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Confiança: um dos segredos da paz

01 maio

confiança

Muitas vezes, experiências negativas com pessoas de carne e osso como nós geram consequências que transcendem, ou seja, vão além dos relacionamentos humanos. Seus efeitos podem afetar terrivelmente nosso relacionamento com Deus.

Isso ocorre porque, mesmo inconscientemente, transportamos para a relação com o Senhor os mesmos conceitos que regem as relações humanas. Além disso, também colocamos no mesmo pacote nossas decepções e frustrações, cujo peso é um fator decisivo para aumentar nossa incredulidade. Como consequência, os laços com Deus ficam estremecidos e comprometidos, gerando grandes prejuízos. Porém, não precisa ser assim.

Para isso, podemos aprender com a história de diversas pessoas e situações vividas por elas, especialmente aquelas que estão registradas nas Sagradas Escrituras. No entanto, antes de mergulhar em uma delas, é bom saber o que, de fato, significa confiança.

Essa palavra vem do latim confidentia; originada de confidere, que significa acreditar plenamente, com firmeza.  Ela é formada por com, intensificativo, mais fidere, “acreditar, crer”, que deriva de fides, “fé”. Também é relevante entender o significado de confiar: pôr algo, alguém ou a si próprio sob a guarda ou os cuidados de outrem.

Agora, sim, podemos viajar pela história de Abraão, o qual, antes se chamava Abrão. Para isso, voltemo-nos para Gênesis 12:1 ao 3. Nesse texto, vemos Deus se dirigindo a Abraão e dizendo-lhe: “Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei. Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção”.

Esse homem era riquíssimo. Era casado com uma bela mulher, a quem muito amava.  Além disso, vivia de forma confortável próximo de seus entes queridos. Logo, não tinha nenhum motivo aparente para sair da sua zona de conforto. Sendo assim, podia, perfeitamente, argumentar com o Senhor, dizendo-lhe que estava bem ali e que não tinha a mínima intenção de mudar-se.

Além do mais, como seria pai de um grande povo, ou pai de multidões, se não tinha nenhum filho? Para piorar, ele e sua mulher já estavam envelhecidos. Complicando um pouquinho mais, Sara era estéril. Portanto, havia bastantes motivos para ele não crer e nem confiar naquelas palavras. Muito menos, para deixar o seu cantinho, não é mesmo?

No entanto, ele decidiu crer e confiar que Deus tinha algo muito maior do que ele já possuía e que os planos do Pai eram superiores aos seus. Mas… Como foi possível?      Encontramos a resposta para essa pergunta em Romanos 4: 17, onde podemos ler: “… Abraão creu que Deus dá vida aos mortos e chama à existência coisas que não existem, como se já existissem”.

Veja também o que está escrito sobre ele: “Abraão, contra toda esperança, em esperança creu, tornando-se assim pai de muitas nações, como foi dito a seu respeito: ‘Assim será a sua descendência’. Sem se enfraquecer na fé, reconheceu que o seu corpo já estava sem vitalidade, pois já contava com cerca de cem anos de idade, e que também o ventre de Sara já estava sem vitalidade. Mesmo assim não duvidou nem foi incrédulo em relação à promessa de Deus, mas foi fortalecido em sua fé e deu glória a Deus, estando plenamente convencido (ou certíssimo) de que ele era poderoso para cumprir o que havia prometido” – Romanos 4:18-21.

Pensa que foi fácil para ele se manter firme assim? Absolutamente, não. Sobretudo porque a promessa não se cumpriu em pouco tempo. Ao contrário, foram aproximadamente vinte e cinco anos de espera. Portanto, se quando ela foi feita já era algo difícil de crer, imagine com o passar dos anos.

Ora, cada ano de espera também significava o aumento do grau de dificuldade para ele e Sara gerarem um filho. Sem contar, como já visto, que ela era estéril. Por certo, durante esse período, algumas vozes quiseram fazê-los duvidar. Contudo, como ele estava certíssimo da fidelidade do Senhor, manteve seus olhos e sua mente fitos em Deus, não nas circunstâncias totalmente desfavoráveis que queriam devorar sua fé.

Como consequência disso, mais ou menos vinte e cinco anos depois, Sara pôde embalar um filho em seu colo. A criança por quem tanto tempo esperara. Ele pôde contemplar o rosto de seu herdeiro, o qual daria sequência à sua história, o que era tão importante para um hebreu. Afinal, naquela época não gerar filhos era visto como algo muito humilhante, como se fosse uma maldição divina.

Desse modo, iniciou-se a história de um povo que marcou e marca a História da humanidade até hoje. E marcará até a vinda de Cristo para buscar sua amada igreja. Vale lembrar também que, se aquele casal já era próspero e feliz, tornou-se ainda mais. Aquele garoto selou para sempre o amor entre Sara e Abraão. E mais do que isso: fortaleceu tanto o vínculo entre ele e o Senhor, que foi chamado de “amigo de Deus” – II Crônicas 20:7; Tiago 2:23.

Não sei qual é sua situação ou condição neste momento. Muito menos tenho ciência de quais são suas necessidades mais profundas e urgentes, nem de seus sonhos mais aguardados. Entretanto, de uma coisa eu bem sei: esperar com paciência, crendo e confiando, não é nada fácil. Antes, é dificílimo mesmo. Porém, há um caminho a ser seguido. E você já sabe qual: agir como Abraão.

Digo isso porque, como diz Hebreus 13:8, “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre”. E em Malaquias 3:6, lemos: “De fato, eu, o Senhor, não mudo”. Sendo assim, ainda que os ventos sejam contrários e mesmo que tudo indique ser impossível o que deseja o seu coração, permaneça crendo e confiando que Deus é poderoso para cumprir todas as suas promessas.

No entanto, é bom recordar que nem sempre realizaremos nossos sonhos. Por mais que tentássemos compreender ou explicar, nossa capacidade esbarraria em coisas que estão fora do alcance humano. Todavia, quando isso acontece, não devemos ficar revoltados ou desesperados, pois Deus sempre tem um plano melhor, como teve para Abraão e Sara. E, quando ocorre algo semelhante ao que foi dito, se continuarmos crendo, o Senhor inundará nossa alma com uma paz que ultrapassa o limite do nosso entendimento – Filipenses 4:7 e 8.

Também é importante lembrar que o tempo e o agir do Senhor não seguem a lógica humana. Nós temos uma ansiedade muito grande e desejamos que as coisas aconteçam quando queremos, ou seja, no nosso tempo e como desejamos, isto é, do jeito almejado por nós. Mas não é assim. Deus sabe quando e como é melhor. Quanto a você e a mim, cabe manter a chama da fé acesa e fazer o que disse o salmista Davi: Descansa no Senhor e espera Nele…” e “Espera no Senhor, anima-te, e ele fortalecerá o teu coração; espera, pois, no Senhor– Salmo 37:7; 27:14. Então, prossiga confiando, ou seja, colocando a si próprio sob a guarda ou os cuidados do Amado Pai.

 

Ouça:   Deus é Deus – Delino Marçal

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