“Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção.” (Gênesis 12:2)
É muito bom ser lembrado por alguém. Especialmente, quando a pessoa que se lembra de nós é importante ou tem algo especial para nos oferecer.
Muitos, por exemplo, querem ser lembrados por pessoas famosas e influentes na sociedade. Entretanto, nada é mais importante do que ser lembrado por Deus e chamado por ele para cumprir uma missão especial: ser bênção.
Quando olhamos para a história de Abraão, descobrimos que ele era filho de Terá ou Tera, o qual era idólatra (Josué 24:2). Porém, Deus tomou Abraão para si e o fez andar por toda a Canaã até que todas as promessas que lhe foram feitas se cumprissem à risca (Josué 24:3).
Apesar de não estar muito claro nas Escrituras o motivo pelo qual Deus o escolheu entre tantas outras pessoas de seu tempo, podemos supor que havia nele algo especial, que chamou a atenção do Senhor. Talvez, esse homem não concordasse com a idolatria, a imoralidade, corrupção nem com todas as formas de injustiça comuns em sua época.
Quem sabe, ele questionava se os deuses feitos por seus familiares e contemporâneos realmente podiam fazer alguma coisa por eles, se escutavam suas preces ou se recebiam o culto prestado a eles.
Provavelmente, embora vivesse no meio da idolatria, não havia se contaminado com ela e prestasse seu culto ao único e verdadeiro Deus, o Senhor dos Exércitos, o qual era o único capaz de ouvi-lo, responder às suas perguntas e preencher o vazio de seu coração.
Ainda que não saibamos o que de fato chamou a atenção do Senhor para Abraão, do propósito divino temos conhecimento: “Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção. Abençoarei os que o abençoarem, e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por meio de você todos os povos da terra serão abençoados” – Gênesis 12:2 e 3.
Nesse texto, vemos que a primeira razão pela qual o Altíssimo o elegeu é que queria formar um povo que verdadeiramente andasse em seus caminhos e O representasse aqui na terra, para que, através dessa nação, todos os povos soubessem que Ele existe. E, pelo que entendemos, esse homem apresentava os valores humanos e as características necessárias para a concretização desse plano.
A partir dessa escolha, o Senhor prometeu que abençoaria Abraão e engrandeceria o nome dele, porque Ele tem prazer em ver seus filhos sendo abençoados, prósperos e reconhecidos no meio em que vive, conforme lemos no salmo 35:27: “O Senhor seja engrandecido, o qual ama a prosperidade do seu servo”, pois, acontecendo isso, o nome Dele é glorificado entre as pessoas.
Depois disso, o Altíssimo falou que ia fazer com que Abraão se tornasse uma bênção no lugar onde estivesse estabelecido. Assim, vemos que quando somos abençoados também precisamos ser uma bênção para aqueles com quem convivemos.
Deus nos abençoa não para que nos tornemos orgulhosos e queiramos ser melhores que os outros, humilhando-os. Também não é para nos tornarmos egoístas, tampando nossos olhos e ouvidos com o objetivo de não vermos nem ouvirmos quem está sofrendo ao nosso redor.
Ao contrário, o Senhor nos presenteia com suas dádivas a fim de contar conosco como instrumentos de bênçãos na vida daqueles que se encontram com algum tipo de necessidade que pode ser sanada por nós. E, quando digo isso, não me refiro apenas a coisas materiais, mas aos nossos talentos, habilidades e capacidade de oferecer um ombro amigo onde a pessoa pode recostar sua cabeça e chorar, se for o caso.
Vemos ainda que através desse homem Deus desejava abençoar todas as famílias da terra. Inclusive nós, pois as Sagradas Escrituras dizem que por meio de Cristo a bênção recebida pelo patriarca da fé chegou até nós – Gálatas 3:6, 7,8,9, 14,29.
Com você e comigo hoje não é diferente. Também fomos chamados por Deus para representá-lo aqui na terra e ser uma bênção. Mas como e onde?
Através de uma vida honesta no lugar onde trabalhamos ou diante das pessoas com quem convivemos, a começar dentro da nossa própria casa, a qual é o primeiro e mais importante campo missionário.
Agindo dessa maneira, pessoas cuja vida está destruída ou famílias que já perderam o rumo certo poderão ver que somos diferentes porque servimos ao Senhor não somente com nossas palavras, mas também, e principalmente, com atitudes e ações compatíveis e necessárias a um autêntico cristão. Assim, mesmo que não tenhamos oportunidades reais de falar do amor do Senhor, elas verão tais diferenças e as marcas de Cristo em nós e desejarão conhecê-lo.
Antes de terminar, não posso deixar de dizer que hoje estamos cercados de pessoas, as quais, ao invés de ser bênção, querem nos levar para o buraco, do qual, às vezes, não conseguimos sair.
Hoje, por exemplo, vi na tevê mais um caso desse tipo. Um suposto amigo apresentou as drogas para um homem, o qual sentiu curiosidade de saber como era e, em consequência disso, tornou-se viciado, abandonou a família, foi morar na rua, esmolar e a viver uma vida totalmente contrária àquela que tinha. Ainda bem que Deus enviou pessoas que lhe estenderam a mão e o estão ajudando a se libertar.
Não estou dizendo, porém, que somente quem lhe ofereceu as drogas é o culpado da sua situação, pois ele podia ter dito não, contudo escolheu dizer sim à sua entrada nesse vício tão terrível. O que estou querendo falar é que o Senhor nos tem chamado para apresentar e oferecer coisas que vão abençoar o nosso próximo.
A Abraão Deus disse que todos os povos da terra seriam benditos através dele e de sua descendência. Esse foi o chamado dele. Por isso, não penso que podemos abençoar todas as pessoas com aquilo que o Senhor nos tem dado. No entanto, de uma coisa tenho a mais absoluta certeza: cada um de nós pode ser uma bênção na vida de alguém. De pelo menos uma pessoa.
Sendo assim, que a sua e a minha vida realmente sejam o verdadeiro Evangelho de Cristo pregado às pessoas, pois também fomos chamados para ser um abençoado e um abençoador. E hoje, através de nós, alguém pode se tornar um bendito de Deus.
Bendito Serei – Nani Azevedo