Jesus sempre estava em movimento. Mas não confunda isso com uma correria desenfreada e sem objetivo definido. Ao contrário, ele estava no lugar certo, na hora certa e mudava as circunstâncias e situações, caso fosse preciso. Inclusive andava em sentido oposto à ordem natural das coisas, produzindo, assim, seus milagres.
Numa de suas andanças evangelísticas, vemo-lo indo à cidade de Naim juntamente com muitos dos seus discípulos – Lucas 7:11 ao 17. Perto da porta da cidade, encontram uma mãe viúva que ia enterrar seu único filho. Que situação triste! Ter perdido o marido já era algo terrível, pois, além de ser seu companheiro, supria suas necessidades sentimentais, emocionais, afetivas e sexuais, era o provedor do sustento da casa.
No entanto, ainda havia uma esperança para ela: o filho. Porém, ele também morrera. Não sabemos sua idade nem a causa de sua morte. Todavia, independentemente de termos ou não essas informações, podemos perceber que o mundo desabara sobre a cabeça dessa pobre mãe. O que pensava naquele momento? Que rumo tomaria se não tivesse posses para se sustentar? E se não houvesse ninguém que pudesse socorrê-la naquele momento tão triste e, por que não, desesperador? Para dizer a verdade, eu não queria estar na pele dela. Não mesmo.
Nesse ponto, é importante observar que uma grande multidão seguia com aquela mulher em direção ao lugar onde o filho seria sepultado – 7:12. Por certo, a família dela era querida. Entretanto, o que poderiam fazer as pessoas além de participar do enterro e tentar consolá-la? Talvez, por algum tempo a visitassem para confortá-la e levar alguma ajuda financeira. Contudo, com o passar dos dias, as visitas iriam rareando. Ademais, tudo o que fizessem seria insuficiente para aplacar a dor daquela mãe com o coração partido, não é mesmo? Quem sabe você conhece bem de perto o que significa a perda de pessoas tão importantes por já ter passado por uma situação igual ou semelhante a essa.
Mas a morte encontrou a vida. Como assim? O defunto deparou-se com Jesus antes de descer à sepultura! E, quando ocorre um encontro desses, algo maravilhoso e sobrenatural também acontece. Lembre que eu disse que o Mestre não anda sem rumo. Seus passos eram mínima e sabiamente calculados para mudar a história de pessoas como essa pobre mãe.
Quando lemos o versículo 13, vemos Lucas dizer: “E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores”. Mas… Aparentemente não há nada de surpreendente nessa fala de Jesus. Aliás, qualquer pessoa poderia der dito o mesmo. Inclusive eu. No entanto, dizer para alguém que perdeu um ente querido: “Não chores.” é mais para ser educado ou para cumprir tabela, pois assim reza uma (in)consciente tradição. Porém, de quase nada adianta.
Talvez, houve pessoas entre os presentes que começaram a criticar o Mestre por atrapalhar a caminhada deles. Quem sabe alguns, já sabendo da fama do Senhor, começaram a questionar por que ele não se dispunha a fazer alguma coisa para ajudá-la. É possível ainda que alguns tenham pensado ou mesmo falado: “Se ele é o Messias, por que não ressuscita esse rapaz?”.
Contudo, eu disse “aparentemente”, pois o desenrolar dos fatos mostrará que a vida daquela mulher jamais seria a mesma depois desse surpreendente e vivificante encontro. O Senhor sabia muito bem o que estava fazendo. Então vamos mergulhar um pouquinho comigo nesse versículo?
Todas as vezes que há esse registro “… o Senhor moveu-se de íntima compaixão”, a seguir vemos o milagre acontecendo. E foi justamente o que ocorreu. Veja: “E, chegando-se, tocou o esquife (e os que o levavam pararam), e disse: Jovem, a ti te digo: Levanta-te. E o defunto assentou-se, e começou a falar. E entregou-o à sua mãe” (7:14 e 15). Aleluia!!!
Você consegue imaginar qual foi a reação daquela mãe e como seu coração ficou? Certamente ela ficou estupefata, ou seja, boquiaberta, pasmada ou atônita diante daquilo. Suponho que por uns instantes ela pensou não ser verdade o que seus olhos viam. E não era para menos. Quem não ficaria? Talvez, se fosse eu, diria: “Ei, me belisque para eu ver se é verdade!”. E de fato era real. Glórias a Deus!
Creio que a partir daquele dia sua vida recobrou o brilho perdido e passou a ser muito mais feliz. Não é para menos, pois aquilo que o Senhor faz gera felicidade real e duradoura. Novamente ela podia expressar seu amor e cuidado maternos. Também podia sentir-se amada e protegida pelo filho e seguir seu caminho segurando na mão de Deus, cumprindo, desse modo, o propósito da vida.
Veja o que aconteceu quando as pessoas presentes viram o milagre da ressurreição: “E de todos se apoderou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo” – v 16. Além de ter trazido a alegria de volta àquela mãe, Jesus gerou uma oportunidade para que as pessoas o reconhecessem como alguém especial e glorificassem a Deus. Não é magnífico?
Agora, quero chamar a sua atenção para algo que considero extremamente relevante sobre os feitos de Cristo. Para começar, desejo lembrá-lo de que muitas das realizações do mestre têm apenas uma interpretação, ou seja, apenas um entendimento. Entretanto, há outras que, além do sentido literal, podem ser entendidas e aplicadas de modo mais amplo em diferentes situações da nossa vida. Essa se encaixa na segunda opção, isto é, permite-nos aplicá-la a outros contextos. Vamos lá?
A morte é sempre algo triste e desesperador. Especialmente quando foge à ordem natural, ou seja, quando os pais sepultam os filhos. Aconteceu isso com meus pais e não consigo precisar a intensidade da sua dor, mas sei que depois desse fato eles não foram mais as mesmas pessoas, pois ficaram muito abalados. No entanto, não é só a morte física que causa danos, muitas vezes irreparáveis.
Quando morre um sonho também é desesperador e os estragos são enormes. Isso pode estar ligado a um bem material ou a coisas imateriais como, por exemplo, a morte do amor de um cônjuge. Infelizmente, bastantes pessoas têm sido vítimas disso e grande parte delas passa a sofrer com crises depressivas. Além disso, há outras que perdem completamente a razão para viver e tiram a própria vida. Que tragédia!
Obviamente, não sei se esse é o seu caso. Também não sei o que lhe traz sofrimento. Entretanto, pode ser que alguma coisa o tenha feito sofrer tanto quanto a perda de um ente querido. Por isso, entendo ser importante dizer-lhe que a morte do marido da mulher dessa história não significou o seu fim. A perda do seu filho também não foi. Do mesmo modo, os problemas pelos quais você tem passado ou as “mortes” que ocorreram em sua vida não são o fim da linha para você. Há uma luz no fim do túnel.
Aquele jovem ainda não havia descido à sepultura. Você também não. Portando, existe esperança para sua vida. Há remédio para sua dor. Existe vida para sua “morte”. Mesmo que alguma coisa em sua vida esteja caminhando a passos largos para o túmulo, você ainda pode ser maravilhosamente surpreendido por Cristo antes que isso aconteça. Mas… como?
Evidentemente, não é um encontro físico ou humano. É algo muito maior. Basta você se voltar para o Senhor e fazer como Pedro quando começou a afundar no mar, percebendo a sua pequenez, sua limitação e fraqueza diante da força descomunal do vento e da água. E o que ele fez? Clamou, dizendo: “Senhor, salva-me!” – Mateus 14:30.
Veja o que aconteceu a seguir: “E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste? E, quando subiram para o barco, acalmou o vento” – Mateus 14:31 e 32. O Senhor estendeu a sua mão e segurou Pedro. Não fará ele o mesmo por você? É lógico que sim. No entanto, não pode haver dúvida em seu coração, pois, quando se refere a Deus, ela impede que o milagre aconteça em sua vida. Ela é um algoz.
Para finalizar, quero dizer que aquele poderia ter sido o fim de uma existência feliz para a viúva de Naim, mas não foi. Poderia ter sido um trágico fim de estrada para Pedro, porém não foi. Para você também não precisa ser o fim. Suas esperanças e sonhos não precisam ser sepultados. Não estou subestimando sua dor, seu sofrimento ou desânimo. Ao contrário, almejo dizer que existe alguém que se importa com você, o qual é maior que todos os problemas e que deseja trazer livramento, ressurreição, esperança e salvação à sua vida e à sua família: Jesus Cristo, o qual é o mesmo, ontem, hoje e eternamente – Hebreus 13:8. Pense nisso: Ainda hoje a sua morte pode encontrar-se com o Autor da Vida. E, certamente, o milagre acontecerá – João 10:10.