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MAL DE ALZHEIMER

27 out

 doença degenerativa

                 O mal de Alzheimer é uma doença degenerativa terrível, cuja descoberta é relativamente nova (Aloysius Alzheimer (1864-1915) em 1907 publicou sua descoberta e  o seu mestre Emil Kraepelin cria em 1910 o epônimo “Mal de Alzheimer”). Um de seus sintomas mais intrigantes é a perda da memória de curto prazo. Ou seja: quem é vítima dessa moléstia se esquece rapidamente dos fatos mais recentes.

         Outro aspecto intrigante é que a pessoa portadora dela tem momentos de perfeita lucidez e consciência do que ocorre ao seu redor, especialmente no que tange a informações registradas há muito tempo por seu cérebro. Nesses momentos, o indivíduo é capaz de relembrar detalhadamente de acontecimentos que até pessoas totalmente saudáveis não conseguem.

         Entretanto, meu objetivo aqui não é falar sobre esse mal que atinge tantas pessoas em nossos dias. Aliás, nem posso, uma vez que não sou especialista nessa área e, mesmo os que são, ainda não conseguiram decifrar por completo tudo o que diz respeito a ela. Meu propósito aqui é fazer uma analogia entre essa enfermidade e o que ocorre conosco em relação às promessas de Deus para nós, pois são muito semelhantes.

         Talvez, você esteja pensando: “Em que sentido?”. Então, quero convidá-lo a mergulhar comigo nos relatos bíblicos sobre a relação de Deus com o homem e do homem com Deus. Transportemo-nos, portanto, lá para o início da história da humanidade, a fim de podermos entender melhor o que pretendo dizer.

         Ao criar o primeiro casal, o Senhor preparou o melhor lugar para que vivessem confortavelmente. Após a queda, quando tudo parecia perdido, Deus lhes fez a promessa que da semente da mulher Ele levantaria alguém que pisaria a cabeça    da serpente. E continuou a fazer promessas a seus filhos. Foi assim com Noé, com Abraão, com Moisés e assim sucessivamente.

         Penso ser fundamental lembrar que dentro do “pacote da economia do Pai” há promessas para todas as áreas da nossa vida e para todas as situações que vivenciaremos: saúde (física, mental e espiritual), proteção, prosperidade (financeira, conjugal, profissional, familiar, etc.) e todas as demais de que temos consciência, ou não.

         Apesar disso, a história do povo de Israel, que exemplifica muito bem a nossa, mostra que o povo era constantemente acometido pelo “mal de Alzheimer espiritual”, isto é, perdia a memória e, conseqüentemente, a consciência de que aquele que prometeu era fiel e poderoso para cumprir.

         Vejamos, pois, algumas dessas ocorrências: Ao chamar Abraão, Deus prometeu que faria dele uma grande nação, abençoá-lo-ia e engrandeceria o nome dele. Declarou também que nele seriam benditas todas as famílias da terra e que lhe daria por herança eterna Canaã (Gênesis 12).

         E, como vemos nas Escrituras, cada promessa foi se cumprindo exatamente conforme Deus dissera. Porém, com o passar dos anos e com as adversidades que sobrevieram, o povo começou a agir como se não soubesse das promessas e da fidelidade de quem as fizera. Assim, todas as vezes que surgia um obstáculo, em vez de se lembrar daquilo que o Altíssimo prometera, de todas as experiências que já tinham vivido, dos livramentos, da provisão, da proteção e das demais bênçãos, agia como se Deus fosse um mentiroso ou se fosse limitado e, por conseguinte, não pudesse cumprir suas promessas e começava a murmurar, a fazer aliança com povos pagãos, a ir atrás de deuses pagãos. Esquecia-se de que “Deus não é o homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?” (Números 23:19,20).

         Procedendo dessa forma, provocava a ira do Senhor, entristecia o coração Dele e atraía maldição sobre si e seus descendentes. Muitas vezes era vencido nas guerras e levado como escravo. Logo, o preço que pagava por suas decisões equivocadas era altíssimo.

         Como eu disse anteriormente, nossa história é muito parecida com a dos israelitas. Por isso, gostaria de dizer para você que uma enorme demonstração de sabedoria de alguém é a capacidade de aprender com os seus próprios erros ou com os de outrem. E também que nas Escrituras encontramos homens e mulheres que não sofriam desse mal, ou que talvez até tenham sido vítimas dele, mas que decidiram ser e agir de modo diferente.

         Então, quero convidá-lo a refletir um pouco sobre o que disse Jeremias em Lamentações 3:20 ao 25: “Todavia, procuro lembrar-me também do que pode me dar esperança:As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque suas misericórdias não têm fim;novas são a cada manhã; grande é a tua fidelidade. Digo a mim mesmo: A minha porção é o Senhor; portanto, nele porei a minha esperança. O Senhor é bom para aqueles cuja esperança está nele, para aqueles que o buscam”.

         Que palavra maravilhosa!!! Jeremias tinha vivido grandes adversidades e perseguições por ter decidido dizer aos seus compatriotas que eles estavam em pecado diante de Deus e, consequentemente, seriam julgados por Ele. E isso havia trazido, evidentemente, imensa tristeza ao profeta. No entanto, ele toma a decisão de não se prender às coisas que lhe feriam, e desmotivavam, mas somente àquilo que lhe dava esperança. Que lição fabulosa!!!

         Quero pedir que me permita fazer algumas observações. Há uma tendência natural em todo ser humano ou na maioria absoluta de se ater mais a coisas e situações negativas. E isso se aplica também aos cristãos. Por isso, diante de cada novo desafio, nossa velha natureza quer prevalecer sobre o novo homem gerado e regenerado pelo Espírito Santo, fazendo-nos recordar das derrotas, dos medos, da escassez, dos perigos, da nossa limitação, da nossa imperfeição, da falta de capacidade, dos riscos que corremos, e nos deixamos levar pelo passado e pelas circunstâncias presentes. Preferimos dar ouvidos ao maligno, às pessoas que nos rodeiam ou à nossa mente a ouvir o que Deus tem a dizer a respeito do que estamos vivendo ou daquilo que almejamos.

         Portanto, creio ser extremamente oportuna e vital para nós essa declaração de Jeremias: “…procuro lembrar-me também do que pode me dar esperança…”. Se ficasse ruminando as desgraças próprias ou as do seu povo, certamente ele cairia numa depressão profunda, como já provara antes, e isso seria extremamente pernicioso – quem sabe, irreversível.

         Ficar remoendo as desgraças, só o levaria à incredulidade e a mais desgraças ou mesmo tragédias pessoais. E não é diferente conosco. Não somos melhores do que ele. Por isso, é fundamental aprendermos essa verdade com esse homem de Deus.

         Os dias em que vivemos são impiedosos e cruéis. Sofremos uma pressão terrível no trabalho, na escola, através da mídia e inúmeras pessoas até na família, onde deveriam encontrar abrigo, apoio, aplausos. Somos bombardeados diuturnamente por notícias de desgraças de toda sorte. Exatamente por esse motivo, devemos trazer à nossa memória aquilo que nos dá esperança.

         Apesar de as circunstâncias serem, muitas vezes, totalmente desfavoráveis e tudo e todos ao nosso redor nos diga que não há mais jeito, precisamos recordar das promessas do Senhor, como esta, por exemplo: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com minha forte mão”(Isaías 41:10) ou como esta: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve {disse Jesus}” (Mateus 11:28 ao 30).

         Há, ainda, um texto áureo que eu não poderia deixar de mencionar nesse contexto: “E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus. Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude e se há algum louvor, nisso pensai(Filipenses 4:7,8).

         Pouco antes de proferir essa palavra, o apóstolo Paulo relatara no capítulo 3:13,14 que ele não ficava preso ao seu passado. Antes, avançava para o alvo principal, a salvação eterna. Nesse capítulo, ele já mencionara que fora perseguidor dos cristãos (3:6). Porém, quando teve um encontro pessoal com Cristo, decidira seguir em frente, não permitindo que sua mente ainda fosse depósito de lembranças ruins que, sem dúvida, lhe trariam sofrimentos terríveis.

         E quanto a você: O que tem povoado sua mente e coração? O que é verdadeiro ou o que é mentiroso? O que é honesto ou o desonesto? O justo ou o injusto? O puro ou o impuro? O amável ou o odiável? O que é de boa fama ou de má fama? O que o tem alimentado diariamente? Será possível ser feliz alimentando-se com o que traz desespero?               

         Portanto, é imprescindível lembrar que as misericórdias do Senhor, e não a nossa força ou competência ou merecimento, são a causa de não sermos consumidos. É vital se lembrar que as misericórdias dele se renovam a cada manhã. Isso significa que elas não envelhecem nunca. É fundamental trazer à memória que grande é a fidelidade de Deus e que Ele é que precisa ser nossa porção diária e não o lixo despejado pelo mundo em nossa mente. É urgente trazer à nossa memória todas as bênçãos prometidas pelo Pai, mas também todas as bênçãos já liberadas por Ele para nós: livramentos, saúde em todas as áreas, emprego, família, habilidades e competências e acima de tudo a vida eterna conquistada por Cristo lá na cruz do Calvário. Não podemos aceitar, em hipótese alguma, que o mal de Alzheimer espiritual tome conta de nossa mente e nos impeça de lembrar e viver todas as bênçãos que Deus tem reservado para nós. Não podemos e não devemos permitir ou aceitar passivamente que tenhamos apenas alguns momentos de lucidez que nos permitem lembrar daquilo que o Senhor prometeu ou do que já fez.  Que tenhamos lembrança e consciência plena da palavra do Senhor e que nossa memória espiritual de curto, de médio e de longo prazos seja conservada íntegra diante de Deus e do mundo, esse sistema falido que nos cerca e que quer nos tragar diariamente.

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Uma resposta para “MAL DE ALZHEIMER

  1. Fernanda G. L.

    13/11/2009 at 04:19

    Gostaria de parabenizar esse trabalho exelente que vocês vem fazendo. É através dele que se formula as respostas para as minhas questôes e duvídas.
    Sempre estamos em meio a duvidas e encontramos muitas vezes repostas que não são viáveis a nossa duvída, e é atravez de txtos como esse que conseguimos recuperar a auto estima e ter a certeza de que mesmo quando parecemos estar sozinhos sempre terá o Pai para nos fazr compania.

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