma; e o que tens preparado para quem será?” (Lucas 12:16 ao 21).
Em outra ocasião, o Mestre comparou a aquisição da salvação a um negociante que busca boas pérolas e, achando uma de grande valor, foi e vendeu tudo quanto tinha, e a comprou. Observe que esse indivíduo conseguiu enxergar o quanto aquela jóia valia. Por isso, ela mereceu da parte dele todo aquele investimento.
Por que a salvação eterna é comparada a uma preciosidade dessas? Ou ainda: por que a salvação deve ser valorizada acima de qualquer bem matéria ou imaterial?
Para essa indagação Pedro, o apóstolo, tem uma resposta fantástica: “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, com de um cordeiro imaculado e incontaminado” (I Pedro 1:18,19).
Percebeu quão grande valor Deus atribuiu à salvação da nossa alma? Não havia nada mais precioso do que a vida de seu filho para investir em nós. Por isso, Ele o deu para morrer por toda a espécie humana.
Seria, então, razoável de nossa parte subestimarmos aquilo que o Senhor superestimou?
Para o ímpio, isto é, para aquele que não teme a Deus, o que Jesus fez tem tanto valor como a pérola teve para o galo da história: nenhum. E para você, acaso tem?
Tenho por certo que é imprescindível e urgente que cada um de faça uma autoavaliação, a fim de que possa verificar qual é a pérola mais valiosa para nós, pois existem muitas e não raramente as consideramos tão parecidas que atribuímos valor igual ou semelhante, o que se constitui num imenso engano. Num engano fatal. Não há nada que se compare à salvação eterna conquistada por Jesus com o seu próprio sangue.
Para encerrar, quero novamente deixar registrada a advertência feita por Cristo: “Onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração”.
Eliézer
24/04/2010 at 09:13
achei maravilhoso não tenho nem palavras para descrever
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