Sem dúvida, é de extrema importância que reflitamos sobre o nascimento de Jesus em qualquer período do ano. Por isso, procuro fazê-lo continuamente, a fim de que não venha me esquecer desse fato que mudou os rumos da História da humanidade dividindo-a em Antes e Depois de Cristo (a.C. e d.C.).
Entretanto, quando chegamos ao mês de dezembro, mais precisamente, sentimos no ar e nas atitudes de muitas pessoas algo diferente. A impressão e a sensação que temos é que muitos ou se tornam mais sensíveis, mais solidários, mais amáveis para com os outros ou se voltam ainda mais para seus próprios interesses e “necessidade” de adquirir coisas para seu consumo que, supostamente, fazem-nas mais realizadas e felizes.
Quanto mais nos aproximamos do dia 25, mais nos sentimos envolvidos com o clima do Natal. Famílias enfeitam suas casas com árvores, luzes, presépios e outros acessórios apropriados para a ocasião. Comerciantes, associações e instituições também o fazem com o intuito de atrair mais consumidores ou visitantes. Prefeituras enfeitam ruas, avenidas, praças e edifícios públicos em geral objetivando atrair mais turistas.
Além disso, em algumas cidades há até concursos para ver quem fez a maior e mais bonita decoração de Natal. Os melhores saem na mídia televisiva, ganham prêmios; enfim, têm seus segundos ou minutos de fama. Tornam-se celebridade-relâmpago.
Ao refletir sobre isso, decidi compartilhar com você algumas coisas que me vieram ao coração. Então gostaria que as lesse e extraísse delas o melhor para sua vida assim como também vou fazer.
A primeira delas é que não estou julgando como errado vivenciar esse clima do Natal, pois não existe ninguém que mereça ter seu nascimento tão celebrado quanto Cristo.
A segunda é que as decorações são realmente belas e também servem para nos fazer lembrar do nascimento de alguém tão especial para todos, especialmente para os cristãos.
A terceira é que a solidariedade nessa época é necessária para que os que pouco ou nada possuem também possam celebrar essa data com alegria tendo o que oferecer a seus filhos.
A quarta é que comprar roupas, calçados, móveis, carros, alimento em abundância por si só não é um mal. Isso se torna negativo quando nos endividamos além do que podemos pagar ou quando presumimos que o verdadeiro sentido do Natal consiste nisso.
No entanto, além dessas considerações, penso ser mais relevantes as que compartilharei a seguir. Assim, convido-o a meditar comigo sobre elas. Vamos lá?
Para iniciar, chamo sua atenção para o que dizem as Escrituras sobre o nascimento de Jesus no Evangelho de Lucas. Segundo o que registra o evangelista no capítulo 2, César Augusto determinou que fosse feito um recenseamento de todo o Império Romano. Para isso, todos deveriam ir para sua cidade natal. Por essa razão, José também foi de Nazaré da Galiléia para a Judéia, para Belém, cidade de Davi, porque pertencia à linhagem de Davi. Vale lembrar que Maria foi com ele.
Chegando lá, veja o que aconteceu: “Enquanto estavam lá, chegou o tempo de nascer o bebê, e ela deu à luz o seu primogênito (primeiro filho). Envolveu-o em panos e colocou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lucas 2:6,7).
Veja que coisa interessante. Não havia lugar disponível para Jesus nascer em nenhuma das estalagens procuradas por José e Maria. Assim, precisaram se hospedar numa estrebaria (curral) e, quando o menino nasceu, puseram-no numa manjedoura, ou seja, num tabuleiro em que se dá comida para os animais nas estrebarias (currais).
Mesmo que não tenha sido de forma intencional, os donos dos hotéis daquele lugar deixaram de hospedar o Rei dos reis e Senhor dos senhores, o Emanuel – Deus conosco. Talvez tenham hospedado (também não de modo intencional) assassinos, corruptos, prostitutos e outros malfeitores. Por isso, não havia lugar para o Salvador.
Fazendo uma analogia, podemos ver que hoje não é diferente com muitas pessoas, pois abrigam em seu coração ou em sua casa toda sorte de coisas más a ponto de não sobrar nenhum espaço para recepcionar o hóspede mais importante que alguém pode receber: Jesus Cristo.
Outra observação importante e necessária a fazer é que milhões (quem sabe bilhões) de pessoas limpam sua casa, fazem toda a decoração natalina e convidam amigos, parentes, familiares para celebrarem o Natal de Jesus, porém não convidam o aniversariante para receber as homenagens que lhe são feitas.
Milhões e milhões preparam com grande esmero e criatividade um belíssimo presépio natalino, contudo não preparam seu coração para recepcionar o Messias, o Ungido de Deus.
Como consequência disso, percebemos que tantos há que, mesmo tendo as melhores Ceias de Natal, mesmo tendo recebido as pessoas mais importantes de sua vida nessa data, mesmo tendo adquirido as melhores roupas, feito as mais belas viagens, comprado os melhores móveis e produtos de decoração, mesmo tendo comprado a melhor bebida que o dinheiro permite; enfim, ter conquistado tudo o que é comprável, continuam tristes, vazias, infelizes, insatisfeitas.
Vale lembrar também que você pode morar num barraco ou na mansão mais cara do mundo, pode comer arroz branco e ovo ou contratar o melhor chefe de cozinha para fazer as comidas mais caras e requintadas, estar sozinho ou com o maior número de pessoas queridas possível, se Jesus estiver presente, será o melhor Natal de sua vida.
Para finalizar, quero recordá-lo de algumas coisas: o que o Senhor mais quer é o seu coração: “Dá-me, filho meu, o teu coração, e mantenha os teus olhos nos meus caminhos” (Provérbios 23:26).É preciso que haja um lugar especial para Jesus nascer em seu coração – que não seja como os donos das hospedarias. Que a sua maior preocupação seja não a Ceia de Natal, os enfeites, o presépio ou qualquer outra coisa, mas que seja convidar o Senhor para fazer parte da sua vida de tal modo que haja uma mudança tão grande que ela seja separada em Antes e Depois de Cristo. Então: Feliz Natal para você e toda a sua família.
Sofia Olivira
14/01/2021 at 06:59
Amém!
CurtirCurtir