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Escândalos – o que fazer?

          “… deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé…” (Hebreus 12:1,2)

Bem já nos havia avisado o Senhor em sua Santa Palavra que aconteceriam escândalos! Em Lucas 17:1-2, está escrito: “E disse [Jesus] aos discípulos: É impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por meio de quem vierem! Melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequenos”.   

          Portanto, quando os vemos, não podemos considerá-los uma surpresa. Mesmo assim, sempre que surge mais um deles, a fé de muitos crentes dá uma balançada como se estivesse sendo açoitada por um forte vento; a outros, é uma tempestade tão terrível que provoca o abandono da fé, como se Deus fosse o culpado pelo escândalo ou se a confiança deles estivesse alicerçada sobre aqueles que pecaram contra Deus, não no Senhor.

          Não estou dizendo, porém, que não nos sentimos tristes, envergonhados e até mesmo revoltados. O que quero tratar neste artigo é que a fé do verdadeiro cristão deve estar alicerçada na Rocha Inabalável, que é o Senhor (1 Co 10:4; Sl 18:2; Is 26:4), pois somente dessa maneira também se manterá intocável diante dos fatos vergonhosos que temos visto eclodirem no meio do povo evangélico.

          Então, entendo que a palavra de Hebreus 12:1 e 2, deve estar mais viva e vívida do que nunca em nossa mente e coração: “Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus”.

          Note que o versículo primeiro começa com a conjunção portanto, a qual estabelece a relação semântica ou relação de sentido de conclusão de uma ideia ou argumento expostos anteriormente. Em outras palavras: faz o fechamento de um raciocínio que vem sendo desenvolvido ao longo do texto. E o que é?

          Se voltarmos ao capítulo 11, veremos que ele trata dos Heróis da Fé. Fala das conquistas de muitos, mas também dos grandes desafios enfrentados por outros. Inclusive, relata as perseguições, injustiças, violência, morte e privações pelas quais passaram, o que os tornam, aos olhos de muita gente, verdadeiros perdedores ou fracassados. Todavia, as Escrituras mostram o contrário e ainda declaram o seguinte: “Homens dos quais o mundo não era digno” – Hebreus 11:38. 

          Assim, quando entramos no capítulo 12, o escritor o inicia fazendo uma conclusão de tudo que havia dito no 11. E nela lemos que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, as quais estão de olho em nós. Por isso, recebemos esta exortação, instrução ou encorajamento: “… deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia…” – Hebreus 12:1. 

          Aqui, encontramos o registro de duas coisas distintas: embaraço e pecado. Desse modo, além do pecado (tudo que desagrada ao Senhor e nos faz perder a comunhão com ele – Isaías 59:1,2), existe outra, a qual é chamada de embaraço.

          Mas o que é embaraço? Para ficar mais claro, quero registrar que uma das palavras no grego para embaraço é ogkos, que significa, dentre outras coisas, um fardo. Logo, depreendemos que tudo aquilo que estorva, atrapalha ou impede de caminhar de forma livre e natural, espiritualmente falando, é um embaraço do qual devemos nos livrar o mais rápido possível.  

          A seguir, o texto declara: “… e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta…” – Hebreus 12:1. Aqui, há três coisas importantes que devem ser observadas com olhos de lince e profunda diligência.

          A primeira delas é “corramos”. Isso quer dizer que existe urgência, pois geralmente corremos quando nosso tempo está esgotado ou se esgotando e podemos perder algum compromisso importante. E, por acaso, não é isso? Especialmente nas coisas que tratam da nossa vida espiritual, não temos tempo a perder, pois o dia da vinda de Cristo se aproxima ou, quem sabe, a morte bate à nossa porta antes do que prevíamos. Afinal, como alguns dizem: “Para morrer basta estar vivo”.

          A segunda está no trecho “com paciência”. Para entender melhor, basta pensar nos atletas. Aqueles que correm apenas cem metros devem realmente empregar todas as forças para vencerem a prova, a qual geralmente dura em torno de dez segundos. No entanto, os maratonistas devem administrar com excelência sua explosão e força, uma vez que precisarão de toda a energia reservada para o sprint final, ou seja, aceleração final.

          Talvez seja por isso que em sua Segunda Epístola aos Coríntios, Paulo fala: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” – 15:58. Note que o apóstolo destaca duas palavras: firmes e constantes.

          Em outras palavras, o cristão deve ter firmeza, estabilidade, segurança e manter uma velocidade de fé permanente ou sem variações. Assim, como o maratonista, deve administrar sabiamente o ritmo, visto que haverá momentos na caminhada com Deus nos quais precisará de muita energia espiritual para vencer os desafios, as tempestades, as provocações, as decepções com aqueles que provocam escândalos ou com os próprios problemas.

          A terceira é “a carreira que nos está proposta”. Observe que a carreira foi proposta a nós, não imposta, uma vez que o Senhor respeita nossas escolhas, mesmo que, muitas vezes, não as aprove. Contudo, se você decidiu aceitar a proposta de Deus, corra com paciência. Entretanto, não uma paciência burra. Ao contrário, que ela seja sábia, cuidadosa, auxiliada pelo Espírito Santo, nosso parakletos, ou seja, ajudador, advogado, conselheiro, mentor e guia – Romanos 8:26.

           No versículo 2, o autor prossegue, dizendo: “… olhando para Jesus, autor e consumador da fé”. Note que o texto não fala que devemos olhar para o pastor, o bispo, o papa, os novos “apóstolos”, o ancião, o líder de algum grupo dentro da igreja, a denominação religiosa da qual fazemos parte, nem mesmo para aquela pessoa que consideramos a mais santa de todas. Simplesmente, não diz. Antes, exorta-nos a olharmos para Jesus, porque ele, e somente ele, é o autor e consumador da fé. E foi ele quem morreu naquela sangrenta cruz para nos reconciliar com Deus e nos garantir a salvação eterna – 1 João 2:25; Romanos 5:10.   

          Em João 13, enquanto ensinava uma lição sobre humildade aos discípulos, Jesus declarou: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” – V 15. Embora o contexto desse texto seja outro, o princípio ensinado pelo Senhor é o mesmo e se aplica às mais diversas situações. E qual é? Ele, Cristo, é o exemplo a ser seguido, não pessoas falíveis como eu e você.

          Ainda em Hebreus 12:2, o escritor continua sua instrução: “… o qual [Jesus], pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus”. Observe que nesse trecho também existem grandes e preciosos ensinamentos, os quais não podem e não devem ser ignorados por nenhum servo do Deus Altíssimo.

          Primeiramente, o texto revela que havia uma proposta feita por Deus. E qual seria? Reconciliar o mundo com o Altíssimo. Em 2 Coríntios 5:18-19, Paulo informa: “E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação”. 

          Em segundo lugar, o texto diz que o Senhor suportou a cruz. Quando buscamos a origem grega da palavra suportar (do grego anechomai), encontramos que ela quer dizer (1) considerar com tolerância, aguentar; (2) passar por uma situação complicada ou difícil sem desistir.

          Sendo assim, percebemos que, apesar de haver uma alegria proposta, existia a necessidade de aguentar ou tolerar uma situação dificílima sem desistir. Logo, considerando que Cristo é o nosso exemplo, subentendemos que também temos precisamos aguentar com firmeza (e sem desistir) os desafios da fé, inclusive no que diz respeito à existência e à proliferação de escândalos no seio da Igreja.

          Mas não me entenda mal. Não estou dizendo que devemos aceitar ou tolerar passivamente tais atos vergonhosos. Ao contrário, veja o que a Bíblia declara: “Contudo, se sofre como cristão, não se envergonhe, mas glorifique a Deus por meio desse nome. Pois chegou a hora de começar o julgamento pela casa de Deus; e, se começa primeiro conosco, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus?” – 1 Pedro 4:16,17.

          Certa feita, Pedro (Ele mesmo: o apóstolo de Cristo), foi seriamente repreendido por Paulo por estar agindo de forma equivocada em relação aos irmãos gentios. Veja: “Quando, porém, Pedro veio a Antioquia, enfrentei-o face a face, por sua atitude condenável” – Gálatas 2:11. Na versão Linguagem de Hoje, diz: “Porém, quando Pedro veio para Antioquia da Síria, eu fiquei contra ele em público porque ele estava completamente errado”.  

          Ora, se até Pedro, um homem cheio da autoridade do Espírito Santo, que havia convivido por mais de três anos com Cristo, precisou ser repreendido por outro Homem cheio do Espírito Santo, quem somos nós para presumir que estamos acima da Palavra de Deus e, portanto, isentos de correções e repreensões? E, por acaso, os líderes atuais ou nós mesmos somos melhores do que Pedro? Estou convicto de que não somos.

          Lembra-se de Davi quando pecou gravemente? Mesmo sendo rei, a maior autoridade que um país pode ter, que supostamente pode fazer o que bem lhe aprouver e quando quiser, que pode deixar alguém viver ou mandar matar, foi confrontado e repreendido pelo profeta Natã e reconheceu seu pecado, declarando: “Pequei contra o Senhor!” E Natã respondeu: “O Senhor perdoou o seu pecado. Você não morrerá” – 2 Samuel 12:13.

          Logo, quem erra, independentemente de que posição ocupa na igreja, deve ser confrontado e acatar a decisão dos demais servos de Cristo. Caso não aceite, demonstrará claramente que não era de fato um servo do Senhor. Logo, não está apto para exercer liderança, pois o líder deve ser o primeiro a ser exemplo, a ter humildade e a submeter-se à Palavra de Deus.

          Em terceiro lugar, temos mais uma preciosa lição deixada pelo Mestre: “desprezando a afronta”, que significa que ele não levou em consideração os insultos, as ofensas e os ultrajes sofridos. E por quê? Porque havia um propósito nobre: reconectar todas as pessoas que cressem nele com o Pai – João 3:16.

          Em quarto e último lugar, vemos o resultado de tudo aquilo pelo qual nosso Senhor suportou a cruz: retornar à casa do Pai e assentar-se à direita dele, reassumindo seu lugar de fato e de direito, para interceder por nós junto a Deus: “Quem os condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que ressuscitou e está à direita de Deus, e também intercede por nós” – Romanos 8:34  

          Nós também possuímos algo muito maior pelo qual lutar: nossa salvação em Cristo. Assim como o Senhor retornou para a Casa do Pai, um dia seremos levados para a Cidade Celestial – Filipenses 3:20-21. Nosso Pai nos prometeu e é fiel para cumprir sua Palavra, pois “Deus não é o homem, para que minta, nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, diria ele e não o faria? Ou falaria e não o confirmaria?” – Números 23:19.

          Desse modo, podemos estar certos e manter uma esperança viva naquilo que prometeu Cristo Jesus: Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim. Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar-lhes lugar. E quando eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver – João 14:1-3.

          Agora, não podemos esquecer ou ignorar que as palavras de Cristo são muito duras para com aqueles que provocam os escândalos. Então, vou retomá-las a seguir: “E disse [Jesus] aos discípulos: É impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por meio de quem vierem! Melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequenos” – Lucas 17:1-2. 

          Em minhas conversas com minha mulher, muitas vezes eu disse a ela: “Não sei que Bíblia muitas pessoas têm lido ou como a têm lido”. Digo isso porque há muitos cristãos fazendo coisas que até os descrentes não fazem, e abominam. Na realidade, não precisa ser um crente em Cristo para ter bom senso, integridade e ser alguém de caráter ilibado.

           Parece-me que tais indivíduos se esquecem disto: Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal – 2 Coríntios 5:10. Observe que ninguém ficará de fora. A palavra todos significa exatamente isso: Todos. Sem exceção. 100%.

          Assim sendo, é preciso que todos nós, a começar por mim, estejamos cientes e conscientes de que a justiça humana comete muitas falhas. Tanto pune inocentes como inocenta culpados. Basta ver a vergonha que tem sido a “Justiça” de alguns países, incluindo o nosso. Mas Deus é o Justo Juiz e sua justiça é perfeita: “(…) Ele julgará os povos com retidão” – Salmos 96:10. Dessa maneira, no tempo certo e do jeito correto o Senhor julgará com exatidão e imparcialidade.

          Vale lembrar que não estou dizendo que existe algum indivíduo perfeito, que nunca erre. A própria Bíblia deixa isso muito claro: Na verdade, não há homem justo sobre a terra, que faça bem e nunca peque– Eclesiastes 7:20. O que quero dizer é que há pessoas no meio cristão fazendo coisas gravíssimas e continuam agindo como se Deus não se importasse e se estivesse tudo bem. Mas não é assim. De modo algum.

          Como vimos, Jesus afirmou que é impossível que não venham os escândalos, mas também declarou: “Ai daqueles por meio de quem vierem!”. A seguir, o Senhor diz: “Melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequenos”.    

          Pela fala de Jesus, entendo que acontecerá um julgamento duríssimo para tais indivíduos. Não ficarão impunes. Logo, cabe a cada um de nós avaliar e reavaliar nossas ações, atitudes, comportamentos e crenças, para que não façamos tropeçar, pecar ou se desviar nenhum destes a quem o Mestre chama de “pequenos” ou “pequeninos”.

          Quando diz respeito a uma denominação cristã, penso ser necessário mencionar que, se um líder ou qualquer membro comete um crime como, por exemplo, estupro, pedofilia, assédio sexual ou moral, roubo, assassinato ou qualquer outro previsto no Código Penal Brasileiro*, deve pagar criminalmente como qualquer outra pessoa.

          Não podemos supor, muito menos admitir que tais indivíduos tenham imunidade eclesiástica ou que se escondam atrás do muro protetor de sua denominação religiosa e fiquem à vontade para cometer delitos. Em hipótese alguma, pois, quem infringe a lei de seu país deve se submeter às punições previstas em seu Código Penal. Simples assim. 

          Também considero importante deixar claro que não existe nenhuma igreja que seja 100% perfeita. Todas elas, sem exceção, são frequentadas por seres humanos como eu e você, sujeitos a falhas, às vezes muito sérias. No entanto, é inadmissível que quem comete erros graves continue exercendo algum tipo de liderança ou frequentando a igreja sem ter se arrependido, confessado, abandonado as práticas pecaminosas e se submetido à disciplina espiritual e penal cabível à situação.

          Especialmente quando se trata de líderes. Que moral tem uma pessoa que exerce liderança e vive em pecado? Não é isso que as Escrituras ensinam. Portanto, se a comunidade a que você pertence está fazendo vista grossa diante dos escândalos, é aconselhável você avaliar e reavaliar se deve ou não continuar servindo ao Senhor nela.

          Inclusive, em Apocalipse 18:4-5, Jesus fala: “E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados e para que não incorras nas suas pragas. Porque já os seus pecados se acumularam até o céu, e Deus se lembrou das iniquidades dela”. 

          Evidentemente esse texto está falando sobre a queda da grande Babilônia, que representa a Igreja idólatra e corrompida. Porém, o princípio é o mesmo: Se onde estamos a corrupção moral está tomando conta, e é tolerada ou acobertada, é preciso e necessário tomar a sábia decisão de procurar uma congregação que esteja o mais perto possível das verdades bíblicas e, consequentemente, de Cristo.

          Não posso deixar de mencionar que o Reino de Deus e a Igreja do Senhor são muito maiores que a denominação religiosa da qual fazemos parte. Então, não podemos e não devemos idolatrar o grupo religioso a que pertencemos ou seus líderes, como muitos o fazem, supondo que é adequado continuar servindo nele, mesmo que ele ou ela já estejam a quilômetros da Bíblia e do Deus da Bíblia.

          Por outro lado, não podemos usar os escândalos e os erros dos outros como pretexto ou justificativa para deixarmos de congregar ou nos afastar definitivamente dos caminhos do Senhor. Ao contrário, creio piamente no que dizem as Escrituras: “E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não deixando de congregar, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia” – Hebreus 10:24-25.

          Também considero muito pertinente a comparação que Paulo faz entre a igreja e o corpo humano (1 Coríntios 12). Um membro só continua vivo e exercendo a função para a qual foi criado por Deus se estiver ligado ao corpo. Do contrário, perde sua função e morre. Assim também acontece espiritualmente conosco. Portanto, temos a necessidade de estar ligados a uma congregação onde se reúne o Povo de Deus, membros da Igreja Universal do Senhor Jesus.       

            E, como disse o escritor aos Hebreus, precisamos considerar uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, para as quais fomos feitos, conforme lemos em Efésios 2:10. Além disso, temos de recordar que Deus sempre quis ter um povo, não indivíduos agindo sozinhos. Por essa razão, formou-o a partir das doze tribos dos descendentes de Abraão, os quais não eram perfeitos, e cometeram erros gravíssimos (e foram punidos). Porém, o Senhor não abriu mão deles, assim como não abre de nós.

          No projeto original de Deus, todas as tribos deveriam morar em Israel. Embora cada uma tenha recebido seu quinhão de terra, não era para viver isolada das demais. Assim, poderiam se fortalecer e se proteger dos inimigos. Além do mais, o povo se reunia para cultuar, oferecer sacrifícios e celebrar as festas estabelecidas pelo Senhor.

          Do mesmo modo, o projeto de Cristo também não mudou. Isso significa que quer que continuemos sendo membros do corpo do qual ELE é a cabeça. Logo, argumentar que é possível servir a Deus sem se reunir como Corpo de Cristo, pode ser uma falácia, ou um sofisma e, sem dúvida, é um laço com o qual o maligno domina o indivíduo e o lança no cemitério de crentes mortos-vivos.

          Portanto, ao concluir este artigo, quero fazer alguns reforços argumentativos importantes e necessários:

  • Primeiro, preciso relembrá-lo de que a salvação eterna é algo pessoal, intransferível e de inestimável valor: “Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?” – Marcos 8:36. Logo, você deve cuidar com responsabilidade para que não a perca e não se perca.
  • Também devo enfatizar que a sua salvação custou o sangue de Cristo, não de algum ser humano como eu e você: “… sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado…” – 1 Pedro 1:18,19.
  • Precisamos e devemos seguir em frente na caminhada da fé olhando para Jesus. Caso contrário, tropeçaremos, cairemos e ficaremos prostrados espiritualmente falando. Sendo assim, “… corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé…” – Hebreus 12:1,2.
  • Assim como não deixamos de ir trabalhar porque lá na empresa há pessoas que cometem falhas, também não podemos deixar de congregar porque na igreja existem indivíduos que cometem pecados, às vezes gravíssimos: “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima” – Hebreus 10:25. Mas, se for preciso, procure outro lugar que realmente pregue a Palavra de Deus e sirva ao Senhor com inteireza de coração.  
  • Certa ocasião, Cristo disse que o joio cresceria junto com o trigo. Todavia, quando fosse fazer a colheita, o joio seria lançado no fogo – Mateus 13:24-30. Portanto, seja trigo, não joio, e deixe Deus agir no tempo dele.
  • Jesus afirmou que há uma recompensa para quem se mantiver firme e fiel a ele e à Sua Palavra: “… mas aquele que perseverar até o fim será salvo” – Marcos 13:13 e “Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida” – Apocalipse 2;10b.     
  • “Fiquemos, pois, firmes em nossa profissão de fé, sem nos abalar, porque fiel é aquele que nos fez promessas maravilhosas, como a eternidade com ele” – Hebreus 10:23; 1 João 2:25.
  • O Senhor não tem prazer em quem recua: “Ora, o justo viverá pela fé; mas se algum homem recuar, a minha alma não terá prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que recuam para a perdição, mas daqueles que creem para a salvação da alma” – Hebreus 10:38,39.
  • Quando chamou Abraão, o Senhor disse a ele: “… e tu serás uma fonte de bênçãos” – Gênesis 12:2 – Versão Católica. Então, digo o mesmo a você e a mim: Em vez de sermos fontes de escândalos, sejamos uma fonte de bênçãos àqueles com quem convivemos.

          Então, quero dizer-lhe: Não recue. Não olhe para os outros ou para as circunstâncias, por mais difíceis que elas sejam ou pareçam ser. Não fundamente sua fé em pessoas, por melhores ou por mais sinceras que sejam, pois um dia podem falhar com você, mesmo que sem a intenção de fazê-lo. Enfim, seu alvo é Cristo e o céu: “Pois a nossa pátria/cidade está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas” – Filipenses 3:20,21.

          Pensemos, pois, no que disse Charles Spurgeon, pregador Batista inglês (1834-1892): “Se desistirmos da nossa jornada com Deus por causa de péssimos exemplos, provamos que estávamos andando somente com homens, e não com Deus”.

          Sugestão de música: Olhar somente a ti 

          * O Código Penal Brasileiro é um decreto-lei (Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940) que estabelece as normas e os tipos penais aplicáveis no sistema jurídico brasileiro, definindo os crimes, suas penas e os princípios gerais do Direito Penal. É um conjunto de normas jurídicas que regulamenta o poder punitivo do Estado, definindo crimes e as penas ou medidas de segurança que se aplicam a eles.       

 

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Ver ou conhecer Jesus? – Um plano melhor

         “Zaqueu, desça depressa, porque, hoje, me convém pousar em sua casa.” (Lucas 19:5)   

Zaqueu - o publicano 

          Há alguns anos, escrevi um artigo chamado Ver ou conhecer Jesus?*. De lá para cá, já ministrei sobre esse tema em algumas igrejas. E, em cada uma dessas ocasiões, o Espírito Santo levou-me a abordar novas lições que podemos aprender com esse texto, pois a Palavra de Deus, assim como as misericórdias dele, se renovam dia após dia – Lamentações 3:22-23.  

          Agora, gostaria de compartilhar com você mais um pouco daquilo que o Senhor trouxe ao meu coração nesses últimos dias. Para isso, tomarei como base o texto de Lucas 19:1-10, no qual está registrada a rica e enriquecedora história de Zaqueu.

          Para início de conversa, pergunto-lhe: Por que esse homem, mesmo sendo judeu, decidiu trabalhar como cobrador de impostos para o império romano, uma vez que isso geraria sérias consequências de ordem relacional para ele e sua família?

           Talvez, um dos motivos pelos quais ele tomou essa decisão foi o desejo de ter estabilidade financeira para si e para os seus. Quem sabe, desejasse ter proteção, pois, como diz o ditado, se não posso com o inimigo, junto-me a ele. Além disso, podemos supor que tenha sido movido pela ambição, pelo poder, ganância por riquezas, status social, fama ou algo semelhante ao que foi dito.

          Embora as Escrituras não informem a razão de Zaqueu ter feito essa escolha, sabemos que ele se tornou não apenas um cobrador de impostos, mas o chefe deles, e rico, conforme lemos em Lucas 19:2. Isso, por certo, lhe dava autoridade e uma certa respeitabilidade.

          Por outro lado, também gerava olhares de inveja dos romanos e de reprovação por parte dos judeus, seus irmãos. Desse modo, ele não se encaixava nem entre aqueles que dominavam seu povo, nem entre os judeus, os quais o viam como traidor, ladrão e pecador, segundo ainda veremos.

          Neste ponto, preciso fazer outros questionamentos a você: Por que esse homem resolveu procurar Jesus? Será que não havia conquistado tudo o que queria? Afinal, como se diz popularmente, ele já estava com a mula na sombra. 

          Quem sabe, em determinado momento da vida, Zaqueu começou a passar por uma crise existencial, ou seja, um descontentamento que surge devido à insatisfação ou à confusão com a própria identidade, sentido e propósito de vida.

          Presumo que esse homem passou a questionar sua identidade, pois estava agindo como um romano, mesmo sendo judeu. Também suponho que começou colocar em xeque o sentido da sua vida: Será que realmente vale a pena viver? A vida é só isso? Além do mais, penso que ele se viu questionando qual seria o propósito da sua vida.

         Partindo desse raciocínio, penso que ele se sentia imensamente vazio e triste. Por isso, talvez dissesse para si mesmo: A vida deve ser mais do que isso. Deve existir algo maior e melhor do que poder, estabilidade, fama, sucesso, bens e riquezas. Deve haver uma forma de ser realmente feliz e me sentir realizado.         

          Mas… Por que ele tomou a decisão de ver quem era Jesus? Ou ainda: Como ele ficara sabendo da existência do Mestre?

          O evangelista Lucas também não registrou essa informação. Porém, presumo que em suas andanças pelas ruas de Jericó, além de xingamentos e provocações de seus irmãos, ele ouvia as pessoas falando sobre o novo rabi, cujas palavras tocavam profundamente o coração das pessoas e estava realizando coisas extraordinárias, inclusive ressuscitando mortos.

          Quem sabe, foram outros cobradores de impostos que lhe falaram sobre esse homem que estava causando alvoroço com seus ensinos recheados com uma autoridade, poder, carisma e empatia nunca vistos antes. Ou teria sido algum de seus empregados? Será que a esposa dele tinha ouvido de uma de suas amigas enquanto comprava mais um vestido chique no “shopping” da cidade?

          Não sabemos. Mas o que de fato importa é que ele ouviu falar do Mestre e tomou a sábia decisão de ir ver quem era esse homem fantástico. E assim foi. Contudo, havia alguns impeditivos: era de pequena estatura, existia uma multidão ao redor de Jesus e ele não era bem-vindo naquele lugar – Lucas 19:3. O que fazer então?

          Diante desse obstáculo, ele teve a brilhante ideia: “E, correndo adiante, subiu a uma figueira brava para o ver, porque havia [Jesus] de passar por ali” – Lucas 19:4.

          Você consegue imaginar essa cena inesperada, inusitada e constrangedora, isto é, o chefe rico que estava pagando um grande mico?!

          Imagine você andando na rua e ouvindo falar que uma pessoa muito importante está por ali. Então resolve ir vê-la. Ao se aproximar, vê uma grande autoridade, ou quem sabe seu pastor, correndo e subindo numa árvore para ver também. O que você pensaria? O que diria?

          Certamente pensaria que esse indivíduo havia perdido o juízo. Se fosse seu pastor, talvez você tentaria se esconder para que ele não o visse. E, se alguém dissesse: “Olha o pastor da sua igreja!” Quem sabe, como Pedro você negaria conhecer “aquele homem”. Pode ser que o negasse muito mais que três vezes. E eu me incluo nessa também.

          Para Zaqueu, porém, naquele momento, não importava o que diriam ou pensariam as pessoas que o vissem pagando aquele mico. Ele estava decidido a ir em frente, independentemente do apontar de dedo da multidão. Por esse motivo, elaborou uma estratégia incomum e deu um jeito. Era o Modo Zaqueu de fazer as coisas acontecerem. Assim, finalmente ele poderia ver aquele rabi de quem ouvira falar tantas coisas maravilhosas, inovadoras, revolucionárias.

          Para surpresa dele, quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e disse-lhe: “Zaqueu, desce depressa, porque, hoje, me convém pousar em tua casa” – Lucas 19: 5. Esse era o Jeito Jesus de realizar as coisas.

          É sempre assim. Pensamos que temos a solução definitiva para algum problema, mas o Senhor nos mostra uma melhor. Zaqueu queria ver Jesus, o que poderia acontecer a uma boa distância. Por isso subiu na figueira. Entretanto, o Mestre queria relacionamento pessoal; por essa razão, ordenou que ele descesse.

          Em uma das profecias messiânicas, o profeta Isaías declarou o seguinte sobre o nascimento de Jesus: Portanto, o Senhor mesmo lhes dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel – Isaías 7:14. E em Mateus 1:23, lemos o seguinte: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel.” (Emanuel, do hebraico Immanu’El significa: “Deus conosco“.).

          Percebeu? Jesus é Deus conosco. Isso significa que ele está entre nós, perto de nós, junto conosco e em nós. Desse modo, para o Senhor, não bastava apenas ser visto por Zaqueu. Cristo queria proximidade, relacionamento, olho no olho.

          Além do mais, em sua onisciência, ele sabia que existiam necessidades mais profundas do que esse homem imaginara até então. E não somente na vida dele, mas na da sua família também. Afinal, ninguém adoece sozinho. Quando um ente querido não está bem, há reflexos em todos (ou muitos) que estão ao redor, especialmente na vida do cônjuge e filhos.

          Sendo assim, era mais uma oportunidade para mostrar não só a Zaqueu, mas a todos que ele realmente era o Emanuel e queria fazer parte da vida de quem estivesse disposto a se relacionar com ele.

          Quando Zaqueu ouviu o convite do Mestre e teve a percepção do que isso significava, apressou-se, desceu depressa – Lucas 19:6 – e recebeu Jesus gostoso. (Ou, como dizem outras versões, com grande alegria, exultante.)

          O que é receber gostoso? Já vou explicar. No entanto, antes, pergunto-lhe: Por acaso, alguém que você não via há um tempo, ao encontrá-lo, ficou tão feliz que o abraçou tão forte para matar a saudade, que deu a impressão de que quebraria seus ossos? Eu suponho que foi isso que Zaqueu fez.

          Aquela forma de receber o Mestre demonstrou que, mesmo inconscientemente, ele sentia uma grande saudade de Deus e necessidade do amor e do abraço do Senhor. Também revelou o quanto se sentiu valorizado e honrado, o que seu povo não fazia, obviamente com razão.

          Mas pensa que saiu barato esse encontro? Não. Nem um pouco. Veja como Lucas, o evangelista, registra a reação da turma do bocão: “Vendo todos isso, murmuravam, dizendo que entrara para ser hóspede de um homem pecador” – Lucas 19:7.

          Notou o rótulo que deram a Zaqueu? Um homem pecador. Por certo, também o chamavam de ladrão, de traidor e outros adjetivos tão “carinhosos” quanto. E, talvez, também rotulassem sua mulher e seus filhos de “a mulher do pecador, ladrão, traidor…” e “os filhos do pecador, ladrão, traidor…”.

           Nós somos desse jeito. Temos o hábito de rotular as pessoas: o bêbado, o drogado ou o noia, a adúltera, o preguiçoso, o narigudo, o burro, a esquisita, o gordo, a girafa etc. Segundo consta, Gisele Bündchen, modelo mundialmente conhecida, era chamada de Olívia Palito na escola e não arrumava namorado por ser muito magra e alta. Também era considerada o patinho feio da família.   

          Felizmente, o olhar e o conceito do Senhor sobre nós são diferentes. E isso ficará bem claro no fim da história. Todavia, cabe agora voltar os olhos para a declaração desse novo homem que nasceu a partir do encontro com Cristo: “E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se em alguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado” – Lucas 19:8.

          Observe como o encontro dele com Cristo foi impactante. Segundo vimos, talvez um dos motivos que o levaram a se tornar um chefe dos cobradores de impostos foi a ganância pelo dinheiro, bens ou outras riquezas. Contudo, agora, ele percebeu que tudo isso era pouco perto do que Jesus lhe proporcionara e decidiu, espontaneamente, dar metade de seus bens aos pobres.

          Quero frisar isto: foi uma decisão pessoal. Jesus não o obrigou a fazer a doação. Nem a nós também. Entretanto, o amor ao próximo, o qual resulta em generosidade, inundou a alma desse homem, produzindo esse tipo de atitude.

          E mais: ele disse que, se em alguma coisa tivesse defraudado alguém, restituiria quatro vezes mais. Em outras palavras: não queria que sua nova vida fosse manchada por nada. Queria estar em paz com Deus e com as pessoas, como convém a todos aqueles que decidem se tornar de fato discípulos de Cristo: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” – 2 Coríntios 5:17 – ARC.

          Agora, leia o mesmo texto na Nova Versão Transformadora: “Logo, todo aquele que está em Cristo se tornou nova criação. A velha vida acabou, e uma nova vida teve início!”. Aqui, a mensagem ficou ainda mais clara. E na nova vida com Cristo não podemos ficar arrastando fardos ou dívidas do passado, se houver.

          Diante da postura de Zaqueu, Jesus fez a seguinte declaração: “Hoje, veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão, porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” – Lucas 19:9-10.

          Cabem aqui algumas reflexões ou considerações:

  • Como Zaqueu, muitas vezes fazemos escolhas com as intenções ou motivações erradas, supondo que está tudo certo. Afinal, achamos que precisamos fazer qualquer coisa para sermos felizes. No entanto, ainda que a princípio tudo pareça bem, com o passar do tempo percebemos que existem outras que são muito mais importantes e necessárias. Principalmente nosso relacionamento com Deus, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador – Efésios 2:1-10.
  • Muitas vezes, queremos apenas ver o Senhor à distância com medo do que as pessoas podem falar, por não querermos um compromisso sério com ele ou com medo de não sermos aceitos, por nos considerarmos indignos do seu amor. E tentamos fazer as coisas do nosso jeito. Todavia, não é do nosso jeito. É como o Mestre quer. Isso ficou claro na estratégia de Zaqueu: subir na figueira. Mas Jesus lhe disse para descer.
  • Ver é algo que se pode fazer à certa distância. Entretanto, o Senhor quer muito mais: ele quer proximidade; quer relacionamento pessoal, pois é o Emanuel, ou seja, Deus conosco: “O Senhor está perto de todos que o invocam, sim, de todos que o invocam com sinceridade” – Salmos 145:18.
  • As pessoas enxergavam esse homem apenas como um pecador, ladrão e traidor. No entanto, Jesus o via como um filho de Abraão. Isso quer dizer “como um filho de Deus” ou “como alguém que, pela fé, é herdeiro das mesmas bênçãos que o Senhor prometeu a Abraão e aos seus descendentes”.

          Com você e comigo não é diferente. As pessoas podem nos rotular de qualquer coisa (e às vezes realmente damos reais motivos para que nos rotulem), pois elas só conseguem ver aquilo que é exterior ou que se manifesta através das nossas atitudes e comportamentos. Mas nosso Senhor e Salvador vai infinitamente além: ele não vê apenas nosso passado, presente e erros; Deus enxerga nosso futuro como um verdadeiro filho dele: “Eu serei seu Pai, e vocês serão meus filhos e minhas filhas, diz o Senhor Todo-poderoso” – 2 Coríntios 6:18.

          Portanto, o que importa de fato é como Deus nos vê e o que diz a nosso respeito, não como as pessoas nos veem e o que falam sobre nós.

  • Mesmo que Zaqueu não fosse um corrupto ou um ladrão, ele era pecador, como todos nós também somos: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” – Romanos 3:23 – e “Na verdade, não há homem justo sobre a terra, que faça bem e nunca peque” – Eclesiastes 7:20.

  E mais: “Se afirmamos que não temos pecados, enganamos a nós mesmos e não vivemos na verdade. Mas, se confessamos nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. Se afirmamos que não pecamos, chamamos Deus de mentiroso e mostramos que não há em nós lugar para sua palavra” – 1 João 1:8-10.

Simplificando: todos nós somos pecadores. E o pecado nos torna “perdidos ou mortos espiritualmente”, ou seja, sem direito à salvação eterna, a qual só é possível por causa da morte de Jesus Cristo: “Pois o salário do pecado é a morte, mas a dádiva de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” – Romanos 6:23.

Então foi para nos reconciliar com Deus e nos dar salvação que Cristo veio ao mundo: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” – João 3:16-18.

  • Naquela ocasião, jesus disse: “Hoje, veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão, porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” – Lucas 19:9-10.

Note que Jesus levou salvação àquela casa, isto é, não somente para Zaqueu. Todos ali precisavam ser salvos. Conosco e com nossa família não é diferente. Sem Cristo, estamos irremediavelmente perdidos e precisamos de um Salvador. E o único autorizado por Deus é o Senhor Jesus, que declara: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” – João 14:6.

  • Pela leitura do texto, percebemos que a princípio Zaqueu pensou apenas em si mesmo. Talvez porque estivesse tão aflito, angustiado ou não desse o devido valor à sua família. Quem sabe, seu desejo era só uma curiosidade e pensasse que não precisava de Deus, que estava tudo bem. Porém, Jesus tinha um plano melhor e sabia que toda a sua casa precisava de socorro. Esse plano incluía salvação para a família.

Quem sabe a história desse homem se assemelha muito à sua. Talvez você não tenha percebido o quanto precisa de Jesus. Pode até ser que pense que sua família precisa, mas você não. Ledo engano!!! Todos nós precisamos. E o Senhor, que sonda o mais profundo do nosso coração e para quem não há nada encoberto, sabe perfeitamente que precisamos com urgência dele e de salvação.

Portanto, ao encerrar este artigo, quero dizer a você: Aceite o Senhor agora mesmo. Assim, espiritualmente será chamado de filho de Deus: “Mas, a todos que creram nele [Jesus] e o aceitaram, ele deu o direito de se tornarem filhos de Deus” – João 1:12. Faça como Zaqueu: a partir daquele encontro, ele e a família dele começaram a escrever uma nova história em parceira com o Senhor. E você também pode fazer isso. Inclusive exatamente agora, se quiser.

 Porém, caso você já tenha convidado Jesus para ser seu Senhor e seu Salvador, quero incentivá-lo a permanecer firme, pois, “por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que perseverar/se mantiver firme até o fim, esse será salvo” – Mateus 24:12-13. Assim, certamente ouvirá o Senhor a dizer: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” – Mateus 25:34.

 

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Não está tudo bem, mas pode ficar!

Não está tudo bem, mas pode ficar!
Não está tudo bem

     “Pois que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderá dar em troca de sua alma?” (Mateus 16:26 – NVI)

          Já faz bastante tempo que tenho observado e refletido sobre muitas situações, comportamentos e atitudes de bastantes cristãos. Isso porque continuamente vemos ou ouvimos coisas que são incoerentes com o exercício da fé professada e, sobretudo, com os ensinos bíblicos.

          Para início de conversa, é importante lembrar que o cristianismo se diferencia de outras religiões por não ser simplesmente um conjunto de regras e rituais. Ao contrário, consiste em um estilo de vida ensinado pela Palavra de Deus e um relacionamento pessoal com o Senhor, cujo maior expoente e modelo é Cristo. Ademais, as Sagradas Escrituras por inteiro devem ser o manual de fé e prática de todo discípulo do Senhor.

          Logo, independentemente de onde ou em que situação estivermos, precisamos agir de acordo com os ensinos bíblicos. Como disse o apóstolo Paulo em sua segunda carta a Timóteo, “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra(3:16-17).  

           Se toda a Escritura é inspirada por Deus, não apenas algumas partes dela, e tem essa finalidade, como cristãos temos que colocar em prática as instruções que ela traz. Caso contrário, iremos na contramão da vontade do Senhor para nossa vida. Consequentemente, estaremos em pecado e deixaremos de desfrutar as bênçãos prometidas por ele, especialmente a salvação eterna. Observe, portanto, a declaração de Tiago em sua epístola: “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado” – 4:17.

          Para ficar mais claro, vou trazer uns exemplos disso que estou tentando explicar, a fim de que entenda melhor e faça um autoexame (e eu também). E, se verificar que não está tudo bem, você poderá ou deverá rever e corrigir seu modus operandi, isto é, seu modo de operar ou de agir.

          Contudo, preciso enfatizar que meu papel não é o de juiz, mas de porta-voz da Palavra de Deus. Sendo assim, gostaria que você pedisse ao Espírito Santo que desvende seus olhos, para que veja as maravilhas da lei do Senhor, seguindo o exemplo do Salmista (Salmos 119:18). Então, vamos lá?

         – Quando algum servo do Altíssimo mente, sobretudo para obter alguma vantagem, está tudo bem?

         As Escrituras revelam que não. Jesus disse que o diabo (com letra minúscula mesmo, para não dar moral a ele) é o pai da mentira. Também está escrito: “Ficarão do lado de fora [do céu] os cães, os que praticam feitiçaria, os que cometem imoralidades sexuais, os assassinos, os idólatras e todos os que amam e praticam a mentira” – Apocalipse 22:15.

         – Quando alguém é idólatra, está tudo bem?

         Não. Há muitos textos bíblicos ensinando que Deus não admite a idolatria. Veja um deles: “Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem” – Êxodo 20:3-5.

         Outro texto no qual o Senhor deixa claro que não aceita a prática da idolatria está em Isaías 42:8: “Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor, às imagens de escultura”.

         Vale recordar ainda que praticar a idolatria vai muito além de prestar culto a imagens ou a pessoas. Tudo aquilo que é colocado no lugar de Deus se transforma num ídolo. Pode ser a formação acadêmica, o trabalho, o cônjuge, filhos, dinheiro, sexo, o álcool e outras drogas, bens e riquezas, o clube do coração ou o time de futebol, os pets e tantas outras coisas.

         Quanto aos animais de estimação, não existe nenhum mal em tê-los e em cuidar bem deles. Aliás, a Bíblia recomenda que devemos tratar bem os animais. Veja: “O justo cuida bem dos seus animais, mas o coração dos ímpios é cruel” – Provérbios 12:10. O problema está nos excessos. Na zoolatria, isto é, no endeusamento que vemos hoje.

         – Quando alguém pratica a fornicação, comete adultério ou se envolve em qualquer outro tipo de imoralidade sexual, está tudo bem?

          Absolutamente, não. O prazer sexual foi algo criado por Deus e, de fato, é algo maravilhoso; uma dádiva carinhosa do Altíssimo. No entanto, como acontece em relação às demais coisas da vida, o Eterno estabeleceu regras e limites, a fim de que realmente seja uma bênção (para o indivíduo, casal, família, igreja e sociedade), não uma pedra de tropeço, geradora de sofrimento e perdição.

         Portanto, quando uma pessoa não obedece aos mandamentos e ensinos divinos, deixa de estar sob o guarda-chuva protetor do Pai. Como consequência, aquilo que geraria alegria e felicidade se torna uma grande pedra de tropeço, que fere todos aqueles que estão, direta ou indiretamente, ligados ao problema.

         Então vejamos alguns textos que falam sobre esse tão relevante assunto:

         “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela” – Mateus 5:27-28.

         “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará” – Hebreus 13:4.

         “Mas, quanto aos tímidos/covardes, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte” – Apocalipse 21:8.

          “A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual. Cada um saiba controlar o seu próprio corpo de maneira santa e honrosa, não dominado pela paixão de desejos desenfreados, como os pagãos que desconhecem a Deus” – 1 Tessalonicenses 4:3-5.

          Penso ser importante registrar que um dos motivos pelos quais Deus rejeitou Esaú foi o fato de ele ser fornicador. Observe: “E ninguém seja fornicador ou profano, como Esaú, que, por um manjar, vendeu o seu direito de primogenitura” – Hebreus 12:16. Portanto, todos nós devemos estar atentos à nossa conduta no que tange à área sexual, uma vez que NINGUÉM é forte o suficiente para se permitir ser desafiado com situações relacionadas a sexo.

          Inclusive, enquanto orientava Timóteo, o apóstolo Paulo disse: “Foge, também, dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor” – 2 Timóteo 2:22. Nesse caso, então, fugir não é sinal de fraqueza, mas de sabedoria e discernimento espiritual. Fazendo assim, não correremos o risco de ser reprovados e rejeitados pelo Senhor também. Além disso, não faremos outros sofrerem.  

          – Quando alguém mata, pratica qualquer tipo de violência contra seu próximo, age com orgulho, murmura, é ingrato, despreza sua esposa, abandona os filhos à própria sorte ou trapaceia, está tudo bem?

          Evidentemente, não! As Sagradas Escrituras nos mostram que todas as coisas citadas são reprovadas pelo Senhor. E, para tornar mais fácil de entender, o Mestre resumiu quais são os principais mandamentos: “E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes” – Marcos 12:29-31.

          Entendo que uma das coisas que Cristo quis ensinar nessa ocasião foi a seguinte: Se cada um de nós amar a Deus de forma verdadeira e intensa e ao nosso próximo como a nós mesmos, jamais aprovaremos o que ele desaprova.

          Além disso, não agiremos de forma arbitrária e injusta para com o nosso semelhante. E, se por um acidente de percurso, pisarmos na bola com o Eterno e/ou com aqueles que são a imagem e semelhança dele, logo reconheceremos nosso erro, arrepender-nos-emos e buscaremos a reconciliação com Deus e com as pessoas que ferimos. Também estaremos vigilantes, para não cometermos as mesmas falhas e erros já cometidos.

          Há, ainda, algo que entendo ser importante e necessário registrar aqui. Hoje, para muitos, inclusive cristãos, a verdade se tornou relativa. Por isso, argumentam assim: “Isso é a sua forma de entender, mas eu entendo ou penso diferente” ou “Isso é pecado para você, porém para mim não é”.

           Também existem aqueles que argumentam: “Essa é a sua verdade, não a minha”. Todavia, em se tratando do cristão, não há a minha verdade ou a sua verdade. Existe apenas a Verdade, que é a Palavra de Deus. Observe o que diz o texto a seguir: “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente, sereis meus discípulos e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. […] Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres”.

          Em outra situação, o Mestre declarou: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” – João 14:6. Em outras palavras: só existe uma verdade, a qual está revelada e personificada em Cristo. E é ela que deve prevalecer sempre. 

          Outros usam a fala de um líder sem compromisso com a Palavra de Deus como muleta para justificar suas atitudes e comportamentos errados: “O pastor Fulano de tal diz que não tem problema fazer isso”. Outros declaram: “O influencer Fulano de Tal disse que não tem problema nenhum fazer isso porque Deus é amor”. Existem também aqueles que justificam suas práticas e condutas dizendo: “Todo mundo faz” ou ainda “Não tem nada a ver”.

          No entanto, apesar de parecerem bons argumentos ou justificativas, são verdadeiras armadilhas que podem prender e escravizar os incautos, irreverentes ou incrédulos. Afinal, devemos fazer o que é reto e justo aos olhos de Deus, não aos nossos. Também não devemos tomar como verdade inquestionável ou padrão de conduta aquilo que prega a sociedade decaída e degradada na qual estamos inseridos.

          Em diversas passagens bíblicas, vemos as seguintes declarações sobre determinados reis: “E fez o que era reto aos olhos de Deus” ou “E fez o que era mau aos olhos de Deus”. Veja um exemplo disso: “E Asa fez o que era bom e reto aos olhos do Senhor, seu Deus, porque tirou os altares dos deuses estranhos e os altos, e quebrou as estátuas, e cortou os bosques” – 2 Crônicas 14:2-3.  

          Leia ainda a declaração sobre o rei Josias: “Josias fez o que era reto aos olhos do SENHOR, andou em todo o caminho de Davi, seu pai, e não se desviou nem para a direita nem para a esquerda” – 2 Reis 22:2.

         Ezequias também foi outro que tinha o selo de qualidade concedido por Deus: “No terceiro ano do reinado de Oséias, filho de Elá, rei de Israel, Ezequias, filho de Acaz, rei de Judá, começou a reinar.  Ele tinha vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar, e reinou vinte e nove anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Abia, filha de Zacarias.  Ele fez o que o Senhor aprova, tal como tinha feito Davi, seu predecessor. Removeu os altares idólatras, quebrou as colunas sagradas e derrubou os postes sagrados. Despedaçou a serpente de bronze que Moisés havia feito, pois até àquela época os israelitas lhe queimavam incenso. Ela era chamada Neustã.  Ezequias confiava no Senhor, o Deus de Israel. Nunca houve ninguém como ele entre todos os reis de Judá, nem antes nem depois dele. Ele se apegou ao Senhor e não deixou de segui-lo; obedeceu aos mandamentos que o Senhor tinha dado a Moisés” – 2 Reis 18: 1-6.

          Veja que esses homens receberam a aprovação do Eterno e o selo de qualidade das suas ações, atitudes e conduta. Além deles, felizmente há muitos outros que fizeram o que era reto, justo e bom aos olhos do Pai. Agindo com integridade, eles levaram o povo a fazer o mesmo, pois geralmente somos guiados pelo exemplo e guiamos outros, para o bem ou para o mal também.

          Por isso, ao instruir Tito, Paulo recomenda: “Em tudo, te dá por exemplo de boas obras; na doutrina, mostra incorrupção/integridade, gravidade [seriedade], sinceridade, linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós” – Tito 2:7-8.

          Por outro lado, lamentavelmente outros reis, ao passarem pelo teste de qualidade do céu, receberam o carimbo com a seguinte menção: Reprovados pelo Criador. Veja um desses casos: “Acabe, filho de Onri, fez o que era mau aos olhos do SENHOR, mais do que todos os que o precederam. Ele não apenas achou que não tinha importância cometer os pecados de Jeroboão, filho de Nebate, como também se casou com Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios, e passou a prestar culto a Baal e a adorálo” – 1 Reis 16:25, 30-33.

          Nos exemplos dados, fica muito claro que todos nós devemos estar atentos às nossas atitudes, comportamentos, conceitos e valores. Isso porque o certo é aquilo que o Senhor considera certo. O errado é aquilo que Deus considera errado. Nesse caso, não é a nossa opinião que importa e não somos nós que ditamos as regras, mas o Senhor, que é soberano.

          Portanto, algo não se torna correto porque a maioria ou muitas pessoas fazem. Também não se torna certo porque a mídia, com seus apelos e apeladores, tenta persuadir e incutir na nossa cabeça. Por outro lado, alguma coisa não se torna errada porque a minoria ou poucas pessoas estão fazendo.

          Ao contrário, muitas vezes é sinal de que estamos no caminho certo. Ouça Jesus falando: “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem” – Mateus 7:13-14.

          Agora, sinto que já posso dizer: Tenho boas notícias para você! Pode até não estar tudo bem no momento, mas pode perfeitamente ficar tudo bem. Como? 

          A Bíblia Sagrada não apenas apresenta nossos problemas, fraquezas, limitações ou pecados. Ela traz o remédio de Deus para todas as coisas. Então, caso estejamos enquadrados naquilo que não é reto, justo nem bom aos olhos do Pai, vejamos o que a Palavra do Eterno tem a nos dizer.

          Comecemos, portanto, pelo texto de Provérbios 28:13: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia”.

          Nesse texto, fica evidente que o segredo do nosso sucesso espiritual está em confessar as transgressões ao Senhor, pois isso mostra que houve reconhecimento, arrependimento, humildade e vontade de obedecer ao Senhor.

          Já em 1 João 1:7-10, está escrito: “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.  Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós”.

          Que lindo e reconfortante! Não somos perfeitos, mas se formos sinceros, certamente alcançaremos perdão dos pecados e, além disso, o Senhor nos livra do poder do pecado.

          Mike Murdock, grande escritor e palestrante internacional, diz em algumas de suas obras: “Deus não espera que sejamos 100% perfeitos, mas que sejamos 100% sinceros”. Então, havendo essa disposição de mente e de espírito, certamente teremos o discernimento dado pelo Espírito Santo para entendermos o que é bom, reto e justo aos olhos de Deus e o que é mal também aos olhos do Senhor. 

          Assim procedendo, um dia, quem sabe em breve, ouviremos o Senhor Jesus nos dizendo: “Venham, benditos de meu Pai, possuam por herança o Reino que está preparado para vocês desde a fundação do mundo…” – Mateus 25:34. Então, poderemos participar da ceia juntamente com nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e estar com ele por toda a eternidade, “porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” – João 3:16. Então, mesmo que não tenhamos ganhado o mundo inteiro, se nossa alma estiver em paz com o Senhor, na realidade ganhamos tudo.  

     Sugestão de música: Se Deus Não Tiver | Fernanda Tomadon

    

 

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Encontro transformador

“E disse-lhe Jesus: Hoje, veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão.” (Lucas 19:9)

A maioria das pessoas tem vontade de ver e estar com quem consideram importante. Em tempos de tecnologia avançada e redes sociais, muitos não apenas querem ver, mas também fazer selfies para postar ou compartilhar com seus amigos. Talvez (apenas talvez) alguns desses indivíduos não estão nem aí para os famosos; apenas querem ostentar e ser admirados.

      Por outro lado, há aqueles que realmente querem conhecer aqueles que admiram e estar com eles, mesmo que seja por alguns instantes. Também existem indivíduos que, além de estarem por um momento com seus influenciadores ou referenciais, desejam ouvi-los e aprender com eles, uma vez que os consideram importantes, sábios e agregadores de coisas relevantes à sua vida.

      Quando olhamos para os Evangelhos, vemos que Jesus sempre estava cercado por uma multidão, a qual almejava ouvir seus ensinamentos ou receber uma bênção. Outros apenas tinham a curiosidade de saber quem era aquele homem que estava agitando cidades e vilarejos com seu jeito diferente de ensinar. Também havia pessoas que queriam vê-lo e ouvi-lo somente para criticá-lo ou pegá-lo em alguma contradição, como era o caso de muitos saduceus e fariseus. 

      Dentre essas pessoas, havia um homem chamado Zaqueu*, cuja história está registrada em Lucas 19:1 ao 10. Quem sabe, você já ouviu a história dele muitas vezes (ou pelo menos uma). Ele era um dos que queriam ver Jesus. No entanto, se você não escutou nada sobre ele ainda, passará a conhecê-lo hoje.

      Já ministrei sobre Zaqueu diversas vezes e escrevei um artigo chamado “Ver ou conhecer Jesus”, o qual também está no blog. Ainda assim, gostaria de refletir uma vez mais a respeito da história desse homem, o qual era chefe dos publicanos cobradores de impostos, mesmo sendo judeu.

      Para começar, gostaria de perguntar a você: Por que, mesmo sendo judeu, esse homem se tornou cobrador de impostos para os romanos, os quais eram opressores de seu povo? E mais: Por que passou a ser o chefe deles? Você já pensou sobre isso ou ouviu alguém fazer suposições a respeito dos motivos dele?

      Às vezes, digo que as pessoas são as mesmas em todos os tempos e lugares. Com isso, quero dizer que apresentam os mesmos defeitos e qualidades, medos, sonhos, ambições e necessidades. Inclusive emocionais e espirituais. Evidentemente, há algumas variações de acordo com a época e a cultura, mas a essência disso tudo é a mesma ou, no mínimo, bastante semelhante.  Por isso, farei algumas conjecturas, ou seja, suposições ou hipóteses sobre as razões dessa decisão.

      Talvez Zaqueu visse que se aliar aos romanos era uma forma de fugir da opressão a que seu povo tinha sido submetido. Assim, ele teria mais liberdade e proteção que seus irmãos judeus. Ou seja: ele gozaria de certos privilégios e regalias que os demais compatriotas não possuíam.

      Quem sabe, ele tinha a ambição de ser rico e poderoso. Então, para conseguir seus objetivos estava disposto a trair seu povo e até sua consciência. Afinal, era preciso fazer toda e qualquer coisa necessária para conquistar o sucesso, a fama, a felicidade; enfim, o prazer da realização de seus sonhos.

      Outra possibilidade é que ele tivesse um enorme vazio interior e pensasse que sua existência não fazia nenhum sentido. Então, para mudar o status quo, isto é, o estado atual em que se encontrava, era necessário fazer algo que desse significado à sua vida vazia e, consequentemente, uma razão para se levantar a cada novo raiar do sol. 

      Também é possível que ele realmente fosse um grande materialista e mau caráter. Por isso, não se importava com seu povo, com seus pais, com sua família, com ninguém. Logo, para enriquecer e ocupar seu espaço na sociedade, deixou seu egoísmo, ganância e seu extremo individualismo falarem mais alto, pensando: “Que sofra nas mãos dos romanos quem quiser sofrer. Eu, porém, vou tirar proveito dessa situação. Como diz o ditado, se me deram um limão vou fazer uma limonada”.

      Há, ainda, a possibilidade de ele ter sido vítima de bullying durante toda sua vida por causa da sua pequena estatura. Então, a única forma de se autoafirmar e impor respeito seria se tornar rico, influente e poderoso. E, para isso, o caminho mais curto era se tornando um cobrador de impostos e, posteriormente, chefe dos cobradores. Ele desejava crescer profissionalmente!

       Evidentemente, são apenas suposições, não afirmações. A única certeza é que ele queria ver quem era Jesus – Lucas 19: 1 ao 3. Desse modo, quando soube que o Mestre estava entrando em Jericó, sua cidade, decidiu ver quem era aquele homem que estava quebrando paradigmas e mudando a história de tantas pessoas. Entretanto, existia um problema: ele era de pequena estatura e havia uma multidão cercando o Mestre – Lucas 19: 3.

      Embora estivesse diante de um grande problema, em vez de desistir ou de tentar passar pelo meio das pessoas, Zaqueu bolou uma estratégia interessante: encontrar um lugar com visão privilegiada, ou seja, sem obstáculos que o atrapalhassem. Então saiu correndo e subiu numa árvore – Lucas 19:4. E, segundo o texto, o Senhor ia passar por aquele lugar. Talvez, fosse o único acesso à cidade.

      Para uma pessoa comum, digamos que era algo normal, ou quase. (Hoje, existem pessoas que também sobem em árvores, casas e lajes para assistir a algum evento.) Contudo, para uma pessoa importante ou alguém que exercia autoridade, correr e subir numa árvore não era adequado na cultura da época e o tornaria uma figura risível, ou melhor, que causa ou que provoca riso; ridícula, grotesca, cômica.

      Provavelmente, ao verem aquela cena, muitos começaram a apontar o dedo e a zombar dele. Todavia, ele não se incomodou com isso. Quebrou o protocolo e foi em busca da realização de seu sonho: ver Jesus. Por certo, existia alguma coisa em seu coração que o impulsionava a fazer o que fez, mesmo parecendo ridículo aos olhos das pessoas.  

      Mal sabia Zaqueu que a partir daquele dia sua vida não seria mais a mesma. Pelo que se lê no texto, a expectativa dele era apenas ver o Senhor. Porém, Cristo tinha muito mais a lhe oferecer. Veja: “E, quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque, hoje, me convém pousar em tua casa” – Lucas 19:5.

      Nesse ponto, cabe uma observação: Muitas vezes, nossas expectativas em relação ao Senhor são muito pequenas e se resumem a coisas terrenas e materiais ou a um conhecimento teórico, distante da experiência pessoal com o Senhor. Contudo, ele sempre tem algo maior e mais profundo do que pensamos ou pedimos. Observe: “Àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós…” – Efésios 3:20. 

      Com esse homem não foi diferente. Por certo, ele não imaginava que Jesus ia dar-lhe uma atenção especial. Afinal, o Mestre estava cercado por uma multidão e era uma pessoa muito ocupada. Ademais, Zaqueu era um traidor do povo judeu. Entretanto, Cristo sempre para diante de um coração disposto a conhecê-lo e ouvi-lo. E foi o que aconteceu. Como diz o salmista: “… a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” – Salmos 51:17.

      O Senhor parou, olhou para cima e lhe falou: “Zaqueu, desce depressa, porque, hoje, me convém pousar em tua casa” – Lucas 19:5. O Mestre não riu dele nem reprovou sua atitude. Não questionou por que fizera aquilo. Apenas o acolheu por saber que aquele homem passara por cima de sua posição social e de seu orgulho próprio porque havia uma sede e uma fome em seu interior as quais precisavam ser saciadas urgentemente. Por isso, disse: “… desce depressa”.  

      Mas não parou aí. Ele também declarou: “… porque, hoje, me convém pousar em tua casa”. Ao dizer “porque”, o Senhor mostra que havia uma razão muito especial para a pressa. O Senhor queria dar algo muito maior do que aquele homem imaginara ou imaginava, por saber que por traz daquela máscara existia uma pessoa como outra qualquer, isto é, com medos, sonhos, carências, dúvidas, fraquezas, incompletude. Enfim, com um vazio interior imenso, com necessidade de salvação e ressignificação da sua existência.

      As palavras de Jesus certamente calaram profundamente no coração de Zaqueu. E, naquele momento, ele entendeu que de fato estava diante do Messias. Por esse motivo, desceu depressa e recebeu gostoso o Senhor. Na Nova Versão internacional, diz que ele o recebeu com júbilo – Lucas 19:6. Isso pode significar que esse homem abraçou Cristo fortemente e pulou de tenta alegria (Talvez tenha até dançado.).

      Sem dúvida, Zaqueu era odiado por muitos dos seus irmãos judeus, discriminado e acusado de traição. E, dentro daquele contexto, isso era justo. Todavia, tais pessoas não compreendiam que elas também não eram perfeitas e tinham basicamente as mesmas necessidades, sobretudo a de libertação mental, espiritual e de salvação da sua alma. (Só para deixar registrado: Todos nós temos também.)

      Quando seus compatriotas viram e ouviram Jesus dizendo que ia pousar na casa daquele traidor, criticaram o Senhor – Lucas 19:7. É sempre assim. Todos nós temos dificuldade de compreender e aceitar que pessoas consideradas más ou grandes pecadoras tenham as mesmas oportunidades e a atenção de Deus que as boas têm. Isso, infelizmente, é natural. É humano.

      Não quero, porém, que você entenda ou suponha que Jesus aceita tudo o que fazemos. Jamais. O Senhor aceita todas as pessoas, mas lhes diz o mesmo que falou à mulher que fora pega em adultério e levada a ele: “Agora vá e abandone sua vida de pecado” – João 8:11. E o que é pecado? Tudo aquilo que o Senhor diz que é. Basta lermos as Escrituras com humildade e temor reverente que entenderemos perfeitamente.

      Portanto, se Zaqueu fazia coisas erradas, não há dúvida de que Jesus ordenou que ele abandonasse o pecado e vivesse retamente diante de Deus. Isso também se aplica a cada um de nós, pois, da mesma maneira, precisamos fazer aquilo que é justo e reto aos olhos de Deus, como fizeram muitos reis e outros servos de Deus. Por exemplo: Enoque (Gênesis 5:22,24), Noé (Gênesis 6:8,9), Jó (Jó 1º:1), Simeão e Ana (Lucas 2:25 ao 38).

      O rei Ezequias foi mais um exemplo disso: “E assim fez Ezequias em todo o Judá; e fez o que era bom, e reto, e verdadeiro perante o Senhor, seu Deus. E em toda obra que começou no serviço da Casa de Deus, e na lei, e nos mandamentos, para buscar a seu Deus, com todo o seu coração o fez e prosperou” – 2 Crônicas 31:20,21.   

      Além do que já foi dito, Cristo demonstrou que queria ter comunhão com Zaqueu. Afinal, pousar na casa de alguém requer confiança e amizade de quem vai hospedar e do hóspede. Principalmente do anfitrião. Mas ia muito além de comer uma refeição e de uma simples noite de sono. Havia um propósito nobre da parte do Senhor.

      E qual era? Levar salvação àquela família. Não era apenas a esse homem. O Cristo de Deus desejava salvar todos os presentes naquela casa. Leia: “Hoje, veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” – Lucas 19:9,10.  

      No versículo 8, lemos o seguinte: “E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens…”.

     Observe que o encontro de Zaqueu com Cristo foi tão impactante que esse homem teve seu coração transformado e preenchido imediatamente. Aquele vazio não existia mais. Logo, os bens materiais já não eram seu ídolo. Ele encontrara alguém (Jesus) e algo (paz de espírito e sentido para sua vida) que eram muito mais valiosos que status, dinheiro e poder.  Por isso, o desejo de ter foi substituído pelo de socorrer os necessitados.

       Além disso, Zaqueu fez outra declaração publicamente: “… e, se em alguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado”. Note que o texto não diz que ele de fato havia defraudado, ou melhor, desapossado (alguém) de (algo) com dolo; espoliado, fraudado. Ao falar “se”, ele está fazendo somente uma suposição ou falando de possibilidade, não de certeza da existência de uma ação desonesta.

       Ainda que muitos cobradores de impostos fossem desonestos, não se pode afirmar que todos eram. Em qualquer profissão ou ocupação, há pessoas íntegras e outras, desonestas. Portanto, é injusto e temerário afirmar que ele tinha usado da sua posição para enriquecer ilicitamente às custas das pessoas.  

      Como seu encontro com o Senhor foi tão impactante e sua mudança ou conversão autêntica, Zaqueu não queria que ficasse nenhuma nódoa ou mancha que servisse de munição para aqueles que o odiavam e não criam em sua transformação, nem que o maligno tivesse algo do qual acusá-lo diante de Deus.

      Também não queria que houvesse nada que atrapalhasse sua comunhão com Cristo. Assim, pode-se dizer que esse homem entendera a seguinte mensagem: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” – 2 Coríntios 5:17.

      Pelo texto acima, entendemos que se realmente entregamos nossa vida a Cristo para que ele seja nosso Senhor e Salvador, é preciso abandonar as práticas anteriores que estavam erradas aos olhos de Deus. Isso significa a ocorrência de mudanças substanciais não apenas em nossa forma de crer, mas também de viver.

      Caso alguém diga que entregou sua vida ao Senhor, mas continua com os mesmos hábitos e práticas contrários aos ensinamentos bíblicos, é necessário e urgente que faça uma autoavaliação, tomando como referência os ensinos das Escrituras Sagradas. Só assim sua conversão será genuína e autenticada pelo Senhor. Veja: “Aquele que diz que está nele também deve andar como ele andou” – 1 João 2:6.  

      Há ainda outras coisas que considero importantes destacar. Uma delas é que o propósito da vinda de Jesus foi trazer salvação às famílias. Se ele disse: “Hoje, veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão.”, entende-se que existe necessidade de salvação. Logo, não podemos ignorar essa declaração do Senhor.

      Evidentemente, a salvação é individual: “A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele” – Ezequiel 18:20.

      Cada um responde por si mesmo diante de Deus: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” – 2 Coríntios 5:10. Entretanto, a família sempre esteve no coração do Senhor e foi por essa razão ele a instituiu. Portanto, certamente, ele anseia por receber no céu cada uma delas, dizendo: “Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo” – Mateus 25:34.   

      Além disso, preciso mencionar que muitas pessoas também tentam preencher o vazio que há em seu coração com bens materiais, fama, sucesso, aplausos, formação acadêmica; por isso, estudam o tempo todo. Tais indivíduos terminam um curso e imediatamente começam outro (Estudar é muito bom, mas, infelizmente, jamais preencherão com diplomas o espaço de seu coração que tem o formato de Deus.).

      Há pessoas que tentam preencher seu coração com relacionamentos diversos ou com relações sexuais com muitos parceiros ou parceiras. Mas, como já ouvi muitos declararem, após ato sexual sentiam nojo da pessoa com quem se relacionaram e de si mesmas.

      Para piorar, o vazio em seu interior se tornava cada vez maior. Então buscavam satisfação em outras coisas, tais como: viagens, drogas lícitas e ilícitas, baladas comuns ou raves, aquisição de bens, roupas e calçados de marca. E nada. Porém, quando humildemente entregaram sua vida ao Senhor, passaram a ter paz de espírito e satisfação de tal maneira que não mais precisavam daquilo que viviam ou consumiam antes. Além do mais, sua existência passou ter sentido e propósito.   

      Também não posso deixar de destacar que, independentemente de quão pecador alguém seja, existe esperança, pois Cristo falou: “… o Filho do Homem {Jesus} veio buscar e salvar o que se havia perdido”. E mais: “… eu {Jesus} não vim para chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento – Mateus 9:13. Note que ele não disse que veio para aqueles que se consideram bons, mas para quem é pecador e está perdido. (Isso inclui eu e você!)

      Infelizmente, tenho que dizer que todos nós nos encaixamos nesta categoria: a dos pecadores e perdidos, porque “na verdade não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque – Eclesiastes 6:20. Mesmo aqueles que mencionei anteriormente (Enoque, Noé, Jó, Simeão e Ana não eram perfeitos). Somente Cristo nunca pecou, conforme afirmam as Escrituras – Hebreus 4:15.

      Paulo, o apóstolo, arremata, declarando: “Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” – Romanos 3:23 – e “o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor” – Romanos 6:23. Então NINGUÉM pode se julgar perfeito, inerrante ou infalível. Logo, todos nós precisamos de Cristo, do perdão divino e de salvação.   

      Portanto, ainda que eu não saiba o que está acontecendo com você neste momento, de uma coisa tenho certeza: O Senhor se importa com você e foi justamente por esse motivo e por VOCÊ que ele veio ao mundo, anunciou as boas-novas de salvação, morreu e ressuscitou. Ele quer dar a você paz interior e paz com Deus. Também quer dar sentido e propósito à sua existência. Então: Se hoje você ouvir a voz do Senhor (ou se ouviu através deste artigo), não endureça o seu coração – Hebreus 4:7. Faça como Zaqueu: receba a Jesus gostoso, ou seja, com júbilo. Certamente, esse encontro também será transformador.  

Para ouvir e orar:

Faz um milagre em mim – Regis Danese
 

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Sabedoria do alto

     “A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire o conhecimento.” (Provérbios 4:7)       

     Um dos tesouros mais importantes e valiosos que uma pessoa pode ter é sabedoria. Por outro lado, também é uma das coisas mais difíceis de se obter e manter porque muitos de nós a buscamos de forma equivocada e na fonte errada. Porém, quando a busca é feita com sinceridade de coração e recorremos a quem pode dá-la, certamente se torna uma joia da qual jamais desejaremos abrir mão.  

     Nas Escrituras Sagradas, essa palavra e outras correlacionadas a ela aparecem muitas vezes, especialmente nos textos que têm como objetivo nos orientar para uma vida relacional de qualidade. Mas não apenas nessa área. Também trata de um requisito básico e indispensável ao nosso relacionamento com Deus. No Salmo 111:10, por exemplo, encontramos o seguinte registro: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; bom entendimento têm todos os que lhe obedecem; o seu louvor permanece para sempre”.

     Evidentemente, há alguns tipos de sabedoria: natural e terrena, que é fruto de uma excelente formação acadêmica e cultural. Existem muitas pessoas eruditas, ou seja, detentoras de um vasto saber sobre um determinado assunto ou, até mesmo, dominam várias áreas do conhecimento.

     Também há indivíduos que são sábios dada sua experiência de vida e maturidade. Nesse caso, mesmo não tendo frequentado a escola ou possuindo uma formação escolar mínima, conseguem se tornar grandes referenciais de vida e excelentes conselheiros ou mentores. Diante destes, devemos nos sentar para ouvir em silêncio suas experiências e instruções.

     Além dessas mencionadas, há outra cuja origem não é terrena, mas divina. E é justamente sobre essa que desejo lhe falar, pois sei que, assim como eu, você almeja ser sábio e, consequentemente, agir com sabedoria em todos os momentos da vida (Eu tenho batalhado para ser.). Para isso, tomarei como base para a argumentação diversos textos bíblicos, a começar por Tiago 3:13 ao 18.  

     No versículo 13, Tiago nos diz: “Se vocês são sábios e inteligentes, demonstrem isso vivendo honradamente, realizando boas obras com a humildade que vem da sabedoria”. Pela leitura desse texto, entendemos que uma das demonstrações de sabedoria consiste em viver de forma honrosa. Isso quer dizer “de maneira respeitosa, que enobrece ou dignifica”.

     Para compreendermos melhor, basta-nos olhar em nosso entorno. Quantas pessoas que conhecemos andam exatamente na contramão do que ensina a Bíblia. Ou melhor: não são respeitosas para com Deus, muito menos com seu próximo. Ao contrário, agem de modo inapropriado, isto é, inadequado ou inconveniente. Sem contar que muitos sempre procuram uma oportunidade para se aproveitarem da boa-fé de seu semelhante, lesando-o financeira, emocional ou espiritualmente. Desse jeito, tratam com desdém a Palavra de Deus. Consequentemente, evidenciam falta da sabedoria dada pelo Senhor.     

     Outra evidência de sabedoria é o realizar boas obras com humildade. Hoje é muito comum a exposição através da mídia de tudo o que se faz. Alguns indivíduos vão realizar alguma doação de alimento, por exemplo, e fazem fotos e/ou vídeos que, posteriormente, serão postos nas redes sociais, constrangendo quem o recebeu.

     Por certo, em algumas ocasiões é importante e até necessário que determinadas obras sejam expostas para que outros também se sintam motivados a fazer o bem, especialmente quando se trata de uma instituição filantrópica. No entanto, cabe a cada um de nós, doadores, vigiar o coração para ver se nossas motivações estão pautadas no amor ensinado nas Escrituras ou não. Afinal, Jesus nos ensinou que nossa mão esquerda não deve saber o que a direita fez – Mateus 6:2-4. Em outras palavras: a motivação deve ser obedecer ao Senhor e demonstrar amor cristão ao próximo. Não receber os aplausos de outros.

     Também existem aqueles que usam os talentos e as habilidades dados pelo Espírito Santo não para glorificarem a Deus, mas com o intuito de serem admirados e aplaudidos. Obviamente, é muito bom receber aplausos (e todos nós gostamos de recebê-los).      Todavia, devemos estar cientes e conscientes de que nossa motivação, isto é, o motivo ou a força que aciona e direciona nosso comportamento, levando-nos à ação deve ser honrar ao Senhor e abençoar as pessoas colocadas por ele em nosso caminho. Agindo assim, sem dúvida seremos honrados pelo Altíssimo, pois “diante da honra vai a humildade”Provérbios 18:12.  

     Em Tiago 3:17, somos ensinados que “a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura”. A palavra pureza quer dizer “sem mistura; não alterado pela presença ou inclusão de impurezas ou de elementos estranhos; límpido, claro, transparente”. Ao fazer essa afirmação, esse servo de Deus nos informa, embora indiretamente, que a sabedoria terrena apresenta algum tipo de impureza ou alteração. 

     A princípio, até podemos discordar dele. Contudo, se pararmos uns instantes para analisar friamente, concluiremos que ele tem razão. Tudo que tem a intervenção humana, por menor que ela seja, vem vestido ou contaminado com a visão, conceito, preconceitos e opinião de pessoas limitadas, falíveis e pecadoras como eu e você. Logo, em algum aspecto ou momento vai revelar seus defeitos.

     Por outro lado, a sabedoria gerada em nós pelo Espírito Santo é totalmente pura, ou seja, não está contaminada por agentes humanos. Dessa maneira, ela representará exatamente a vontade de Deus para nossa vida, a qual, conforme nos ensinam as Escrituras Sagradas, é “boa, perfeita e agradável” – Romanos 12:2b.  

     Outra característica dessa sabedoria é que ela é pacífica. Em outras palavras: ela vem recheada pelo objetivo de promover a paz. Se conectarmos esse texto com a fala de Jesus em Mateus 5:9, veremos que tem tudo a ver. Observe: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus”.  

     Ser um pacificador vai muito além de gostar da paz ou de viver em paz. É ser uma pessoa que promove a paz, que se dedica a fazer reinar a paz. É aquele que através de seus atos e atitudes promove mudanças profundas no meio em que vive e convive. Logo, um indivíduo que apresenta essa característica só pode ser alguém que recebeu a sabedoria gerada pelo Espírito Santo. Sendo assim, ser um agente da paz segundo o conceito bíblico deve ser ou se tornar para cada um de nós um alvo a ser atingido, porque os pacificadores são bem-aventurados e chamados filhos de Deus.

     Ainda em Tiago 3:17, lemos que a sabedoria vinda do Senhor é tratável. Isso quer dizer que quem a possui é amável, afável ou agradável; que se pode tratar; que é gentil ou sociável. Por certo, você conhece muitas pessoas cujas ações, reações, atitudes e comportamentos tornam evidentes a inexistência dessa característica.

     Todos nós, indistintamente, precisamos estar atentos a isso. A Bíblia deixa claro que não podemos ser pessoas intratáveis, desagradáveis ou antissociais. Ao contrário, somos instruídos e admoestados a agir com doçura e mansidão: “… e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós…” – 1Pedro 3:15.

     Logicamente, Pedro referiu-se a uma situação específica. Porém, o princípio (a base de raciocínio) pode ser aplicado a todas as situações da vida. É óbvio que cada pessoa tem sua personalidade e temperamento. No entanto, entendo que o Espírito Santo pode e quer transformar não apenas nosso caráter, mas também o temperamento e até traços da personalidade que não são aprovados por Deus ou geram prejuízos relacionais.

      Tiago ainda declara que a sabedoria que vem do alto é cheia de misericórdia. Olhando para as Escrituras, passamos a saber que misericórdia está ligada a estas palavras hebraicas chenen, chesed e chen, as quais também deram origem à palavra graça, cujo sentido é favor a quem não merece.

      As palavras mencionadas (chenen, chesed e chen) nos informam que ser misericordioso é inclinar-se com bondade para com alguém, favorecer o necessitado e ajudar o pobre. E foi exatamente assim que o Pai Celestial agiu para conosco, mesmo sendo nós pecadores. Então, dentro daquilo que nos é cabível e possível, também precisamos ser cheios de misericórdia para com nosso semelhante, demonstrando sabedoria e entendimento da vontade de Deus para nós.

     Geralmente, queremos que Deus e as pessoas em geral nos tratem com benevolência, compaixão e empatia. Entretanto, quando é nossa vez de tratar nosso próximo, temos dificuldade de lhe estender a mão. Contudo, precisamos estar cientes de que agindo com misericórdia tornamo-nos habilitados para recebê-la também. Veja a declaração do Senhor Jesus em Mateus 5:7: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia”

     Ainda no versículo 17, lemos que um indivíduo com essa sabedoria produz boas ações ou obras. Hoje, infelizmente, grande parte das pessoas sempre age com maldade. Aliás, a perversidade tem sido a marca registrada de muitos. Diariamente a mídia mostra casos de pessoas que são vítimas ou vitimadas por indivíduos perversos. Todavia, graças a Deus, ainda há aqueles cujas ações recheadas com compaixão e altruísmo promovem a paz e o bem aos necessitados, seja para suprir uma carência física, emocional, afetiva ou espiritual. Que esse seja o nosso caso!

     Finalizando o versículo 17, Tiago declara que essa sabedoria não trata os outros com parcialidade nem com hipocrisia. Quando se fala em parcialidade, pode-se entender como “qualidade de quem toma partido ao julgar a favor ou contra, tendo em conta sua preferência, sem se importar com a justiça ou com a verdade”. Lamentavelmente, essa tem sido uma prática muito comum no Brasil. Provavelmente, nós também já agimos desse jeito. Assim, fica claro que precisamos da sabedoria que provém do alto.

     Em João 7:24, Jesus ordenou: “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça”. Erroneamente, muitos de nós entendemos a palavra julgar somente como sentenciar ou condenar alguém. Mas existem muitos sentidos que fazem parte desse pacote. Por exemplo: avaliar, examinar, considerar, pensar, calcular e outros. Nesse sentido, precisamos, e devemos, analisar. Porém, para não cometermos injustiças, tem de ser feito segundo a reta justiça e recheado com misericórdia. E o que é a reta justiça? Para o autêntico cristão, é aquilo que ensina e ordena a Palavra de Deus.

     E mais: cada um deve julgar a si mesmo. Como disse o apóstolo Paulo: “Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo”1 Coríntios 11:31,32. Note que o texto diz que “somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo”. Portanto, aceitar uma avalição segundo a reta justiça é mais do que uma evidência de humildade, amor-próprio e da sabedoria que vem do Altíssimo. É uma prova cabal.

     Para entender melhor, leia o texto que segue: “O sábio teme e desvia-se do mal, mas o tolo encoleriza-se e dá-se por seguro” – Provérbios 14:16. Observe que Salomão usa duas palavras contrastantes (sábio x tolo) para nos admoestar. Nesse caso, a evidência de sabedoria é demonstrada por temer e desviar-se do mal, enquanto de tolice é o enraivecer-se e se sentir seguro em relação ao mal.

     Outro texto bastante esclarecedor e importante é: “Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal” – Provérbios 3:7. Aqui, entendemos claramente que ser sábio aos próprios olhos é um grande perigo. Quem se sente assim, tende a tomar decisões completamente equivocadas, inclusive leva-o a aproximar e até mesmo a aliar-se ao mal ou a pessoas más. Portanto, é imprescindível ser sábio aos olhos de Deus, usando as ferramentas que ele nos oferece gratuitamente em sua Palavra.

     Quando olhamos para as Escrituras Sagradas, encontramos muitos exemplos de pessoas que agiram com sabedoria, desviando-se das coisas erradas aos olhos do Senhor. Uma delas foi Jó: “Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e este era homem sincero, reto e temente a Deus; e desviava-se do mal – Jó 1:1.

     Em Eclesiastes 7:13 ao 18, lemos algo muito interessante sobre a relevância de ser sábio. Nesse relato, lemos que um sábio pobre livrou sua pequena cidade de um grande rei usando como arma de guerra a sabedoria. Mas é necessário observar um detalhe: ninguém se lembrava dele. Muitas vezes, é assim. Poucos valorizam essa qualidade. Porém, o Senhor a valoriza e muito.

     Fazendo uma conclusão desse registro, Salomão declara: “Melhor é a sabedoria do que a força, ainda que a sabedoria do pobre foi desprezada e as suas palavras não foram ouvidas. As palavras dos sábios devem em silêncio ser ouvidas, mais do que o clamor do que domina sobre os tolos. Melhor é a sabedoria do que as armas de guerra, mas um só pecador destrói muitos bens” – Eclesiastes 9:16-18.

     Há ocasiões nas quais as armas de guerra são as palavras ditas no calor de uma discussão. Geralmente, o resultado delas são pessoas gravemente feridas, casamentos mortos, famílias e amizades destruídas. Mas veja o que Salomão diz: “Favo de mel são as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os ossos” – Provérbios 16:24. Logo, usando as palavras com sabedoria, em vez de guerras e destruição, geramos paz (saúde mental e emocional) e saúde física. 

     No versículo 17, o rei diz que as palavras de um sábio devem ser ouvidas em silêncio. Segundo estudiosos, um dos segredos do sucesso dos judeus é que eles gostam de ser corrigidos e ensinados. Por isso, valorizam os mentores/conselheiros. Portanto, considero fundamental aprender com eles também. E, quando estivermos diante de um sábio, aprendamos a ficar em silêncio, absorvendo e anotando tudo o que ele disser.

     Mas quem é um sábio? – Talvez essa seja sua dúvida. E eu lhe respondo: É todo aquele que ministra a Palavra de Deus como está registrada nas Escrituras. É todo aquele que usa a inteligência para promover o bem e a paz. Também é aquele que sabe de boas coisas que não sabemos ou já teve experiências que ainda não tivemos. Portanto, sempre que estiver perto de alguém, fique atento, pois da boca desse indivíduo, por mais simples que ele seja, pode jorrar palavras de sabedoria.

     Penso que foi por isso que Salomão declarou: “Aquele que anda com os sábios será cada vez mais sábio, mas o companheiro dos tolos acabará mal” – Provérbios 13:20. Com quem você quer andar? A colheita será de acordo com a semeadura. Por isso, espero e oro para que faça a escolha certa, receba as mais copiosas bênçãos de Deus e viva vitoriosamente.

     Caso você sinta que ainda lhe falta a sabedoria que vem do alto ou do Altíssimo Senhor, siga a instrução de Tiago, o servo do Senhor: “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada” – Tiago 1:5. Afinal, a sabedoria é a coisa principal e “Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento. Porque melhor é a sua mercadoria do que a mercadoria de prata, e a sua renda do que o ouro mais fino. Mais preciosa é do que os rubis; e tudo o que podes desejar não se pode comparar a ela. Aumento de dias há na sua mão direita; na sua esquerda, riquezas e honra. Os seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas veredas, paz. É árvore da vida para os que a seguram, e bem-aventurados são todos os que a retêm”Provérbios 3:13-18

Força e Sabedoria – Anderson Freire
 

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Sepultura vazia: Validação da fé cristã

Sepultura vazia: Validação da fé cristã
“E, se Cristo não ressuscitou, é inútil a nossa pregação, como também é inútil a fé que vocês têm.” (1 Coríntios 15:14)

      Como ensina a tradição, nesta semana, celebra-se a Sexta-feira Santa e a Páscoa. Há quem concorde com essa prática e outros que discordem. Quanto a mim, cabe o respeito à fé de cada pessoa e à liberdade de festejar ou não. Por isso, todas as considerações que farei neste artigo têm o objetivo de levar-nos à reflexão sobre esse tema tão importante, não de julgar pessoas.
     Conforme ensinam as Escrituras, a Páscoa foi instituída por Deus quando seu povo estava prestes a sair do Egito, rumo à Terra Prometida – Êxodo 14:1 ao 28. Essa palavra vem do hebraico Pessach ou Pesach, cujo significado é passagem. Também pode ter o sentido de saltar ou passar adiante. Portanto, entende-se que ao instituí-la, o Senhor estava indicando que os hebreus saltavam ou passavam adiante para outro estágio da vida deles, rumando ao lugar que fora dado a Abraão, de quem eles eram descendentes e herdeiros, segundo a promessa.
     Veja o que diz o versículo 21: “Chamou, pois, Moisés a todos os anciãos de Israel e disse-lhes: Escolhei, e tomai vós cordeiros para vossas famílias, e sacrificai a Páscoa”. Por esse texto, compreende-se que essa festa era do povo hebreu, o qual, posteriormente passou a ser chamado de judeu. 
     Quando Cristo veio, como um bom judeu que era, cumpriu tudo aquilo que ensinavam ou ordenavam as Escrituras Sagradas. Inclusive, a celebração da Páscoa, conforme se lê em Lucas 22:7 ao 20. Entretanto, nesse mesmo texto, vemos que o Mestre instituiu a Ceia, que pode ser entendida como a indicação de que chegara um novo tempo para todo aquele que o reconhecesse como o Messias e o aceitasse como seu Senhor e Salvador.
     Desse modo, quando o servo de Deus comemora a Páscoa hoje, mesmo não sendo uma ordenança do Senhor, deve fazê-lo com entendimento e com sabedoria. Assim como em Êxodo 12:26 e 27 o Senhor orienta os pais a explicarem para seus filhos o porquê dessa celebração, também o cristão que decide comemorar essa data precisa esclarecer a seus filhos que não se trata de coelhinho, ovos de chocolate, churrasco, bebidas e diversão, mas de reconhecimento de que o Senhor Jesus veio ao mundo, exerceu seu ministério, morreu em nosso lugar e ressuscitou.
     Todos nós precisamos saber claramente que ele fez tudo isso para que nós, vis e imerecidos pecadores, pudéssemos ser reconciliados com Deus, tivéssemos nossos pecados perdoados, passássemos a ter o direito de ser chamados de filhos e a certeza da salvação eterna – Efésios 2:13 ao 16; João 1:11 ao 13.  
     Feitas essas considerações, gostaria de tratar com você de quatro pilares muito importantes da fé cristã, os quais já foram mencionados: a vinda do Senhor Jesus, seu ministério, sua morte e ressurreição. Sem eles, todos nós estaríamos irremediavelmente perdidos, segundo nos mostra a Bíblia Sagrada.
     Como já fora anunciado por Deus lá no Éden, logo após a desobediência de Adão e Eva, da semente/descendência da mulher nasceria um que pisaria a cabeça da serpente (uma metáfora, que se refere ao maligno). Lendo  Isaías 7:14, vemos o Altíssimo dizendo: “Portanto, o mesmo Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel”.
     Chegando a Lucas 2:25 ao 32, vemos Jesus sendo levado pelos pais ao templo para ser apresentado ao Senhor. Lá, Simeão pega a criança nos braços, louva a Deus e  refere-se àquele menino como o cumprimento da promessa que tinha sido feita fazia tanto tempo. Logo, o primeiro pilar da fé cristã é o nascimento de Cristo.
     O segundo pilar é o ministério de ensino, pregação, cura e libertação exercido pelo Mestre, conforme lemos em Lucas 4:14 ao 22. Veja o que o Senhor declara no versículo 21: “Então, {Jesus} começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos”. 
     O terceiro pilar foi a morte de Cristo. Sem ela, a obra da redenção ainda não estava completa (redenção: do Latim redemptio, de redimere, “redimir”, literalmente “comprar de volta”, de re-, mais emere). As Escrituras fazem a seguinte declaração: “De fato, segundo a Lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue, e sem derramamento de sangue não há perdão/remissão de pecados” – Hebreus 9:22 – NVI.
     Em outras palavras: O senhor precisou derramar seu sangue lá na cruz do Calvário para que pudesse nos comprar de volta para o Pai, uma vez que éramos escravos do pecado, isto é, dominados por coisas e práticas que eram boas aos nossos olhos, mas que não eram retas aos olhos do Pai.
     Então, se hoje temos paz com Deus, devemos isso a Cristo: “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada/acesso pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus” – Romanos 5:1,2.  
     Ao ler o texto acima, fica claro que não é por sermos “bonzinhos” ou pelo que fazemos que fomos ou somos reconciliados com Deus, mas pelo que JESUS CRISTO fez. Veja ainda: “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie” – Efésios 2:8,9.
     O quarto pilar é a ressurreição de Cristo. Sobre esse assunto, Paulo faz uma longa argumentação em 1 Coríntios 15, pois, já em sua época, havia muitas pessoas influenciadas pelos pensadores (filósofos gregos), as quais não acreditavam nisso. Os saduceus, por exemplo, eram incrédulos quanto a isso. Eles, inclusive, tentaram pegar Jesus em contradição sobre esse assunto – Lucas 20:27 ao 40.
     Quando o apóstolo Paulo fez sua argumentação sobre esse tema, nos versículos 13 e 14 ele falou: “E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” – 1 Coríntios 15:13,14.
     Como meu objetivo aqui não é provar ou tentar convencer ninguém da veracidade da ressurreição, pois quem faz o convencimento é o Espírito Santo – João 16:7 ao 11, apenas quero declarar o seguinte: Se Cristo tivesse vindo como o Emanuel (Deus conosco), exercido seu maravilhoso ministério de ensino, pregação, libertação e cura, morrido, MAS não tivesse ressuscitado, nossa fé seria vã, ou seja, sem valor ou inútil, como bem o disse Paulo.
    Por isso, esse pilar é muitíssimo importante. Diferentemente de outras religiões ou de filosofias, cujos fundadores e grandes expoentes morreram e permaneceram em seus túmulos (alguns dos quais ainda podem ser visitados, uma vez que seus restos mortais se encontram neles), o túmulo de Cristo está vazio: “Por que buscais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou” – Lucas 24:5,6.
     Nosso Senhor não se encontra ali desde o domingo depois de sua crucificação e morte. Aleluia!!! Ele foi visto por mais de 500 irmãos, muitos dos quais ainda estavam vivos quando Paulo escreveu sua 1 epístola aos Coríntios, por volta dos anos 55 e 56 da Era Cristã.
     Veja a declaração de Paulo: “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e que foi visto por Cefas/Pedro e depois pelos doze. Depois, foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também. Depois, foi visto por Tiago, depois, por todos os apóstolos e, por derradeiro de todos, me apareceu também a mim, como a um abortivo. Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, pois que persegui a igreja de Deus. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus, que está comigo” – 1 Coríntios 15:3-10.
     Logo, nossa fé não é inútil nem desprovida de embasamento. Existem fatos históricos e científicos que dão credibilidade às Escrituras Sagradas. No entanto, o autêntico cristão não crê apenas no que diz a Ciência e a História, pois ele sabe que “sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam” – Hebreus 11:6.
     Também conhece o que Jesus, já ressuscitado, falou a Tomé: “Depois, disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. Tomé respondeu e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram!” – João 20:27-29.
     Portanto, se neste domingo você for celebrar a Páscoa, faça-o com entendimento e fé. Ensine a seus filhos e a quem tiver ouvidos para ouvir que essa festa não é sobre coelhinho, ovos de chocolate, reuniões familiares ou outras diversões e distrações (Evidentemente, pode dar, receber, trocar presentes reunir a família e amigos. Não existe nenhum mal nisso). Diga-lhes que ela é uma lembrança e um memorial da vinda, ministério, morte e ressurreição do nosso Senhor Jesus Cristo, para que nossa religação com o Pai fosse e seja possível. Do contrário, estaríamos miseravelmente perdidos e sem esperança de salvação: “… naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel (povo de Deus) e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo” – Efésios 2:12.   
 

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Sinal Amarelo II

     “Olhai, vigiai e orai, porque não sabeis quando chegará o tempo.”  (Marcos 13:33)

     Nestes últimos dias, temos nos defrontado novamente com uma situação que nos deixa sobressaltados, apreensivos e inseguros quanto ao futuro. Evidentemente, refiro-me à guerra envolvendo de forma direta a Rússia e a Ucrânia. Indiretamente, porém, ela atinge todo o mundo, uma vez que os reflexos econômico-financeiros e sociais podem atingir mesmo aqueles que estão, geograficamente, bem distantes dos referidos países.  

    Há dois anos, quando explodiram os casos de Covid-19, houve muitos questionamentos a respeito de ser um sinal ou não da volta de Cristo. Por isso, escrevi um artigo chamado Sinal amarelo https://palavradesabedoria.net/2020/03/30/sinal-amarelo/ , no qual falei um pouco sobre esse tema (Está no blog palavradesabedoria.net). Hoje, também tem havido muitas dúvidas e especulações sobre a chegada do anticristo e a volta de Jesus. Por essa razão, quero refletir mais um pouco com você a respeito desse tema.

     De início, é importante fazer uma analogia entre uma construção com rachaduras e o cumprimento das profecias bíblicas. Para muitos, eu sei, pode ser algo muito simplório (Que me perdoem os teólogos!), mas entendo que ajudará na compreensão desse tão relevante tema.

     Conforme já ouvi de alguns construtores, inclusive de quem construiu minha casa, existe uma movimentação natural do terreno. Isso, segundo eles, pode provocar algumas rachaduras, mas, a princípio, não precisa ser motivo de preocupação. No entanto, entendo ser necessário estar atento, pois, se a fendas começarem a aumentar de tamanho, profundidade e em quantidade, pode ser a evidência de que há algo sério ocorrendo com a estrutura da casa. Comprometendo, dessa forma, a segurança de seus moradores, porque pode fazê-la desabar a qualquer momento.

     Quando olhamos para as Sagradas Escrituras, vemos diversas profecias que já se cumpriram como, por exemplo, as que se referiam ao nascimento de Cristo, sua paixão, morte e ressurreição (Isaías 7:14; 9:1 ao 7; 53:1 ao 12; Lucas 2…). Outras estão se cumprindo e ainda existem aquelas cujo cumprimento se dará apenas quando Cristo vier buscar Sua Igreja. 

     Desse modo, pode-se dizer que o mundo tem sido como uma casa. Nele, sempre houve trincas, as quais, ao longo da História, o ser humano sempre tentou remendar. Algumas tentativas deram certo e o problema foi resolvido. Outras até apresentaram bons resultados, porém temporariamente. Logo o problema reapareceu e com mais força ainda. Há, ainda, algumas coisas que não foram e jamais serão resolvidas, já que a ambição, a ganância, o orgulho, a sede de poder, o sentimento de autossuficiência e o desejo, consciente ou não, de ser deus continuarão a existir na História da humanidade.

     “Então o que caracterizaria a proximidade da volta do Senhor?” ─ Talvez seja essa sua indagação. E muito justa, por sinal. Isso nos leva de volta à analogia feita no início. Se as rachaduras existentes em uma casa passarem a aumentar de tamanho e profundidade, se continuarem a surgir novas trincas e se espalharem pelas paredes, laje e piso, é preciso sair imediatamente dali, visto que pode desabar a qualquer momento. Caso alguém insista em continuar sob aquele teto, certamente se tornará vítima da sua decisão tresloucada.

     Quanto ao mundo, o raciocínio é o mesmo. E temos visto que as rachaduras têm aumentado assustadoramente. Compare o que disse o apóstolo Paulo há cerca de 1900 anos com o que você tem presenciado na sociedade atual e reflita a respeito: “Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder. Afaste-se também destes” – 2 Timóteo 3:1-5.   

    Já no tocante às profecias proferidas por Cristo, temos presenciado o cumprimento de várias delas. Veja uma: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará” – Mateus 24:12.  Outra trata da perseguição aos cristãos. Estudos diversos têm constatado um grande aumento disso em todo o mundo   (https://noticias.r7.com/internacional/mais-de-360-milhoes-de-cristaos-foram-perseguidos-em-2021-19012022).

     Em Mateus, Cristo fala sobre diversos acontecimentos que podem ser considerados como sinais anunciadores da proximidade de seu retorno, não para pisar esta terra, mas para buscar Sua Igreja. Veja alguns dos versículos nos quais ele revela vários desses sinais de alerta: “Jesus respondeu: Cuidado, que ninguém os engane. Pois muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo! E enganarão a muitos. Vocês ouvirão falar de guerras e rumores de guerras, mas não tenham medo. É necessário que tais coisas aconteçam, mas ainda não é o fim. Nação se levantará contra nação, e reino contra reino. Haverá fomes, {e pestes}, e terremotos em vários lugares. Tudo isso será o início das dores. “Então eles os entregarão para serem perseguidos e condenados à morte, e vocês serão odiados por todas as nações por minha causa. Naquele tempo muitos ficarão escandalizados, trairão e odiarão uns aos outros, e numerosos falsos profetas surgirão e enganarão a muitos. Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará, mas aquele que perseverar até o fim será salvo. E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim” – Mateus 24:4-14. 

     Esses eventos mencionados por Cristo devem ser motivo de uma reflexão pessoal. Se fosse somente uma rachadura, até não deveria ser motivo de tanta preocupação. Todavia, por se tratar de muitas trincas, é preciso e necessário estarmos atentos. Caso você pare para analisar questões relacionadas à moralidade, por exemplo, perceberá quanta coisa mudou nestas últimas décadas.

    Isaías profetizou algo cerca de 700 anos antes de Cristo, entretanto parece que foi hoje de manhã: “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal! Que fazem da escuridade luz, e da luz, escuridade, e fazem do amargo doce, e do doce, amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos e prudentes diante de si mesmos! Ai dos que são poderosos para beber vinho e homens forçosos para misturar bebida forte! Ai dos que justificam o ímpio por presentes e ao justo negam justiça!” – Isaías 5:20-23.

     Por acaso, você não tem visto exatamente essa inversão hoje? E mais: o materialismo/secularismo, o hedonismo   (dedicação ao prazer como estilo de vida), a violência em todos os níveis e com todas as suas facetas têm sido algo notório. Enfim, todo tipo de corrupção está devorando a sociedade atual e, infelizmente, se percebe isso até na vida de pessoas que se dizem cristãs (Aliás, todos nós corremos esse risco!).

     Diante de tudo isso, cabe-nos estar atentos aos sinais da vinda de Cristo. No entanto, é urgente cada um de nós fazer uma incursão dentro de si mesmo, com a intenção de analisar a própria vida à luz das Escrituras. O apóstolo Paulo, ensinando a igreja de Corinto sobre a Ceia do Senhor, diz: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo (…) Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo” – 1 Coríntios 11:28, 31,32.   

     Obviamente, quando Paulo trouxe o ensino acima, estava falando sobre a Ceia do Senhor e como se comportar nessa ocasião. Contudo, o princípio é o mesmo em relação a nós. Ou seja: cada um de nós precisa examinar-se e julgar a si mesmo, tomando como referência a Palavra de Deus, para que entenda se está ou não preparado para o encontro com Cristo, quando ele vier buscar “um povo seu especial, zeloso de boas obras” – Tito 2:14. 

     Geralmente, temos o costume de analisar a vida do nosso próximo. Afinal, quem gosta de enxergar erros em si mesmo? Porém, a Bíblia diz que cada um vai prestar contas de seus próprios atos a Deus. Veja: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” – 2 Coríntios 5:10 (Hebreus 9:27 e Apocalipse 14:13; 20:12 e 13 e 22:12 também falam sobre isso). 

     Portanto, independentemente de essa guerra ser um prenúncio da iminência da volta de Cristo ou não, porque “um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia” – 2 Pedro 3:8; Salmo 90:4 – é muitíssimo importante estarmos preparados para esse evento. Para quem morrer nessa guerra ou para qualquer outra pessoa que partir, é como se o Senhor tivesse voltado, pois já não há mais a possibilidade de mudar de vida. No entanto, para nós que ainda vivemos, há tempo, e ele é mais do que oportuno para nos achegarmos mais e mais a Deus. As Escrituras declaram: “Aproximem-se de Deus, e ele se aproximará de vocês! Pecadores, limpem as mãos, e vocês, que têm a mente dividida, purifiquem o coração” – Tiago 4:8.  

    Então, é hora de observarmos as rachaduras desse mundo corrompido e corruptor e de praticarmos o que disse Jesus: “Olhai, vigiai e orai, porque não sabeis quando chegará o tempo” – Marcos 13:33. Somente agindo assim, ouviremos a doce voz do Senhor a dizer: “Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo” – Mateus 25:34. Eu quero ser recebido pelo Senhor desse jeito juntamente com minha família. E você?

Uma música antiga e mais que atual.
 

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Senhor, salva-me!

    “Mas, quando [Pedro] reparou no vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” (Mateus 14:30)      

    Criticar Pedro seria muito fácil. Mas andar sobre as águas como ele andou seria muito difícil. Por acaso, você já ouviu falar de outra pessoa, além dele e de Jesus, que fez isso sem nenhum tipo de apoio?

     Considero essa história bíblica uma das mais enriquecedoras e impressionantes. Ela está registrada em Mateus 14:22 ao 36 e ocorreu logo após a morte do profeta João Batista.

     Depois de ser informado desse fato, Jesus foi para um lugar deserto, pois queria ficar a sós. No entanto, descobriram para onde ele tinha ido e uma grande multidão foi aonde o Mestre estava. Aliás, sempre havia muitas pessoas nos lugares em que o Senhor se encontrava.

     Foi nesse dia que Cristo fez a primeira multiplicação de pães. Nessa ocasião, com apenas cinco pães e dois peixes, ele alimentou quase cinco mil homens, fora as mulheres e as crianças ali presentes – Mateus 14:13 ao 21. Em seguida, o Senhor ordenou a seus discípulos que entrassem no barco e fossem para a outra banda, onde ficava Genesaré – Mateus 14:22, 34.

     Quando terminou de despedir a multidão, o Mestre subiu ao monte para orar, como era seu costume – v 23. Ele sempre tirava um tempo especial para conversar com o Pai.

     Certamente, nesses momentos, Jesus compartilhava com Deus tudo que havia feito para ensinar e abençoar o povo. Não que o Pai não soubesse (ele é onisciente), mas por ter prazer em dividir suas alegrias e tristezas com ele.

    Enquanto isso, o barco dos discípulos estava no meio do mar, sendo açoitado pelas ondas, uma vez que o vento era contrário – v 24. Para aqueles homens experientes, os quais viviam pescando naquele ambiente, tempestades não eram novidade. Todavia, parece-me que, apesar da experiência deles, não estavam conseguindo avançar rumo à Genesaré.

     Como diz o ditado, “O que está ruim, pode piorar”. E piorou porque Jesus não estava com eles. Desse modo, o desfecho da história poderia ter sido trágico. Afinal, sabemos que, mesmo hoje, como embarcações gigantescas e com a existência sofisticados sistemas e instrumentos de navegação, ainda acontecem naufrágios. Imaginem, então, naquela época! Esses homens tinham apenas remos, velas, a cara e a coragem, como se diz popularmente.

     Por não estar escrito na Bíblia, não posso afirmar. Porém, pelo contexto, entendo que os discípulos ficaram meio perdidos, visto que ninguém consegue resistir à força de um mar revolto. Penso que muitos deles já tinham sido tomados pelo medo de morrer. Entretanto, felizmente, isso não aconteceu, pois, às três horas da manhã, o Senhor foi até eles andando por cima das águas – v 25.

     O que ocorre a seguir chega a ser meio cômico. Dadas as circunstâncias e, possivelmente, por algumas crenças que tinham, supuseram que estavam vendo fantasma e começaram a gritar – v 26. Imagine a cena! Um monte de homem barbado gritando de medo! Não é mesmo algo risível?

     Mas, a partir desse momento, a história começou a mudar. Cristo, imediatamente, lhes disse: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo” – v 27. Então, Pedro, sempre ele, falou: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro por sobre as águas” – v 28. Que coragem! Que fé! Pero no mucho, ou seja, mas não muito.

     A seguir, Jesus lhe falou: “Venha”. E Pedro realmente foi – v 29. Contudo, quando sentiu o vento forte, teve medo e começou a afundar – v 30. Nesse ponto, talvez a maioria de nós se atreva a declarar que ele foi um fraco. Talvez, estúpido. Mas… Será mesmo?

     Entendo que ele não foi um fraco, como possamos pensar a princípio. Porém, mesmo que tenha sido, isso definitivamente não é mais importante nesse episódio. Aqui, o que importa de verdade são alguns ensinamentos que podemos e devemos aprender e praticar. Então, vamos lá!

  • Quanto ao que fez Jesus, aprendemos que também precisamos reservar periodicamente um tempo para conversar com Deus. O Senhor sempre fazia isso. Assim, tinha comunhão com o Pai e se fortalecia espiritualmente.
  • O Senhor permitiu que os discípulos passassem por aquela adversidade, para que amadurecessem espiritual e emocionalmente. Além disso, percebe-se com clareza que não era o objetivo do Mestre deixá-los perecer, mas lhes ensinar algo que os ajudaria a conhecê-lo melhor. Além disso,  conheceriam a si mesmos e suas limitações.
  • Também quis mostrar que, por mais experientes, habilidosos e/ou inteligentes que sejamos, não somos autossuficientes. Ao contrário, sempre precisamos da intervenção do Senhor para nos ajudar a vencer os desafios e as adversidades que surgem ao longo da nossa trajetória aqui na terra.  

     Embora hoje muitos ensinem que devemos falar repetidamente para nós mesmos “eu posso” ou “eu consigo” (a Teologia do Coaching), Jesus continua declarando a quem tem ouvidos para ouvir: “Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma – João 15:7.

  • Outra lição que podemos aprender é que sempre haverá “ventos contrários”. Ninguém passa pela vida em total calmaria. Sempre há desafios e dificuldades a serem superadas, mas não estamos sozinhos. Veja o que Jesus declarou: “Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo” – João 16:33.
  •  Precisamos tomar cuidado com nossas crenças equivocadas. Aqueles homens não conseguiram reconhecer Jesus. Pensaram ser um fantasma que se aproximava deles. E isso os deixou em pânico, impedindo-os enxergar o Salvador e a salvação que acabaram de chegar.

Hoje também as dificuldades que se nos apresentam podem se tornar insuportáveis, se nossa religiosidade ou incredulidade nos impedirem compreender que o Senhor ainda acalma tempestades, pois ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente – Hebreus 13:8. 

  • Jesus se apresentou a eles, dizendo: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo”. Ele ainda continua se apresentando a nós. De que maneira? Através dos registros das Escrituras Sagradas, mas também gerando uma grande paz interior, mesmo em meio ao caos exterior. Em alguns momentos, o Senhor usa pessoas e eventos para dizê-lo. E, em algumas situações, ele realmente fala de maneira audível.

     Veja o que diz o Senhor em Isaías 41:10: “Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; eu o segurarei com a minha mão direita vitoriosa”.

  • Pedro teve a coragem de atender ao convite de Cristo, andou um pouco sobre as águas, mas depois sua fé vacilou. Por esse motivo, começou a afundar. Contudo, o Senhor não o deixou perecer. Antes, estendeu-lhe a mão e o salvou.

Conosco não é diferente. Muitas vezes, temos a ousadia de começar a fazer algo ou de crer em um milagre. No entanto, quando surgem as ondas desse imenso mar revolto (que é o mundo), fraquejamos e nossa fé foge de nós. Mas tenho uma boa notícia para você: o Senhor Jesus continua estendendo sua mão para nos sustentar e salvar em situações assim. Portanto, não se desespere, nem se desanime. Continue crendo, a despeito do que está vendo, sentindo, ouvindo ou de experiências negativas do passado.

  • Vendo-se numa situação em que sua força, capacidade e experiência eram insuficientes, ou mesmo nulas, Pedro fez uma sábia oração, usando apenas três palavras: “Senhor, salva-me!”.

Veja que ele não ficou enrolando, nem demonstrando todo o seu conhecimento teológico ou religioso. Também não teve receio de pedir ajuda. Naquele momento, não lhe importava o que os demais discípulos pensariam dele. Ao contrário, foi sincero e objetivo. E o socorro veio imediatamente.

Há momentos assim em nossa vida. Neles, não existe tempo para ficarmos planejando uma oração bonita para impressionar Deus (Como se isso fosse possível!), nem para preconceitos ou para demonstração de profundo conhecimento teológico, bíblico ou religioso. Só precisamos agir com sinceridade e objetividade para com o Senhor, que ele estenderá sua mão e nos salvará.

A palavra salvação, que se origina do latim salvare, pode ser tanto aplicada ao bem-estar físico quanto espiritual. Também tem origem na palavra grega soteria, a qual pode ser empregada com o sentido de cura, recuperação, redenção, remédio e resgate. Já no hebraico essa palavra envolve a ideia de segurança.

Assim, podemos ver que seu emprego engloba todas as áreas da nossa vida. No caso de Pedro, era necessário um tipo de salvação. No seu e no meu, pode ser outro. Mas isso tem pouca importância. O que de fato é relevante é que no Senhor há salvação para todos nós.   

  • Conforme vemos no versículo 32, logo que subiram no barco, o vento cessou. Isso aconteceu porque, a partir daquele momento, Jesus estava presente e no controle. Afinal, ele tem poder sobre tudo, inclusive sobre os elementos da natureza.

Conosco ocorre algo semelhante. Quando clamamos ao Senhor, ele nos estende a mão, entra no nosso barco e traz a calmaria, a paz e a segurança das quais tanto necessitamos, especialmente em dias tão conturbados como os atuais.

Cristo ainda continua chamando: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” – Mateus 11:28-30.  

Sendo assim, se ouvirmos a sua voz e atendermos ao seu chamado, não há dúvida de que haverá salvação plena para cada um de nós.

  • Depois de terem presenciado esse tão grande salvamento, os discípulos se aproximaram do Senhor, adoraram-no, declarando: “Verdadeiramente tu és o Filho de Deus” – Mateus 14:33.

Observe que existem três coisas importantes a serem destacadas aqui:

  1. Aproximaram-se do Senhor. Com eles, isso aconteceu de forma literal, ou seja, achegaram-se fisicamente a ele. Você e eu também não apenas podemos, mas devemos achegar-nos espiritualmente ao Senhor.

     Muitos, lamentavelmente, estão fazendo o contrário, ou melhor, afastando-se cada vez mais dele. Todavia, você pode agir de modo diferente e fazer o correto: aproximar-se.

2. Eles o adoraram. Um autêntico judeu jamais adoraria um ser ao qual não reconhecesse como sendo o Deus verdadeiro. Desde pequenos, ouviam e memorizavam o seguinte texto: “Ouve, ó Israel; o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. Amarás, pois, ao SENHOR teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças. E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te. Também as atarás por sinal na tua mão e te serão por frontais entre os teus olhos; e as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas” – Deuteronômio 6:4-9.

Desse modo, ao prestarem adoração a Jesus, estavam afirmando explicitamente que o reconheciam como Deus. Isso também é algo que precisamos fazer. Caso contrário, não teremos direito à salvação eterna: “Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” – João 17:3.

3. Os discípulos disseram: “Verdadeiramente tu és o Filho de Deus”. Note que eles não apenas o reconheceram como o Filho de Deus, mas verbalizaram. Nós Também precisamos fazer essa declaração pública da nossa crença e fé, pois “Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo. Pois com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa para salvação. Como diz a Escritura: Todo o que nele confia jamais será envergonhado” – Romanos 10:9-11.

Agora, só me resta dizer que, independentemente do problema pelo qual está passando, você pode fazer como Pedro, isto é, orar, dizendo: “Senhor, salva-me!”. Muitos talvez o tenham criticado por agir por impulso e depois fracassar. Quem sabe, você também tenha agido impensadamente e falhado. Mas, se clamar por socorro, certamente o Senhor lhe estenderá a mão e o levará em paz e segurança para o seu barco.   

Prof. Marcos Araújo

     Sugestão de música: Salva-me – Cynthia Nascimento

     Link: https://www.youtube.com/watch?v=NvbCSgfH7sY

 

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Como nos dias de Noé

     “Como foi nos dias de Noé, assim também será na vinda do Filho do homem – disse Jesus.” (Mateus 24:37)      

     Não me entenda mal, nem me tenha por repetitivo. Mais uma vez, gostaria de iniciar o artigo dizendo que já faz muitos dias que esse assunto teima em povoar minha mente. A princípio, relutei em escrever. Entretanto, compreendi que o Espírito Santo deseja que reflitamos a respeito do que declara a Palavra do Senhor a respeito da vinda de Jesus.

     Antes de começar, porém, sinto ser importante falar que cada pessoa tem o direito de acreditar ou não nos escritos bíblicos. Mas, de acordo com as Escrituras Sagradas, a pessoa de fato temente a Deus sempre crê e procura praticar os ensinos e conselhos presentes no texto Sagrado, porque “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” – 2 Timóteo 3:16,17. Portanto, incentivo você a refletir sobre o que o Senhor Jesus diz a respeito  desse assunto, com sua mente e coração abertos, desprovido de preconceitos.

     O texto de Mateus 24:36 ao 44 faz parte dos ensinos de Cristo sobre os sinais que precederiam sua volta para buscar Sua Igreja. Esta é formada por pessoas de todos os tempos, lugares, povos e culturas que decidiram crer nele, aceitá-lo como seu Único e Suficiente Senhor e Salvador (João 1:11 ao 13) e praticar os ensinamentos divinos.

     Nesse momento específico do ensino, o Senhor está falando que precisamos estar vigilantes, pois ninguém sabe o dia, nem a hora em que ele retornará a terra para buscar seu povo. No entanto, ele continua dando alguns exemplos e algumas pistas dos sinais que precederiam esse evento. Um deles trata do tempo de Noé, cuja história está registrada em Gênesis, capítulos 6, 7 e 8.

     Para facilitar o entendimento, veja a declaração do Mestre: “Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai. Como foi nos dias de Noé, assim também será na vinda do Filho do homem. Pois nos dias anteriores ao dilúvio, o povo vivia comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca; e eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim acontecerá na vinda do Filho do homem. Dois homens estarão no campo: um será levado e o outro deixado” – Mateus 24:36-40.

    No versículo 36, o Senhor nos ensina que NINGUÉM sabe exatamente quando acontecerá o evento da sua volta para buscar Sua Igreja. Portanto, se uma pessoa ou denominação religiosa marcar a data na qual isso ocorrerá, estão indo em direção contrária àquilo que Jesus ensinou. Consequentemente, não merece crédito.

     A partir do versículo 37, o Mestre passa a nos orientar, tomando como referência os tempos de Noé, dizendo: “Como foi nos dias de Noé, assim também será na vinda do Filho do homem”. Esse ponto merece uma atenção especial de nossa parte, pois, a seguir, ele vai mostrar como eram aqueles dias.

     Aparentemente, naquele tempo não havia nada demais. Veja que eu disse aparentemente. No versículo 38, está escrito: “Pois nos dias anteriores ao dilúvio, o povo vivia comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca…”

     Talvez você pense e questione: “Mas o que há de errado nisso?” Como eu disse, aparentemente não existe nada de mal nisso. Todavia, esse texto fala de rotina, de costume. De prioridades equivocadas. De psicoadaptação. Ou seja: da adaptação da mente a certos estímulos. Isso é bom, mas também pode se tornar um grande mal, caso esse adaptar-se envolva coisas que nos afastam de Deus, por serem contrárias aos seus ensinos e mandamentos. 

     Para entendermos melhor, é preciso que voltemos a Gênesis (6 e 7). Veja: “O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal” – 6:5). E mais: “A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência” – Gênesis 6:11. Aqui, começa a ficar mais compreensível a fala de Cristo.

     Adaptar-se significa ajustar-se, acomodar-se, amoldar-se ou encaixar-se. Então, entendemos que, de modo geral, a mente dos contemporâneos de Noé já estava completamente ajustada, acomodada, amoldada ou encaixada nos valores, comportamentos, crenças e ideologias, os quais o texto bíblico nos revela que eram totalmente contrários à vontade de Deus. Consequentemente, ofenderam tanto ao Senhor, que ele tomou a decisão de trazer um severo juízo àquele povo.

     Retornando à declaração de Jesus sobre comer, beber, casar-se e dar-se em casamento, entendemos que ele fala de estar tão psicoadaptado e integrado aos valores, costumes, comportamentos e ideologias de seu tempo que já não se faz mais uma avaliação de tudo isso, para verificar se são retos aos olhos de Deus ou não. Desse modo, mesmo as pessoas mais dignas e sinceras começam a agir como os outros, seguindo o fluxo ou a multidão, sendo envolvidas por essa perigosíssima rotina.

     Vale lembrar que seguir a multidão pode ser algo muito nocivo. Afinal, a voz do povo, na maior parte das vezes, não é a voz de Deus. Se fosse, não teriam ignorado seus sábios ensinos, muito menos levado o Senhor à sangrenta cruz. Por isso, é preciso que estejamos atentos aos sinais precursores do retorno de Cristo, apesar de muitos acharem que isso é fanatismo religioso.

     Ainda enfatizando o perigo da rotina e da psicoadaptação em seu aspecto negativo, observemos esse trecho: “…até o dia em que Noé entrou na arca; e eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim acontecerá na vinda do Filho do homem” – Mateus 24:38,39.

     De acordo com os registros bíblicos, Noé levou muitos anos construindo a arca. Certamente durante esse período, ele foi advertindo o povo sobre o juízo divino que estava por vir. Veja: “Ele {Deus} não poupou o mundo antigo quando trouxe o dilúvio sobre aquele povo ímpio, mas preservou Noé, pregador da justiça, e mais sete pessoas” – 2 Pedro 2:5. Contudo, as pessoas já estavam de tal maneira conformadas ou ajustadas a todas as injustiças, que “acharam” que Noé estava maluco, que era um intolerante, um ultrapassado, um fanático. Então, não lhe deram ouvidos.  

     Hoje nós, todos nós, corremos o risco de também ser totalmente envolvidos pelas “coisas” do nosso tempo que não avaliamos se elas agradam a Deus ou se são abomináveis aos olhos dele. Talvez os pregadores do verdadeiro evangelho, o que está nas Escrituras Sagradas, também sejam considerados fanáticos, ultrapassados, intolerantes, malucos ou quaisquer outros adjetivos depreciativos. Por essa razão, o Mestre continua fazendo essa advertência. 

     “Até que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim acontecerá na vinda do Filho do homem”. Às vezes, imagino as pessoas debochando de Noé. Talvez algumas delas até o ajudaram a construir a arca para ganhar algum dinheiro. Outras, simplesmente porque gostavam dele como amigo ou simplesmente para ouvirem suas histórias malucas e darem boas risadas de deboche. Afinal, nunca se falara sobre dilúvio. Mas ele veio. E levou a todos, menos Noé e sua família.

     Imagine o desespero das pessoas quando começou a chover e não parava mais. Quantas pessoas que zombaram de Noé e de sua família esquisita foram bater à porta da arca, pedindo socorro. Mas agora nada podia ser feito, porque “o Senhor fechou a porta” – Gênesis 7:16. E, a porta que Deus fecha, ninguém abre; a porta que ele abre, ninguém fecha, conforme lemos em Apocalipse 3:7 e 8.

     “Assim acontecerá na vinda do Filho do homem – disse Jesus.” Observe que esse trecho do sermão de advertência de Cristo é muito importante. Ele está falando de algo que vai se repetir. Ou seja: haverá um dia em que o Senhor vai trazer juízo sobre toda a terra. E eu penso que, se ele disse, devemos dar crédito. Isso significa que enquanto é tempo devemos fazer o que nos admoesta o profeta Isaías: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” – Isaías 55:6. 

     Entendo ser importante lembrar que invocar vem do latim invocare (in= em + vocare= chamar) quer dizer chamar em socorro ou clamar por socorro e sempre está ligado a coisas relacionadas à religião. Mas também nos leva ao sentido de chamar para dentro. Sendo assim, é possível fazer uma ligação com Apocalipse 3:20, onde Jesus diz: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo”

     Nesse ponto, cabe-nos umas perguntas. MAS são questionamentos que cada um deve fazer a si mesmo, tomando como fundamento ou princípio o que ensina a Bíblia: Será que Jesus está à porta do meu coração ou dentro dele? Será que já o chamei para dentro ou  tenho ignorado a voz dele, dando preferência às vozes do mundo, sem avaliar se agradam ao Senhor ou se são contrárias aos seus ensinamentos?

     É muito mais fácil, e até cômodo, dar ouvidos às vozes do mundo e convidar suas crenças, valores, comportamentos e ideologias para dentro de nós. No entanto, cada escolha gera uma consequência. Escolher o mal pode até ser mais atraente,  interessante e “politicamente correto”. MAS escolher o bem, embora muitas vezes exija esforço e sacrifício, sempre redundará em aprovação divina e bênçãos, especialmente a salvação eterna: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna – João 3:16.

     Noé entendeu muito bem essa verdade. Por esse motivo, achou graça aos olhos do Senhor – Gênesis 6:8. Atente para isso: aos olhos do Senhor, não do mundo. Quem sabe, do mundo ele só recebeu críticas, insultos, deboches, indiferença e outras coisas ruins. Mesmo assim, decidiu ser diferente e fazer a diferença: “Noé era varão justo e reto em suas gerações; Noé andava com Deus” – Gênesis 6:9.

     Provavelmente muitos consideram esse homem um pregador fracassado. Tanto tempo falando do dilúvio e apenas sua família foi convencida de que ele falava a verdade. No entanto, o conceito de sucesso e de fracasso de Deus é diferente do nosso. Assim, ele foi um bem-sucedido, pois conseguiu levar seus entes queridos aos pés do Senhor. E nós também seremos um sucesso, se conseguirmos apresentar ao Pai aqueles que ele colocou aos nossos cuidados.

     Existem muitos sinais em nosso tempo que revelam o cumprimento das palavras de Jesus e precisamos atentar para este ensino: “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências/paixões mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piedosamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, o qual se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniquidade/injustiça e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras” – Tito 2:11-14.

     Como nos dias de Noé, temos visto a multiplicação da maldade, da perversidade, da violência em todos as áreas sociais. Vemos ainda a corrupção e a iniquidade em todos os setores ou segmentos, especialmente na política, cujo resultado é morte de pessoas e o aumento da miséria. Além disso, o ser humano está numa corrida desenfreada em busca de “felicidade e do prazer”. E, para atingir tal objetivo, não importa os meios empregados, ignorando totalmente os ensinos do Senhor.  

     Aliás, a iniquidade parece ter sido institucionalizada, ou seja, oficializada legalmente. Assim, o certo tornou-se errado e o errado, passou a ser considerado como correto. MAS as Sagradas Escrituras declaram: “Ai dos que chamam ao mal bem e ao bem, mal; que fazem das trevas luz e da luz, trevas; do amargo, doce e do doce, amargo. Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos e inteligentes em sua própria opinião” – Isaías 5:20,21)

     Também vale lembrar que Deus sempre avisa seus servos sobre as coisas que vão acontecer. Foi assim no tempo de Noé e também no do profeta Amós e de tantos outros: “Certamente o SENHOR Soberano não faz coisa alguma sem revelar o seu plano aos seus servos, os profetas” – Amós 3:7. Do mesmo modo, há de ser quando o Senhor decidir que é o momento de buscar Sua Igreja. Por isso, ele já nos avisou faz quase dois mil anos.

     Para concluir, quero destacar que é assaz importante levar a sério o que o Senhor disse. Deus vela por sua palavra para fazê-la cumprir: “O Senhor me disse: Você viu bem, pois estou vigiando para que a minha palavra se cumpra” – Jeremias 1:12. Portanto, que cada um de nós questione a si mesmo sobre esse assunto. Sonde o próprio coração para ver se está dando prioridade a Deus e fazendo aquilo que é reto e justo aos olhos Dele ou não.

     Caso detecte que não está vivendo de acordo com a vontade do Senhor, é hora de seguir o conselho do apóstolo Paulo: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” – Romanos 12:2.

     Também importa estar atento ao que o Senhor Jesus diz: “Olhai, vigiai e orai, porque não sabeis quando chegará o tempo” – Marcos 13:33 e ouvir a sua doce, suave e insistente voz a dizer: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo” – Apocalipse 3:20.

Sugestão de música: Ele vai voltar – Marinalva

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Quem é Jesus para você? (Aconteceu de novo!!)

     “Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra.” (Jeremias 5:30)       

     Em 2018, pela graça de Deus, escrevi um artigo bíblico chamado Quem é Jesus para você?” (você pode ler também no site da IEQ São Paulo). Nele, trato desse tema de tão grande relevância, especialmente em nossos dias. Agora, sinto-me novamente impelido pelo Espírito Santo a retomá-lo e a escrever mais uma vez sobre ele.

     No artigo anterior, o qual está no blog “palavradesabedoria.net”, refiro-me a dois “artistas” conhecidos através da mídia. Na ocasião, tais indivíduos dirigiram-se a Jesus de forma muito desrespeitosa. MAS, naquele episódio, meu questionamento não foi a eles e, sim, a mim mesmo e a você, leitor. E hoje o faço a nós outra vez.

     A mídia brasileira (televisão, rádio, jornais, internet etc.) tem divulgado grandes escândalos nestes últimos dias. Evidentemente, ela está fazendo o papel que lhe compete e, espero, com honestidade e imparcialidade, pois é o que o cidadão íntegro tem esperança que aconteça. Concorda?

     Sei que há muitos casos que poderiam ser tomados como base para a argumentação. No entanto, almejo destacar quatro deles, por considerá-los suficientes para entender e fazer uma autoavaliação, ou seja, uma avaliação de nós mesmos, das nossas ações, comportamentos e atitudes diante do Senhor, da sociedade, da nossa família e da própria consciência.

     Afinal, como dizem as Sagradas Escrituras em Romanos 14:10b,12: “Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus. (…) Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus. E, ainda sobre essa questão, em 2 Coríntios 10:5, lemos: “Pois todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba de acordo com as obras praticadas por meio do corpo, quer sejam boas quer sejam más”.

     Um desses casos trata de uma mãe que expulsou de casa um filho de APENAS dois aninhos de idade![1] Para piorar, ela disse que também já havia expulsado outro filho. Como diz o texto bíblico de abertura, coisa espantosa tem acontecido na terra.

     Quando se fala em mãe, logo pensamos no chamado “instinto maternal”, o qual a leva a fazer de tudo para proteger sua criança. Obviamente, isso também deve se aplicar ao pai. Porém, não foi o que aconteceu. E, lamentavelmente, temos visto muitos casos espantosos, horríveis e revoltantes assim.

     Os outros casos envolvem três líderes religiosos: uma pastora, um padre e um médium espírita. E o curioso é que há diversas coisas em comum entre eles: religião, poder, dinheiro e sexo. Além disso, o primeiro e o terceiro também englobam acusação de assassinato. Por causa disso, mais uma vez, tenho visto alguns setores da mídia explorando exaustivamente essas tragédias, da mesma forma que já vimos em outras ocasiões e com assuntos diversos.

     Atenção!!! Quero que você entenda que não estou dizendo que casos assim não devem ser noticiados. Precisam e devem ser para, além de informar, alertar-nos para a existência de lobos vestidos de cordeiros. Esse é o papel do jornalismo sério e imparcial.

     MAS também penso que os veículos de comunicação social precisam e devem colocar em evidência, e de modo mais frequente (talvez insistentemente), os bons exemplos, os quais, não existe dúvida, são em quantidade muito maior. Faço essa afirmação porque entendo que tudo aquilo que reforçamos produz um resultado maior. Logo, se reforçarmos os maus exemplos, eles é que ocuparão nossa mente. E o contrário também é verdadeiro. Veja que falei reforçar, não ignorar.

     Para ilustrar, quero que você volte comigo há quase dois mil anos. Em Mateus 4:12 ao 22, vemos Jesus iniciando o processo de seleção de 12 homens que iriam compor o grupo de ajudantes dele. A princípio, foram chamados de discípulos (do grego mathetes). Em seu sentido mais comum, significa ser um aluno, aprendiz ou seguidor de um Mestre.

     O mais curioso de tudo é que entre os selecionados havia um que iria trair Jesus: Judas Iscariotes, o qual se tornou mesmo o traidor. Estranho, não? Será que o Senhor não sabia que isso iria acontecer? E a resposta é: Sim, sabia. Então por que o Mestre o aceitou em seu grupo, se havia tantas pessoas melhores que esse cara?

     A resposta não é tão simples. Mas, pelo contexto bíblico, entendemos algumas coisas claramente: o Mestre dá oportunidade para pessoas de todos os tipos e índole, isto é, conjunto de traços e qualidades inerentes ao indivíduo desde o seu nascimento; caráter, inclinação, temperamento. Se não o fizesse assim, haveria uma contradição, pois a Bíblia diz que o Senhor não faz acepção de pessoas: “…porque, para com Deus, não há acepção de pessoas” – Romanos 2:11.

     Além disso, Judas passaria por um longo período de treinamento e teria a oportunidade de mudar. Contudo, a decisão de acatar os ensinos do Mestre e de se tornar diferente estava nas mãos dele. Basta lembrar que o Senhor não impõe sua vontade. Ele a  expõe, dá bons exemplos, MAS a palavra final é de cada um de nós: “No último e mais importante dia da festa, Jesus levantou-se e disse em alta voz: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” – João 7:37,38. E hoje continua sendo assim. A escolha é pessoal. (Se quiser, leia Isaías 1:19.)

     Outra observação a fazer é que até no momento em que, traiçoeiramente, Judas entregou Jesus aos soldados ouviu a seguinte frase: “Amigo, a que vieste?” –  Mateus 26:50. Não é que o Senhor não sabia o motivo de estarem ali. Mas queria que esse homem refletisse sobre seus atos, especialmente o daquele momento.

    Sem dúvida, seria impossível reverter a situação. Todavia, Judas teve a oportunidade de se arrepender e de pedir perdão ao Senhor, o qual, certamente, o receberia de braços abertos e o restauraria. Infelizmente, porém, ele não aproveitou a chance e preferiu tirar a própria vida. Que triste!

     Também preciso relembrá-lo de que certa feita Jesus contou uma parábola sobre o trigo e o joio – Mateus 13:36 ao 43[2]. Essas duas espécies são bem parecidas. Crescem de modo muito semelhante. MAS o joio só tem aparência (casca), enquanto o trigo possui a essência, ou seja, os grãos.

     Conforme o Senhor deixou claro na parábola, foi o maligno que semeou o joio no meio do trigo. Porém, chegaria o tempo da colheita, quando cada um tomaria um rumo diferente. Veja: “Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim também acontecerá no fim desta era. O Filho do homem enviará os seus anjos, e eles tirarão do seu Reino tudo o que faz tropeçar e todos os que praticam o mal. Eles os lançarão na fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de dentes. Então os justos brilharão como o sol no Reino do seu Pai. Aquele que tem ouvidos, ouça” – Mateus 13:40-43.

     Aparentemente, as pessoas que praticam o mal estão no lucro. No entanto, não foi isso que Jesus no ensinou. Haverá, sim, o dia no qual pagarão pelas atrocidades cometidas. Todavia, antes de a justiça de Deus ser executada, a justiça humana deve, urgentemente e de modo imparcial, cumprir seu papel, aplicando as punições previstas na lei. E isso independentemente de se tratar de rico ou pobre, religioso ou não-religioso, novo ou velho, branco ou de qualquer cor ou raça. Afinal, a sociedade merece ser protegida, não ficar vulnerável a todo tipo de mal, especialmente nossas crianças.  

     Outra coisa a registrar é que essas atrocidades não devem surpreender os verdadeiros cristãos. As Escrituras, há muito tempo, nos informam que tais coisas acontecerão. Se você ler 2 Timóteo 3:1 ao 9, verá claramente um desses avisos. Entretanto, não estou querendo dizer com isso que devemos nos acomodar e nos conformar. Antes, se somos genuínos servos de Deus, devemos lutar contra o mal, como nos ensinou o Senhor – Efésios 6:10-18.

     Outro lembrete a fazer é que Jesus nos diz o seguinte em Apocalipse 22:11:  “ Continue o injusto a praticar injustiça; continue o imundo na imundícia; continue o justo a praticar justiça; e continue o santo a santificar-se”. E na sequência, lemos: “E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão/recompensa que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras”. Ou seja: cada um de nós vai ser recompensado pelo Senhor de acordo com o que fez por meio do corpo, conforme já vimos em 2 Coríntios 5:10.

    Ainda preciso registrar o seguinte: nosso verdadeiro referencial é Cristo. Foi ele quem morreu na cruz em nosso lugar para perdoar os nossos pecados, nos reconciliar com Deus e nos garantir a salvação eterna, segundo lemos em 1 João 2:25: “E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna”.

     Na mesma carta, temos a seguinte declaração: “E este é o testemunho: Deus nos deu a vida eterna, e essa vida está em seu Filho. Quem tem o Filho, tem a vida; quem não tem o Filho de Deus, não tem a vida. Escrevi-lhes estas coisas, a vocês que creem no nome do Filho de Deus, para que vocês saibam que têm a vida eterna” – 1 João 5:11-13.

     Já em Hebreus 12:1 e 2, lemos: “Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus. Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos”.  

     Você percebeu? A Bíblia fala que temos de olhar para Jesus. Portanto, os maus exemplos jamais podem ser motivo para descrermos do Senhor, abandonarmos a fé e a Igreja, blasfemarmos, ou tomarmos quaisquer outras atitudes e decisões que não estejam pautadas na Palavra de Deus.

    Muito pelo contrário. Não devemos deixar de congregar: “Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas nos encorajemos uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia – Hebreus 10:25.

     Em outras palavras: o verdadeiro servo do Senhor não se escandaliza, nem tem sua fé enfraquecida por causa de escândalos. Pode até se irar, se revoltar ou se entristecer. No entanto, não usará isso como muleta para justificar sua descrença em Deus ou deixar de frequentar sua igreja. Antes, entenderá que é tempo de se aproximar ainda mais do Senhor, pois só ele tem palavras da vida – João 6:68.

     Se você quiser olhar para os maus exemplos, certamente vai encontrar muitos. Mas, se decidir olhar para os bons, não tenho dúvida de que os encontrará em quantidade muito, muito maior.

     Para cada pastor ruim, quantos bons há? Para cada padre ruim, quantos bons existem? Para cada mãe ruim, quantas boas você conhece? Para cada líder espírita, ateu ou de qualquer outro segmento religioso ou social corrupto ou imoral, quantos são homens e mulheres íntegros?

     Podemos até não concordar com aquilo em que eles creem, é um direito que assiste a cada um de nós, MAS temos o dever de reconhecer o valor que possuem e respeitá-los.

     Como vimos no texto inicial, as Escrituras já nos advertiram, dizendo: “Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra” (Jeremias 5:30). Portanto, a questão não são os outros e o que eles fazem. A questão somos nós: Quem é Jesus para nós?  

    Em Mateus 16:13 ao 18, vemos um bate-papo entre Jesus e seus discípulos. E o Senhor lhes faz o seguinte questionamento: “Quem os homens dizem que o Filho do homem é?” – v:13.   Mas, na realidade, o que ele queria mesmo saber era o que seus seguidores pensavam sobre isso: “E vocês?,  perguntou ele. Quem vocês dizem que eu sou?” – v 15.

    Naquele momento, Pedro recebeu a revelação de Deus e declarou: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” – v:16. E hoje o Mestre também deseja que tenhamos essa revelação, pois, se a tivermos, nossos olhos estarão nele, não em pessoas falíveis como eu e você, as quais podem cometer erros gravíssimos, imperdoáveis aos nossos olhos, conceitos e julgamentos, e nos decepcionar.

    Mais uma coisa importante: devemos levar em consideração o conselho que as Escrituras nos dão em 1 Coríntios 10:12: “Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia!”. Observe que o texto diz “aquele que julga estar firme” ou “estar de pé”, segundo outra versão.

     Muitas vezes, nossos julgamentos são equivocados, especialmente os que fazemos de nós mesmos, pois temos uma fortíssima tendência de sermos muito benevolentes conosco, ou melhor, dispostos a nos absolver, complacentes ou indulgentes.

     Por isso, sempre temos que estar atentos e julgar/avaliar nossas ações, atitudes e comportamentos à luz da Bíblia. Além do mais, constantemente precisamos perguntar a nós mesmos: “Quem é Jesus para mim?”.

      A resposta a essa interrogação, sem dúvida, vai revelar de modo muito claro em quem está alicerçada nossa fé e se somos cristãos genuínos ou apenas religiosos e meros cumpridores de tarefas religiosas. Isso porque a questão principal diante de Deus somos nós, não tais pessoas.

     Por fim, sinto que devo registrar esta declaração de Jesus: “Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha. Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda” – Mateus 7:24-27. Então, que sua fé esteja edificada nele, que é a Rocha Inabalável.

 

Músicas para ouvir e refletir:

Casa na Rocha (Anayle Sulivan)    

Espera (Marcos Antônio)                 

     


[1] Cidade de Paranaíba – mãe expulsa filho de 2 anos de casa

[2] O trigo e o joio – Vídeo esclarecedor, feito na Suíça – 3:30 min.

 

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