Quero que valorize(ouça)
Uma das histórias bíblicas mais fantásticas e instruidoras é a dos doze espias enviados por Moisés à terra de Canaã, como vemos registrado em Números, capítulos 13 e 14. Com ela, podemos aprender inúmeras verdades sobre nós mesmos e sobre Deus.
Para entendermos melhor, vamos conhecer um pouco a respeito desses homens, do critério de escolha e a função. Cada um deles pertencia a uma das doze tribos e era considerado “príncipe” da sua família. Portanto, somos levados a crer que eram pessoas de destaque (Talvez, pela força, coragem ou espírito de liderança. O mais provável é que possuíam os três atributos mencionados) e da confiança dos seus. A função de cada um era observar atentamente a terra e seus habitantes e elaborar um relatório detalhado do que veriam, a fim de que os israelitas se preparassem adequadamente para conquistá-los.
Como vemos pelo texto, eles foram, permaneceram lá o tempo que fora determinado e voltaram. Quando chegou o momento de relatarem o que viram, as diferenças ficaram patentes.
Dez desses homens, apesar de terem visto as mesmas coisas que os demais, se ativeram apenas aos aspectos negativos. Por causa disso, declararam: “A terra realmente é muito boa, mas é terra de gigantes. E éramos aos nossos olhos como gafanhotos e também o éramos aos olhos deles”.
Somente dois deles, Josué e Calebe, não se enxergaram como gafanhotos. Isso equivale a 16,66%, que se contrapõe aos outros 83,33%.
Não significa, no entanto, que os dois eram tolos ou ingênuos. Ao contrário, eram os únicos sábios do grupo de espias, sua visão não estava focada nas pessoas ou circunstâncias, mas, sim, Naquele que lhes prometera dar por possessão eterna aquela terra.
Faz-se necessário, então, fazer algumas considerações relevantes a todo aquele que quer ver-se como um campeão de Deus, não como um gafanhoto.
A primeira delas: se quisermos transformar “gigantes” em “pão”, é preciso entender adequadamente a orientação divina. O Senhor havia dito que a missão deles era espiar a terra. Em nenhum momento foi falado a eles que conquistariam aquele povo e território sozinhos, contando única e exclusivamente com suas armas e perícia em guerra, o que, aliás, nem possuíam como era necessário. Afinal, não eram guerreiros. No entanto, por não terem interpretado corretamente a orientação divina, entraram em pânico e fizeram declarações que alarmaram e revoltaram os israelitas. Portanto, a primeira conclusão à que chegamos é: não entender o que Deus fala ou entender de modo equivocado traz prejuízos a si próprios e também às pessoas com as quais convivemos.
Em segundo lugar: caso queiramos transformar “gigantes” em “pão”, devemos nos mover pelo que o Senhor disse, não por aquilo que os nossos olhos vêem, nossos ouvidos ouvem, nossa mente pensa, nosso coração sente. A promessa do Pai era dar-lhes aquele território. Logo, Ele mesmo providenciaria meios para que houvesse a concretização dela. Ao homem caberia tão-somente crer, confiar e seguir à risca as determinações Dele.