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Crise – o que fazer

          Quem nunca se sentiu como se estivesse no meio de uma tempestade em alto-mar ou no olho de um furacão?

          Penso que a maioria de nós já se sentiu assim, talvez em mais de uma ocasião. Alguns certamente já estiveram nesse tipo de situação mais vezes do que poderia imaginar.

           No entanto, independentemente de ter sido uma única vez ou várias, o sentimento que envolve o indivíduo quase sempre é o mesmo: impotência. Todavia, em muitas pessoas, também gera desespero, revolta contra pessoas e até contra Deus.  

          Se olharmos apenas sob o ponto de vista humano, consideraremos algo mais do que normal, comum e compreensível tal reação, sentimentos ou comportamentos. Contudo, o cristão não deve viver baseado no que pensa e vê ou nas circunstâncias que o envolvem, mas pela fé nas promessas imutáveis do Deus que não muda, como lemos em Malaquias 3:6 e em Mateus 24:35.

          Quando olhamos para 2 Crônicas 20, vemos uma história que nos ajuda entender como precisamos e devemos agir em tempo de crise. Contudo, para entendermos melhor essa história, é preciso lembrar que no capítulo anterior o cronista faz relato que será relevante para entender as ações do rei Josafá: “Boas coisas, contudo, se acharam em ti, porque tiraste os bosques da terra e preparaste o coração, para buscar a Deus” – 2 Crônicas 19:3.  

          Note que esse homem, diferentemente de outros reis que o antecederam, procurava fazer aquilo que era reto aos olhos de Deus. E isso vai ser o grande diferencial dele quando se viu no meio da crise, a qual poderia ter determinado seu fim e a provável destruição de seu povo.

          Segundo o relato bíblico, os filhos de Moabe e de Amom se uniram para lutar contra Josafá, e era uma grande multidão. Então, algumas pessoas foram avisar o rei sobre a decisão tomada por esses povos – 2 Crônicas 20:1-2.

          Como diz o versículo 3, ao receber essa notícia, Josafá temeu muito, pois sentiu que a situação era muito complicada e grave. Veja: “Então, Josafá temeu e pôs-se a buscar o Senhor; e apregoou jejum em todo o Judá” – 2 Crônicas 20:3.

          À primeira vista, até podemos pensar que o rei era um sujeito emocionalmente fraco e, portanto, inapto para o posto que ocupava. No entanto, uma análise mais profunda da situação nos leva a concluir que, na realidade, ele foi muito sensato. Afinal, acaso adiantaria alguma coisa ele supor que conseguiria encarar e vencer aquela guerra se estava em desvantagem, colocando, desse modo, sua vida e seu povo em risco?

          A sequência dos fatos nos revela que Josafá agiu com muita sabedoria. Observe que ele se pôs a buscar ao Senhor e apregoou um jejum a todos os israelitas. Interessante isso. Sua sabedoria o levou à pessoa certa, Deus, o qual poderia mudar o resultado daquela batalha que, humanamente falando, já estava perdida.

          Mas há outro ponto importante que almejo destacar: ele decidiu não fazer isso sozinho. Por esse motivo, conclamou toda a nação para buscarem juntos a face do Senhor. Isso me leva a entender que quando somos envolvidos por uma crise não podemos nem devemos agir sem a direção de Deus.

          Outra lição é que devemos envolver aqueles que fazem parte do nosso relacionamento na busca ao Senhor. Muitos, quando estão sendo açoitados por um vendaval, por vergonha ou por orgulho, não compartilham seus problemas com outros, mesmo sendo pessoas idôneas.

          Outros há que não dividem a carga nem mesmo com o cônjuge. Desse modo, desgastam-se ou sucumbem sufocados pela crise. Mas o pior ainda é que, muitas vezes, mesmo tentando poupar seus entes queridos, levam-nos para o abismo também. E o mais grave: eles nem tiveram a chance de lutar para evitar a tragédia.

          Logicamente é necessário fazer um registro: não podemos e não devemos compartilhar nossos problemas com quaisquer pessoas. Antes, esse compartilhamento deve ser feito com pessoas maduras, idôneas, sensatas, equilibradas e tementes a Deus. Inclusive, sei que muitos não podem contar com seu cônjuge, o qual pode fazer a situação piorar, por causa da sua imaturidade ou falta de responsabilidade mesmo.

          Por outro lado, se o cônjuge, a família e até mesmo outras pessoas do nosso convívio são idôneas o suficiente, é certo que a junção das forças será determinante para superar a adversidade pela qual fomos açoitados.

          Veja o que diz o versículo 4: “E Judá se ajuntou, para pedir socorro ao Senhor; também de todas as cidades de Judá vieram para buscarem o Senhor. Aqui, vemos que o povo atendeu à convocação do rei. Isso nos diz muito sobre como agir. Especialmente quando há uma crise rondando nossa casa ou nosso povo precisamos unir nossas forças para buscar em Deus o livramento.

          No versículo 5, vemos Josafá, como líder, se colocando em pé e se dirigindo ao Senhor em oração. Tal postura nos leva a entender que quem está em posição de liderança, seja ele um governante, pastor ou   o responsável pela família deve ser o exemplo na busca pela face de Deus. Desse modo, os demais se sentirão motivados e fortalecidos para entrarem na batalha também.  

          Do versículo 6 ao 11, notamos que o rei começa “relembrar” Deus de quem ele é e de promessas importantes que fizera ao povo de Israel. Além disso, apresentou ao Senhor o problema pelo qual estavam passando.

          Dessa parte da oração, podemos extrair diversos ensinamentos. O primeiro é que Josafá reconhece quem é Deus, a onipotência do Senhor, adora-o e o louva por sua grandeza, diante da qual ninguém pode resistir. Isso me faz entender que ao nos dirigirmos ao Altíssimo precisamos estar certos sobre quem ele é, do que pode fazer por nós e com humildade.

          Infelizmente, muitas vezes apequenamos Deus. Uma vez que somos pequenos e fracos, mesmo que inconscientemente atribuímos essa pequenez e fraqueza ao Eterno. Todavia, Ele continua a nos dizer: “Eis que eu sou o Senhor, o Deus de toda a humanidade. Será que existe algo demasiadamente difícil para mim?” – Jeremias 32:27; Gênesis 18:14.   

           Outro ensinamento é que, mesmo sendo onisciente, ou seja, sabedor de todas as coisas, o Senhor quer que verbalizemos ou exteriorizemos aquilo que está em nosso coração. Afinal, orar é conversar com Deus. É abrir completamente o coração para ele.  É fazer como gostamos que nossos filhos façam quando estão com alguma necessidade ou para compartilhar algo bom, que lhe fizeram felizes.

          Também aprendemos que precisamos apresentar detalhada e claramente qual é o problema. Você deve ter percebido que o rei narra de forma minuciosa o que está acontecendo. Logicamente, o Senhor conhecia cada detalhe. Contudo, como já foi dito, ele quer que comuniquemos com clareza quais são nossas necessidades.

          Lembra-se do cego Bartimeu? Quando ele soube que era Jesus quem passava por ali, começou a clamar: “Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! E os que iam passando repreendiam-no para que se calasse; mas ele clamava ainda mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim!” – Lucas 18:37-39.   

          A seguir, vemos que o Senhor parou perto dele e lhe perguntou: “Que queres que te faça?” – Lucas 18:41. Ora, parece óbvio que aquele homem queria enxergar, não é? No entanto, o Mestre queria ouvir da boca de Bartimeu qual era o desejo dele. Sem contar que ele podia querer apenas uma esmola. Então, Jesus desejava saber claramente. Além disso, o Senhor almejava relacionamento pessoal.

          Voltando à história de Josafá, há algumas coisas muito importantes que gostaria de destacar. Veja o que ele diz no versículo 12: “Ah! Deus nosso, porventura, não os julgarás? Porque em nós não há força perante esta grande multidão que vem contra nós, e não sabemos nós o que faremos; porém os nossos olhos estão postos em ti” – 2 Crônicas 20:12.

          Primeiro ele reconhece que o Altíssimo é o Deus dele e do povo. Então, aprendo que não dá para nos dirigirmos ao Eterno para lhe pedir algo se não o reconhecermos como Deus. E o reconhecemos de fato quando estamos dispostos a obedecer aos seus mandamentos, pois “é melhor obedecer do que sacrificar – diz o Senhor” – 1 Samuel 15:22.

          Em segundo lugar, diante do caos ou da adversidade, é necessário reconhecermos e admitirmos nossa pequenez, fraqueza, impotência e incapacidade de tomar a decisão certa: “… e não sabemos nós o que faremos…”. Isso porque se permitirmos que nosso orgulho impeça de nos humilharmos perante o Senhor, corremos o risco de sofrermos uma grande derrota para o inimigo ou para um problema grave que nos acometeu.

          Em terceiro lugar, vem a parte mais relevante: “… porém os nossos olhos estão postos em ti”. Quando entra um “porém”, significa que haverá uma mudança de condição, situação ou ideia. E é justamente aqui que está o segredo da vitória. Até esse momento, parecia que a derrota era certa. Entretanto, não é isso que vai acontecer.

          A partir do momento em que declara “… porém os nossos olhos estão postos em ti…”, Josafá demonstra que está entregando o problema nas mãos de Deus, e isso junto com o povo. Veja: “E todo o Judá estava em pé perante o Senhor, como também as suas crianças, as suas mulheres e os seus filhos” – 2 Crônicas 20:13.  

          Mais uma vez, quero destacar a importância do envolvimento de todas as pessoas. Em Mateus 18:18 ao 20, vemos Jesus declarando: “Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus. Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”.

          Apesar de o contexto da declaração de Cristo ser outro, o princípio é o mesmo, ou seja, a unidade de propósito e atitude recebe um olhar responsivo e misericordioso do Pai.

          Nesse episódio, a consequência da oração do rei, com a unidade de coração do povo, foi o início da virada. Do versículo 14 ao 17, vemos a resposta de Deus. Dentre todas as coisas que o Senhor falou, quero destacar este trecho: “Nesta peleja, não tereis de pelejar; parai, estai em pé e vede a salvação do Senhor para convosco, ó Judá e Jerusalém; não temais, nem vos assusteis; amanhã, saí-lhes ao encontro, porque o Senhor será convosco”.  

          Que resposta linda do Senhor! E muito interessante! Em tantas outras ocasiões Deus determinou que o povo agisse fisicamente, ou melhor, entrasse na batalha corpo a corpo. Contudo, nessa ocasião, ele deu uma ordem bem diferente. Qual a razão disso? Não sei exatamente. Porém, posso supor que foi por causa da atitude humilde do rei e do povo diante da adversidade.

          Outro detalhe que me chamou a atenção é que o Altíssimo disse para eles não temerem nem se assustarem, pois veriam a salvação que lhes proporcionaria. Contudo, havia algo que os israelitas deveriam fazer: sair ao encontro do inimigo.

          Parece contraditório ou estranho. Se eles não iam lutar, por que ir em direção ao exército inimigo? O melhor não seria ficar bem longe, só assistindo de camarote?

          Aos olhos do Senhor, não. Ele queria que seu povo o visse em ação novamente, como já fizera tantas outras vezes. Assim, até mesmo os pequeninos, que nunca tinham visto o trabalhar do Deus Todo-Poderoso de quem ouviam falar, puderam testemunhar a grandeza e o cuidado do Senhor.

          Outro registro importante a fazer é que no versículo 20 vemos o rei novamente assumindo seu papel de líder e encorajador, servindo de exemplo para todos nós que exercemos liderança, seja em casa ou fora. Veja: “E, pela manhã cedo, se levantaram e saíram ao deserto de Tecoa; e, saindo eles, pôs-se em pé Josafá e disse: Ouvi-me, ó Judá e vós, moradores de Jerusalém: Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas e prosperareis”

          Também devo destacar o que ele fala para seu povo: “Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas e prosperareis”.  Note que ele não toma para si a glória, mas a tributa ao Eterno. Além disso, o rei instrui os israelitas a crer nos profetas, pois, quando um profeta é verdadeiro e verdadeiramente enviado pelo Senhor, levará as pessoas ao êxito.

          O que vem a seguir na história também é muito instrutivo. O versículo 21 relata o rei ordenando que os cantores saiam à frente do povo louvando a Deus. E, na sequência, vemos que assim que começaram a louvar, o Senhor entrou em ação e lhes deu uma gigantesca vitória.

          Como consequência do agir do Senhor, aconteceu o que você verá a seguir: “Veio o temor de Deus sobre todos os reinos daquelas terras, ouvindo eles que o Senhor havia pelejado contra os inimigos de Israel. E o reino de Josafá ficou quieto e o seu Deus lhe deu repouso em redor” – 2 Crônicas 20:29 e 30.

          Como você viu, aconteceram duas coisas importantes: primeiro, os reinos circunvizinhos ficaram temerosos ao verem que o Senhor havia lutado pelos Israelitas e os inimigos deixaram de importuná-los; segundo, Deus deu paz e repouso a eles. Desse modo, puderam continuar seus afazeres com tranquilidade.

          Conosco também pode acontecer algo semelhante. Em muitas ocasiões nos vemos cercados por muitos “inimigos”, e não estou me referindo a pessoas necessariamente, mas a problemas humanamente insolúveis ou que exigem muito esforço e um gasto enorme de tempo e energia para resolvê-los. Mas não precisamos lutar sozinhos.

          Se verdadeiramente temos crido em Deus como nos ensinam as Sagradas Escrituras, podemos e devemos recorrer a ele pedindo sabedoria para lutar ou, dependendo da gravidade da situação, suplicando que ele lute conosco.  E certamente encontraremos o socorro necessário, como Josafá e os israelitas encontraram.

          Portanto, incentivo você a colocar em prática a lições aprendidas com essa história do povo judeu, inclusive sobre louvar ao Senhor mesmo em meio à tempestade, pois Deus continua sendo o mesmo Deus, o qual é o nosso ajudador – Deuteronômio 33:26; Salmo 33:20. E, para concluir, quero relembrar o que está escrito em 2 Crônicas 20b:20: “Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas e prosperareis”. 

Sugestão de música: Deus cuida de mim – Eli Soares

 

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Deus tem muito mais para você

O Senhor não vê as coisas como o ser humano as vê. As pessoas julgam pela aparência exterior, mas o Senhor olha para o coração.”

(1 Samuel 16:7 – NVT)

          Outro dia me peguei pensando sobre o tema relacionando ao título deste artigo. Desde então, tenho refletido sobre isso e gostaria de compartilhar algumas dessas reflexões com você, pois sinto que poderão levá-lo a uma mudança de perspectiva sobre si mesmo, a respeito de outras pessoas com quem convive e até mesmo em relação a Deus.  

          Como diz o texto de abertura, é muito comum olharmos para alguém, e até para nós mesmos em determinadas circunstâncias e fazermos uma avaliação ou julgamento negativo, baseados apenas naquilo que nossos olhos ofuscados por preconceitos veem e naquilo que nossa mente presa a crenças limitantes nos permitem entender.  

          Todavia, com o Senhor é diferente, uma vez que ele é poderoso para fazer infinitamente mais do que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera (o Espírito Santo), conforme nos diz Paulo em Efésios 3:20. 

          Para prosseguir de maneira mais compreensível e aprofundada, preciso relembrar você de que geralmente existem três visões, ou seja, maneiras diferentes pelas quais vemos e somos vistos. São elas: a das pessoas em geral, a pessoal e a de Deus, nosso Criador – Gênesis 1:26.

          Também é necessário e importante recordar que tais visões interferem diretamente na nossa vida cotidiana (relacionamentos pessoal e intrapessoal, profissão, entre outras.), bem como na espiritual, ou melhor, em nosso relacionamento com Deus. Desse modo, podem nos levar ao sucesso ou nos deixar longe dele naquilo que somos ou fazemos.

          Talvez esse seja um dos motivos pelos quais o apóstolo Paulo, em Romanos 12:2, faz a seguinte declaração: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

          Esse mesmo texto na Nova Versão Internacional fala assim: Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

          Podemos notar nesse texto que o cristão deve trilhar um caminho bem diferente daquele que segue o mundo. É por essa razão que Paulo declara que não podemos nos amoldar ou ajustar ao modelo ditado pelo sistema que governa a sociedade, levando-a, na maior parte das vezes, ao caos moral, emocional, relacional e, sobretudo, espiritual.

          Ao utilizar a conjunção “mas”, a qual indica oposição, contraste ou mudança de direção argumentativa, o apóstolo nos leva à ideia de uma mudança radical de ação, atitude e comportamento. Então, a seguir, ele acrescenta: “… mas transformai-vos…”.

          Sabendo que a palavra aqui usada vem do grego “metamorphosis”, entendemos que Paulo nos está conclamando a uma mudança ou alteração completa no aspecto, na estrutura espiritual, mental e emocional, pois nossa natureza pecaminosa nos está levando a passos largos para longe de Deus e do propósito para o qual fomos criados, que é vivermos para o louvor da glória dele: Em amor [Deus] nos predestinou para sermos adotados como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade, para o louvor da sua gloriosa graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado – Efésios 1:5-6.   

          Continuando sua argumentação, o apóstolo acrescenta: “… pela renovação do vosso entendimento/mente…”. Sabendo que renovação é a ação de tornar algo novo de novo, concluímos que ele está falando da necessidade de termos a mente regenerada, ou seja, recriada ou gerada novamente. E como isso é possível?

           Torna-se algo possível por causa do que Paulo escreve a Tito: “Mas, quando apareceu a benignidade e o amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens,

não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador…” – Tito 3:4-6.   

          Desse modo, entendemos que esse renovar ou regenerar é realizado pelo Espírito Santo. Em outras palavras: não é algo que o ser humano tem a capacidade de, por si só, fazer.

          Para finalizar o texto, o apóstolo de Cristo apresenta o propósito de não se conformar, de transformar-se e de renovar-se: “… ser capaz de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus para conosco”.

          Depois dessa longa, mas necessária introdução, podemos retomar o objetivo central desse artigo: argumentar que Deus tem muito mais para nós do que já temos vivido até então. Para isso, colheremos das Escrituras vários exemplos de pessoas, imperfeitas como eu e você, que puderam experimentar o melhor do Senhor para a vida deles.

─ Abraão e Sara:

          Quando olhamos para Gênesis 11:30, temos a informação de que Sara era estéril. Logo, não tinha filhos. Consequentemente, aos olhos da cultura da época, ela fracassara como mulher e como esposa. Diante desse quadro, presumo que ela sofria muito preconceito e ouvia comentários totalmente indesejáveis.

          Para piorar, Abraão já estava com 75 anos quando o Senhor lhe apareceu. Sendo assim, o que Deus lhe disse parecia não fazer muito sentido. Porém, ele decidiu crer. Veja: “Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra. Assim, partiu Abrão, como o Senhor lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã…” – Gênesis 12:1-4. 

          E o que aconteceu com eles como resultado da obediência a Deus? Tiveram um filho (Isaque) e da sua descendência se fez uma grande nação, cujos descendentes estão no meio de nós até hoje, sendo uma influência para todo o mundo.

          Em outras palavras: O Altíssimo tinha reservado para eles muito mais que a esterilidade ou apenas prosperidade material. Por ter crido na promessa, Abraão é chamado de Pai da fé e Amigo de Deus – Romanos 4:11,12,16; Tiago 2:23 – e seu nome está na Galeria dos Heróis da Fé (Hebreus 11:8).  

─ José:

          Como a história bíblica nos conta, ele teve alguns sonhos que levaram seus irmãos a entenderem que, mesmo não sendo o primogênito, governaria sobre todos eles. Por causa disso, quiseram matá-lo. Porém, Rubem não permitiu que isso acontecesse. Então, decidiram vendê-lo por vinte moedas de prata aos ismaelitas, os quais o levaram para o Egito, onde o venderam para ser escravo de Potifar, um oficial e chefe da guarda do Faraó – Gênesis 37:28.

          Depois de um tempo, por se recusar a se deitar com a mulher de Potifar, ela o acusou injustamente de assediá-la sexualmente. Como consequência, ele foi preso. Assim, parecia que tudo estava perdido para José. No entanto, manteve sua integridade e fidelidade a Deus. E houve uma grande reviravolta em sua vida, pois Deus tinha muito mais para ele do que viver e definhar numa prisão.

          O Senhor havia reservado para José o cargo de governador de todo o Egito. Veja: “E disse Faraó a seus servos: Acharíamos um varão como este, em quem haja o Espírito de Deus? Depois, disse Faraó a José: Pois que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão inteligente e sábio como tu. Tu estarás sobre a minha casa, e por tua boca se governará todo o meu povo; somente no trono eu serei maior que tu. Disse mais Faraó a José: Vês aqui te tenho posto sobre toda a terra do Egito. E tirou Faraó o anel da sua mão, e o pôs na mão de José, e o fez vestir de vestes de linho fino, e pôs um colar de ouro no seu pescoço. E o fez subir no segundo carro que tinha, e clamavam diante dele: Ajoelhai. Assim, o pôs sobre toda a terra do Egito. E disse Faraó a José: Eu sou Faraó; porém sem ti ninguém levantará a sua mão ou o seu pé em toda a terra do Egito” – Gênesis 41:38-44. 

          Desse modo, esse homem teve condições de cumprir o propósito de Deus em sua geração e preservar com vida todos os descendentes de Jacó, seu pai e muitos outros. E, consequentemente, as gerações futuras também. E, para fechar com chave de ouro, seu nome também está entre os heróis da fé (Hebreus 11:22).

─ Moisés:

         Quando nasceu, sua vida foi preservada de forma milagrosa. Ele foi criado como se fosse filho da princesa. Entretanto, quando adulto, matou um egípcio, tentando defender um hebreu. Tempos depois, quando tentou apartar uma briga entre dois hebreus, um deles demonstrou saber que Moisés havia matado aquele homem.

          Como esse homicídio chegou ao conhecimento do faraó, Moisés teve que fugir do Egito, para não morrer – Êxodo 2:15. Em sua fuga, foi parar em Midiã, no deserto, na casa de Jetro, o qual viria a se tornar seu sogro. Lá, tornou-se pastor de ovelhas. Contudo, não era isso que o Eterno tinha planejado para ele. Havia algo muito maior: ser aquele que Deus iria usar para libertar Seu povo da escravidão e levá-lo à terra que prometera dar a Abraão e a seus descendentes para sempre – Êxodo 3:10-12. Além disso, também foi profeta, legislador e juiz e está no rol dos heróis da fé (Hebreus 11:23-29).  

─ Raabe:

          O que dizer sobre ela? Era uma prostituta que morava em Jericó – Josué 2:1. As escrituras não registram os motivos pelos quais se prostituía. Mas certamente sua vida era vazia e difícil. Quem sabe quantas humilhações sofria? Quantas lágrimas lavavam seu rosto, mas não limpavam sua vergonha e sua dor? Até que apareceram em Jericó dois espias dos hebreus.

          Por certo, ela já ouvira falar das obras extraordinárias realizadas pelo Deus dos israelitas. Então, decidiu esconder aqueles espias, mesmo correndo risco de perder sua vida, se fosse descoberta. E o Senhor não deixou de ver o bem que ela fizera e de recompensá-la. Como presente, tirou-a daquele lugar e daquela vida infeliz, levando-a, juntamente com sua família, para o meio do povo de Deus.

          Dessa forma, ela pôde seguir viagem para uma nova vida de alegria, significado e propósito. Mais tarde se casou e tornou-se a tataravó de Davi. Como Jesus é da tribo de Judá tal qual Davi, ela é citada na genealogia do Messias – Mateus 1:4-6. Além do mais, seu nome também está na relação dos heróis, confirmando que Deus tinha algo muito, mas muito maior mesmo para essa mulher do que uma vida na prostituição – Hebreus 11: 31.

─ Jefté:

          Esse homem também teve um início muito ruim. Ele era um filho bastardo de Gileade com uma prostituta e isso lhe gerou sérios problemas: seus meios-irmãos, que eram filhos da mulher legítima de seu pai, não iam com a cara dele e o expulsaram do meio deles.

          Se ele já sofria pelo fato de ser bastardo e, como consequência, discriminado, ainda teve que sair da sua casa. Mesmo assim, tornou-se um homem valoroso e valente – Juízes 11:1-3.

          Se olhasse para as circunstâncias, que eram tão adversas, poderia ter se tornado um fora da lei. Inclusive, por um tempo, andou com homens levianos. Talvez porque estivesse meio revoltado com aqueles que o desprezaram.  Contudo, como vimos, preferiu ser uma pessoa valorosa e valente, ou seja, uma pessoa de caráter, digna e corajosa, pois entendeu que sua origem não poderia definir seu futuro, nem quem de fato ele era.

          Só por isso sua vida já teria valido a pena. Entretanto, o Senhor tinha muito mais para ele. Então, quando os amonitas entraram em guerra contra Israel, a quem os israelitas recorreram? A resposta é simples e fácil: a Jefté.

          Para resumir, depois disso, ele se tornou juiz em Israel: “E Jefté julgou a Israel seis anos; e Jefté, o gileadita, faleceu e foi sepultado nas cidades de Gileade” – Juízes 12:7. Para coroar sua vida e feitos, seu nome foi posto entre os grandes heróis bíblicos: “E que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel, e dos profetas…” – Hebreus 11:31.  

– Davi:

          A princípio, parece-me que a família dele acreditava que seria apenas um pastor de ovelhas. Talvez, até ele pensasse isso. Mesmo sendo algo honesto, sem dúvida não era o que Deus queria para ele. Para o Senhor, aquela ocupação era apenas temporária e um trampolim, uma vez que havia algo muito maior à sua espera.

          Então, quando Deus quis substituir Saul, o qual pecara gravemente, ordenou que Samuel fosse até a casa de Jessé ungir a rei um dos filhos desse homem. Nem o profeta, que era um verdadeiro servo do Altíssimo, entendeu o trabalhar do Senhor, que precisou lhe dizer: “O Senhor não vê as coisas como o ser humano as vê. As pessoas julgam pela aparência exterior, mas o Senhor olha para o coração” – 1 Samuel 16:7 – NVT.

           O Eterno já havia escolhido Davi. Por isso, quando buscaram esse jovem, Samuel derramou o óleo sobre sua cabeça. E, a partir daquele momento, o Espírito do Senhor se apoderou dele – 1 Samuel 16:13.

          Mais tarde, quando já era um rei vencedor e respeitado, vacilou feio e cometeu adultério. Para tentar consertar a situação, ordenou que Urias, marido de Bate-Seba, fosse posto na linha de frente da batalha para que morresse. Assim, cometeu o segundo e grave pecado. Porém, quando confrontado pelo profeta Natã, disse: “Pequei contra o Senhor” (2 Samuel 12:13, demonstrando reconhecimento do erro e arrependimento.

          Note que, ao ser confrontado pelo profeta, o rei não tentou se justificar. Antes, demonstrou reconhecer seu pecado e foi perdoado pelo Senhor. Por certo, esse foi um dos motivos pelos quais Deus fez a seguinte declaração a seu respeito: “E, quando este [Saul] foi retirado, lhes levantou como rei a Davi, ao qual também deu testemunho e disse: Achei a Davi, filho de Jessé, varão conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade” – Atos 13:22. 

          Depois de pecar tão gravemente, penso que muitos passaram a ver nele somente um adúltero e o mentor intelectual de um crime. Todavia, percebemos que o Senhor tinha muito mais para Davi, e não mudara seus planos. Inclusive, ele faz parte da genealogia de Jesus e o nome dele também está registrado entre os heróis da fé, em Hebreus 11:32.  

          E o que dizer do endemoniado de Gadara – Marcos 5:1-20? Para muitos, ele era apenas um perturbado. Para outros, um caso perdido ou um pecador. No entanto, Jesus já via nele um missionário.

          Depois de liberto, esse homem queria acompanhar o Senhor: “E, entrando ele no barco, rogava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com ele” – Marcos 5:18. Entretanto, o Mestre tinha uma missão muito importante para ele, pois o via como um missionário ou uma testemunha viva daquilo que viera fazer na terra: “Jesus, porém, não lho permitiu, mas disse-lhe: Vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez e como teve misericórdia de ti” – Marcos 5:19.

          Então ele obedeceu a Cristo e o resultado foi este: “E ele foi e começou a anunciar em Decápolis quão grandes coisas Jesus lhe fizera; e todos se maravilhavam” – Marcos 5:20.

          Note, portanto, que Deus tinha muito mais para esse gadareno do que ele mesmo ou qualquer outra pessoa imaginara. Assim, os familiares e a sociedade passaram a conviver com um novo homem, totalmente transformado, com um servo de Cristo e missionário.

          E quanto a mulher samaritana? Certamente, para quem a conhecia ela era somente uma mulher leviana, que já tivera cinco maridos e estava se relacionando com um homem que não era, de fato, seu legítimo esposo.

          Talvez, ela fosse o terror de muitas mulheres, as quais morriam de medo de verem seus maridos sendo seduzidos. Mas, para o Senhor, havia nela muito mais do que uma pessoa de caráter questionável ou reprovável: também existia uma missionária vivendo temporariamente fora do propósito para o qual fora criada.

          Então, quando teve aquele encontro com Jesus no poço de Jacó, fez algumas descobertas extraordinárias: quem de fato o Senhor era (Jesus lhe revelou que era o Messias), quem ela era e que a vida que levava era uma farsa. Porém, agora, encontrara o verdadeiro sentido da vida e anunciou Jesus à sua comunidade. Como resultado, pelo testemunho dela, muitos creram e foram ter com o Senhor – João 4: 39 ao 42.

          O que posso falar sobre Pedro, Paulo e tantos outros cujos nomes estão nas Escrituras? E fora da Bíblia? Ao longo da História, tantas pessoas que eram subestimadas, humilhadas e desacreditadas fizeram a diferença porque descobriram que Deus tinha muito mais para elas.

          George Foreman é um destes: negro, pobre, sem pai, vivendo no auge do racismo nos Estados Unidos, desacreditado, humilhado. Mas Deus viu nele muito mais do que alguém que se tornaria o boxeador campeão de pesos pesados mais velho da História. Enxergou um pastor cristão que faria a diferença na vida de tantas pessoas, especialmente na dos jovens.

           Outro exemplo é Billy Graham. Segundo consta, um professor do seminário disse que ele não seria um bom pregador. Contudo, Deus também tinha outros planos e o tornou o maior evangelista do século XX, de acordo com o ponto de vista de tantos servos do Altíssimo. Sua biografia mostra que ele pregou o evangelho em países da chamada “cortina de ferro” – leia aqui sobre esse assunto -, com a permissão dos governantes.

          Há muitos outros casos conhecidos e, certamente, uma infinidade de histórias desconhecidas de pessoas que, aos olhos de seus conhecidos, eram casos perdidos ou não tinham condições de conquistar coisas importantes, mas que, para o Eterno, eram joias preciosíssimas. Por isso, realizaram obras magníficas nas mais diversas áreas. Tais indivíduos empreenderam, inventaram, fizeram grandes descobertas ou impactaram a vida espiritual de outras pessoas.

          Enfim, chegou a sua vez! Deus tem muito mais para você também. Mas talvez ainda não tenha percebido isso e tem vivido ou produzido muito menos do que poderia viver ou produzir.

          Para viver o melhor de Deus, porém, é importante e necessário que você faça uma avaliação, na qual deve pôr na balança as três visões mencionadas: a das pessoas em geral, a pessoal e a de Deus. Assim, poderá soltar as âncoras que o arrastam para o fundo do oceano existencial e abrir as asas da liberdade que o levarão a conquistas inimagináveis.

         Então, preciso lhe perguntar: A opinião negativa dos outros deve definir quem você é e o que pode fazer? Sua visão distorcida de si mesmo deve definir quem você é? Ou é a visão de Deus que deve definir quem você é?

         Antes de prosseguir, quero registrar e destacar algo importante: Não subestimo nem ignoro sua dor, consequência de experiências traumatizantes que o levaram a pensar que é inferior ou incapaz. No entanto, devo enfatizar que Deus tem muito mais para você também. Mas, para isso, é necessário se desvencilhar das crenças limitantes que o tem mantido emocional e mentalmente encarcerado, há muito tempo impedindo que cresça e desfrute o sentimento de realização.

         Como Jefté, não importa se é um filho ilegítimo ou indesejado. Através do sacrifício de Jesus na cruz, você foi adotado como filho Dele, e é amado da mesma maneira que o Pai ama o Filho: Veja o que Cristo diz em sua oração por seus discípulos: “Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste” – João 17:23.

          Perceba, entenda e aceite que, em Cristo, você tem os mesmos direitos e deveres, e recebe o mesmo amor que Jesus recebe do Pai Celestial. Mesmo que seja filho de um estupro. (E falo isso com muito respeito e até emocionado.) Para o Onipotente, Onisciente e Onipresente Senhor, você é um filho mui amado. E ponto final!

          No filme Mais que vencedores, dos mesmos produtores do Quarto de guerra, quando conhece Jesus e o aceita como seu Senhor e Salvador, a personagem Hannah Scott passa a entender e admitir que ela não é um “erro”. Assim, ela se torna feliz e encontra sentido e propósito para sua vida.

          Com você não é diferente. Talvez para seus pais, você é um erro, pois não é, de fato, o que eles queriam. Porém, PARA DEUS VOCÊ NÃO É UM ERRO! A partir do momento da concepção, o Senhor foi tecendo você no ventre da sua mãe com um propósito grandioso e sublime: ser um filho amado, que vive para o louvor da sua glória e recebe o mesmo amor que Jesus.

          Você é a imagem e semelhança dele: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança…” e “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou…” – Gênesis 1:26,28. Além do mais, no Salmo 139:13-17, Davi fala que fomos tecidos por Deus no ventre da nossa mãe. Então, ainda que as ações humanas tenham sido totalmente erradas e cruéis, o Senhor se encarregou de cuidar do seu desenvolvimento durante a gestação e manterá tais cuidados para sempre, tratando suas feridas e o tornando vencedor e feliz.   

          Veja ainda: “Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não conhece a ele. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos” – 1 João 3:1,2.

          Portanto, mesmo que tenha sido gerado em uma relação sexual contrária à forma estabelecida por Deus, ele pode transformar todo mal em bem, abençoando grandemente você, para que também seja um abençoador.

          Conforme já vimos, José sofreu várias injustiças. Mas ele entendeu que o Senhor tinha muito mais para lhe oferecer do que as pessoas para tirar dele. Então, após a morte de Israel, o pai dele, os irmãos ficaram morrendo de medo, pensando que ele se vingaria do mal sofrido. Entretanto, da boca desse homem valoroso saiu a seguinte declaração: “Vós bem intentastes mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar em vida a um povo grande

 – Gênesis 50:20.

          Observe que ele não ignorou o mal sofrido, nem foi hipócrita para com os irmãos dizendo que não tinha sido nada. Ele sofreu muito por causa da crueldade dos irmãos. Porém, por ter se mantido íntegro e fiel ao Senhor, ele pôde enxergar que Deus havia transformado todo aquele mal em bem.

          Por certo, essa grandeza espiritual foi um dos motivos pelos quais o Senhor viu nele muito mais do que um pobre sonhador, um rejeitado pelos irmãos ou um escravo: o Onisciente Deus viu nele o governador de todo o Egito e uma pessoa que tipificava Cristo, que preserva a vida de seus filhos. Sendo assim, alguém que não poderia ficar de fora da Galeria dos Heróis da Fé.

          Logo, independentemente de sua origem, situação ou condição atual e/ou da visão dos outros, Deus está vendo em você um pai ou uma mãe, um cônjuge, um profissional e um servo melhores. Enfim, uma pessoa de grande valor. Mas você também precisa se ver assim, para usufruir as copiosas bênçãos reservadas para sua vida e ser um abençoador também – Gênesis 12:2.

          Neste ponto, não poderia deixar de falar daquele que é a razão da nossa vida: Jesus, “…porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração” – Atos 17:28.

          Para muitos, inclusive para seus irmãos de sangue, ele era apenas o filho de Maria e José ou um impostor. Veja: “Chegando à sua cidade, começou a ensinar o povo na sinagoga. Todos ficaram admirados e perguntavam: ‘De onde lhe vêm esta sabedoria e estes poderes miraculosos? Não é este o filho do carpinteiro? O nome de sua mãe não é Maria, e não são seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? Não estão conosco todas as suas irmãs? De onde, pois, ele obteve todas essas coisas?’ E ficavam escandalizados por causa dele. Mas Jesus lhes disse: ‘Só em sua própria terra e em sua própria casa é que um profeta não tem honra’.  E não realizou muitos milagres ali, por causa da incredulidade deles” – Mateus 13:54-58.

          Por outro lado, para quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir, o Senhor Jesus é o Emanuel, ou seja, Deus conosco (Isaías 7:14; Mateus 1:23). Além disso, Ele é o que está escrito em Lucas 2:11: “Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador que é Cristo, o Senhor”.

          Para finalizar este artigo, quero retomar alguns pontos cruciais.

─ Primeiro: esteja certo de que o Onipotente Deus tem muito mais para oferecer a você, especialmente seu amor e salvação eterna.

─ Segundo: em sua onisciência, o Altíssimo vê além daquilo que os olhos humanos veem. Ele enxerga o seu coração ou a sua essência, não somente o seu exterior.

─ Terceiro: “Ele levanta do pó o necessitado e ergue do lixo o pobre, para fazê-los sentar-se com príncipes, com os príncipes do seu povo”, isto é, o Senhor transporta a pessoa de uma situação humilhante para um lugar de honra – Salmos 113:7,8.

─ Quarto: José estava escravo, mas não fora criado para ser escravo. Portanto, mantenha-se íntegro e fiel, pois, tanto em relação às coisas terrenas quanto às espirituais você nasceu para ser livre e vencedor.

─ Quinto: reconheça Deus em todos os teus caminhos (Provérbios 3:6) e, como disse Jesus, creia que “a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” – João 17:3.

─ Sexto: nada que você conquistar tem mais valor do que sua salvação. Como disse Jesus: “Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” – Marcos 8:36.

          Portanto, descubra seu potencial e sua capacidade para realizar seus sonhos. Todavia, invista principalmente em seu relacionamento com o Senhor e em sua salvação, pois somente assim sua vida realmente terá significado, sentido e propósito. Também não se esqueça de que não são seus erros do passado ou suas limitações que definem que você é. O que define é a sua identidade original, onde se pode ler: Filho do Deus Altíssimo, porque “a todos quantos o receberam [Jesus] deu-lhes o poder/direito de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” – João 1:12-13

         Sugestão: Documentário Mostra-me o Pai

https://www.youtube.com/watch?v=s5ZMWUL3nso

Sugestão de louvor:

https://www.youtube.com/watch?v=s5ZMWUL3nso

 

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Encontro transformador

“E disse-lhe Jesus: Hoje, veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão.” (Lucas 19:9)

A maioria das pessoas tem vontade de ver e estar com quem consideram importante. Em tempos de tecnologia avançada e redes sociais, muitos não apenas querem ver, mas também fazer selfies para postar ou compartilhar com seus amigos. Talvez (apenas talvez) alguns desses indivíduos não estão nem aí para os famosos; apenas querem ostentar e ser admirados.

      Por outro lado, há aqueles que realmente querem conhecer aqueles que admiram e estar com eles, mesmo que seja por alguns instantes. Também existem indivíduos que, além de estarem por um momento com seus influenciadores ou referenciais, desejam ouvi-los e aprender com eles, uma vez que os consideram importantes, sábios e agregadores de coisas relevantes à sua vida.

      Quando olhamos para os Evangelhos, vemos que Jesus sempre estava cercado por uma multidão, a qual almejava ouvir seus ensinamentos ou receber uma bênção. Outros apenas tinham a curiosidade de saber quem era aquele homem que estava agitando cidades e vilarejos com seu jeito diferente de ensinar. Também havia pessoas que queriam vê-lo e ouvi-lo somente para criticá-lo ou pegá-lo em alguma contradição, como era o caso de muitos saduceus e fariseus. 

      Dentre essas pessoas, havia um homem chamado Zaqueu*, cuja história está registrada em Lucas 19:1 ao 10. Quem sabe, você já ouviu a história dele muitas vezes (ou pelo menos uma). Ele era um dos que queriam ver Jesus. No entanto, se você não escutou nada sobre ele ainda, passará a conhecê-lo hoje.

      Já ministrei sobre Zaqueu diversas vezes e escrevei um artigo chamado “Ver ou conhecer Jesus”, o qual também está no blog. Ainda assim, gostaria de refletir uma vez mais a respeito da história desse homem, o qual era chefe dos publicanos cobradores de impostos, mesmo sendo judeu.

      Para começar, gostaria de perguntar a você: Por que, mesmo sendo judeu, esse homem se tornou cobrador de impostos para os romanos, os quais eram opressores de seu povo? E mais: Por que passou a ser o chefe deles? Você já pensou sobre isso ou ouviu alguém fazer suposições a respeito dos motivos dele?

      Às vezes, digo que as pessoas são as mesmas em todos os tempos e lugares. Com isso, quero dizer que apresentam os mesmos defeitos e qualidades, medos, sonhos, ambições e necessidades. Inclusive emocionais e espirituais. Evidentemente, há algumas variações de acordo com a época e a cultura, mas a essência disso tudo é a mesma ou, no mínimo, bastante semelhante.  Por isso, farei algumas conjecturas, ou seja, suposições ou hipóteses sobre as razões dessa decisão.

      Talvez Zaqueu visse que se aliar aos romanos era uma forma de fugir da opressão a que seu povo tinha sido submetido. Assim, ele teria mais liberdade e proteção que seus irmãos judeus. Ou seja: ele gozaria de certos privilégios e regalias que os demais compatriotas não possuíam.

      Quem sabe, ele tinha a ambição de ser rico e poderoso. Então, para conseguir seus objetivos estava disposto a trair seu povo e até sua consciência. Afinal, era preciso fazer toda e qualquer coisa necessária para conquistar o sucesso, a fama, a felicidade; enfim, o prazer da realização de seus sonhos.

      Outra possibilidade é que ele tivesse um enorme vazio interior e pensasse que sua existência não fazia nenhum sentido. Então, para mudar o status quo, isto é, o estado atual em que se encontrava, era necessário fazer algo que desse significado à sua vida vazia e, consequentemente, uma razão para se levantar a cada novo raiar do sol. 

      Também é possível que ele realmente fosse um grande materialista e mau caráter. Por isso, não se importava com seu povo, com seus pais, com sua família, com ninguém. Logo, para enriquecer e ocupar seu espaço na sociedade, deixou seu egoísmo, ganância e seu extremo individualismo falarem mais alto, pensando: “Que sofra nas mãos dos romanos quem quiser sofrer. Eu, porém, vou tirar proveito dessa situação. Como diz o ditado, se me deram um limão vou fazer uma limonada”.

      Há, ainda, a possibilidade de ele ter sido vítima de bullying durante toda sua vida por causa da sua pequena estatura. Então, a única forma de se autoafirmar e impor respeito seria se tornar rico, influente e poderoso. E, para isso, o caminho mais curto era se tornando um cobrador de impostos e, posteriormente, chefe dos cobradores. Ele desejava crescer profissionalmente!

       Evidentemente, são apenas suposições, não afirmações. A única certeza é que ele queria ver quem era Jesus – Lucas 19: 1 ao 3. Desse modo, quando soube que o Mestre estava entrando em Jericó, sua cidade, decidiu ver quem era aquele homem que estava quebrando paradigmas e mudando a história de tantas pessoas. Entretanto, existia um problema: ele era de pequena estatura e havia uma multidão cercando o Mestre – Lucas 19: 3.

      Embora estivesse diante de um grande problema, em vez de desistir ou de tentar passar pelo meio das pessoas, Zaqueu bolou uma estratégia interessante: encontrar um lugar com visão privilegiada, ou seja, sem obstáculos que o atrapalhassem. Então saiu correndo e subiu numa árvore – Lucas 19:4. E, segundo o texto, o Senhor ia passar por aquele lugar. Talvez, fosse o único acesso à cidade.

      Para uma pessoa comum, digamos que era algo normal, ou quase. (Hoje, existem pessoas que também sobem em árvores, casas e lajes para assistir a algum evento.) Contudo, para uma pessoa importante ou alguém que exercia autoridade, correr e subir numa árvore não era adequado na cultura da época e o tornaria uma figura risível, ou melhor, que causa ou que provoca riso; ridícula, grotesca, cômica.

      Provavelmente, ao verem aquela cena, muitos começaram a apontar o dedo e a zombar dele. Todavia, ele não se incomodou com isso. Quebrou o protocolo e foi em busca da realização de seu sonho: ver Jesus. Por certo, existia alguma coisa em seu coração que o impulsionava a fazer o que fez, mesmo parecendo ridículo aos olhos das pessoas.  

      Mal sabia Zaqueu que a partir daquele dia sua vida não seria mais a mesma. Pelo que se lê no texto, a expectativa dele era apenas ver o Senhor. Porém, Cristo tinha muito mais a lhe oferecer. Veja: “E, quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque, hoje, me convém pousar em tua casa” – Lucas 19:5.

      Nesse ponto, cabe uma observação: Muitas vezes, nossas expectativas em relação ao Senhor são muito pequenas e se resumem a coisas terrenas e materiais ou a um conhecimento teórico, distante da experiência pessoal com o Senhor. Contudo, ele sempre tem algo maior e mais profundo do que pensamos ou pedimos. Observe: “Àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós…” – Efésios 3:20. 

      Com esse homem não foi diferente. Por certo, ele não imaginava que Jesus ia dar-lhe uma atenção especial. Afinal, o Mestre estava cercado por uma multidão e era uma pessoa muito ocupada. Ademais, Zaqueu era um traidor do povo judeu. Entretanto, Cristo sempre para diante de um coração disposto a conhecê-lo e ouvi-lo. E foi o que aconteceu. Como diz o salmista: “… a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” – Salmos 51:17.

      O Senhor parou, olhou para cima e lhe falou: “Zaqueu, desce depressa, porque, hoje, me convém pousar em tua casa” – Lucas 19:5. O Mestre não riu dele nem reprovou sua atitude. Não questionou por que fizera aquilo. Apenas o acolheu por saber que aquele homem passara por cima de sua posição social e de seu orgulho próprio porque havia uma sede e uma fome em seu interior as quais precisavam ser saciadas urgentemente. Por isso, disse: “… desce depressa”.  

      Mas não parou aí. Ele também declarou: “… porque, hoje, me convém pousar em tua casa”. Ao dizer “porque”, o Senhor mostra que havia uma razão muito especial para a pressa. O Senhor queria dar algo muito maior do que aquele homem imaginara ou imaginava, por saber que por traz daquela máscara existia uma pessoa como outra qualquer, isto é, com medos, sonhos, carências, dúvidas, fraquezas, incompletude. Enfim, com um vazio interior imenso, com necessidade de salvação e ressignificação da sua existência.

      As palavras de Jesus certamente calaram profundamente no coração de Zaqueu. E, naquele momento, ele entendeu que de fato estava diante do Messias. Por esse motivo, desceu depressa e recebeu gostoso o Senhor. Na Nova Versão internacional, diz que ele o recebeu com júbilo – Lucas 19:6. Isso pode significar que esse homem abraçou Cristo fortemente e pulou de tenta alegria (Talvez tenha até dançado.).

      Sem dúvida, Zaqueu era odiado por muitos dos seus irmãos judeus, discriminado e acusado de traição. E, dentro daquele contexto, isso era justo. Todavia, tais pessoas não compreendiam que elas também não eram perfeitas e tinham basicamente as mesmas necessidades, sobretudo a de libertação mental, espiritual e de salvação da sua alma. (Só para deixar registrado: Todos nós temos também.)

      Quando seus compatriotas viram e ouviram Jesus dizendo que ia pousar na casa daquele traidor, criticaram o Senhor – Lucas 19:7. É sempre assim. Todos nós temos dificuldade de compreender e aceitar que pessoas consideradas más ou grandes pecadoras tenham as mesmas oportunidades e a atenção de Deus que as boas têm. Isso, infelizmente, é natural. É humano.

      Não quero, porém, que você entenda ou suponha que Jesus aceita tudo o que fazemos. Jamais. O Senhor aceita todas as pessoas, mas lhes diz o mesmo que falou à mulher que fora pega em adultério e levada a ele: “Agora vá e abandone sua vida de pecado” – João 8:11. E o que é pecado? Tudo aquilo que o Senhor diz que é. Basta lermos as Escrituras com humildade e temor reverente que entenderemos perfeitamente.

      Portanto, se Zaqueu fazia coisas erradas, não há dúvida de que Jesus ordenou que ele abandonasse o pecado e vivesse retamente diante de Deus. Isso também se aplica a cada um de nós, pois, da mesma maneira, precisamos fazer aquilo que é justo e reto aos olhos de Deus, como fizeram muitos reis e outros servos de Deus. Por exemplo: Enoque (Gênesis 5:22,24), Noé (Gênesis 6:8,9), Jó (Jó 1º:1), Simeão e Ana (Lucas 2:25 ao 38).

      O rei Ezequias foi mais um exemplo disso: “E assim fez Ezequias em todo o Judá; e fez o que era bom, e reto, e verdadeiro perante o Senhor, seu Deus. E em toda obra que começou no serviço da Casa de Deus, e na lei, e nos mandamentos, para buscar a seu Deus, com todo o seu coração o fez e prosperou” – 2 Crônicas 31:20,21.   

      Além do que já foi dito, Cristo demonstrou que queria ter comunhão com Zaqueu. Afinal, pousar na casa de alguém requer confiança e amizade de quem vai hospedar e do hóspede. Principalmente do anfitrião. Mas ia muito além de comer uma refeição e de uma simples noite de sono. Havia um propósito nobre da parte do Senhor.

      E qual era? Levar salvação àquela família. Não era apenas a esse homem. O Cristo de Deus desejava salvar todos os presentes naquela casa. Leia: “Hoje, veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” – Lucas 19:9,10.  

      No versículo 8, lemos o seguinte: “E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens…”.

     Observe que o encontro de Zaqueu com Cristo foi tão impactante que esse homem teve seu coração transformado e preenchido imediatamente. Aquele vazio não existia mais. Logo, os bens materiais já não eram seu ídolo. Ele encontrara alguém (Jesus) e algo (paz de espírito e sentido para sua vida) que eram muito mais valiosos que status, dinheiro e poder.  Por isso, o desejo de ter foi substituído pelo de socorrer os necessitados.

       Além disso, Zaqueu fez outra declaração publicamente: “… e, se em alguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado”. Note que o texto não diz que ele de fato havia defraudado, ou melhor, desapossado (alguém) de (algo) com dolo; espoliado, fraudado. Ao falar “se”, ele está fazendo somente uma suposição ou falando de possibilidade, não de certeza da existência de uma ação desonesta.

       Ainda que muitos cobradores de impostos fossem desonestos, não se pode afirmar que todos eram. Em qualquer profissão ou ocupação, há pessoas íntegras e outras, desonestas. Portanto, é injusto e temerário afirmar que ele tinha usado da sua posição para enriquecer ilicitamente às custas das pessoas.  

      Como seu encontro com o Senhor foi tão impactante e sua mudança ou conversão autêntica, Zaqueu não queria que ficasse nenhuma nódoa ou mancha que servisse de munição para aqueles que o odiavam e não criam em sua transformação, nem que o maligno tivesse algo do qual acusá-lo diante de Deus.

      Também não queria que houvesse nada que atrapalhasse sua comunhão com Cristo. Assim, pode-se dizer que esse homem entendera a seguinte mensagem: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” – 2 Coríntios 5:17.

      Pelo texto acima, entendemos que se realmente entregamos nossa vida a Cristo para que ele seja nosso Senhor e Salvador, é preciso abandonar as práticas anteriores que estavam erradas aos olhos de Deus. Isso significa a ocorrência de mudanças substanciais não apenas em nossa forma de crer, mas também de viver.

      Caso alguém diga que entregou sua vida ao Senhor, mas continua com os mesmos hábitos e práticas contrários aos ensinamentos bíblicos, é necessário e urgente que faça uma autoavaliação, tomando como referência os ensinos das Escrituras Sagradas. Só assim sua conversão será genuína e autenticada pelo Senhor. Veja: “Aquele que diz que está nele também deve andar como ele andou” – 1 João 2:6.  

      Há ainda outras coisas que considero importantes destacar. Uma delas é que o propósito da vinda de Jesus foi trazer salvação às famílias. Se ele disse: “Hoje, veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão.”, entende-se que existe necessidade de salvação. Logo, não podemos ignorar essa declaração do Senhor.

      Evidentemente, a salvação é individual: “A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele” – Ezequiel 18:20.

      Cada um responde por si mesmo diante de Deus: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” – 2 Coríntios 5:10. Entretanto, a família sempre esteve no coração do Senhor e foi por essa razão ele a instituiu. Portanto, certamente, ele anseia por receber no céu cada uma delas, dizendo: “Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo” – Mateus 25:34.   

      Além disso, preciso mencionar que muitas pessoas também tentam preencher o vazio que há em seu coração com bens materiais, fama, sucesso, aplausos, formação acadêmica; por isso, estudam o tempo todo. Tais indivíduos terminam um curso e imediatamente começam outro (Estudar é muito bom, mas, infelizmente, jamais preencherão com diplomas o espaço de seu coração que tem o formato de Deus.).

      Há pessoas que tentam preencher seu coração com relacionamentos diversos ou com relações sexuais com muitos parceiros ou parceiras. Mas, como já ouvi muitos declararem, após ato sexual sentiam nojo da pessoa com quem se relacionaram e de si mesmas.

      Para piorar, o vazio em seu interior se tornava cada vez maior. Então buscavam satisfação em outras coisas, tais como: viagens, drogas lícitas e ilícitas, baladas comuns ou raves, aquisição de bens, roupas e calçados de marca. E nada. Porém, quando humildemente entregaram sua vida ao Senhor, passaram a ter paz de espírito e satisfação de tal maneira que não mais precisavam daquilo que viviam ou consumiam antes. Além do mais, sua existência passou ter sentido e propósito.   

      Também não posso deixar de destacar que, independentemente de quão pecador alguém seja, existe esperança, pois Cristo falou: “… o Filho do Homem {Jesus} veio buscar e salvar o que se havia perdido”. E mais: “… eu {Jesus} não vim para chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento – Mateus 9:13. Note que ele não disse que veio para aqueles que se consideram bons, mas para quem é pecador e está perdido. (Isso inclui eu e você!)

      Infelizmente, tenho que dizer que todos nós nos encaixamos nesta categoria: a dos pecadores e perdidos, porque “na verdade não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque – Eclesiastes 6:20. Mesmo aqueles que mencionei anteriormente (Enoque, Noé, Jó, Simeão e Ana não eram perfeitos). Somente Cristo nunca pecou, conforme afirmam as Escrituras – Hebreus 4:15.

      Paulo, o apóstolo, arremata, declarando: “Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” – Romanos 3:23 – e “o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor” – Romanos 6:23. Então NINGUÉM pode se julgar perfeito, inerrante ou infalível. Logo, todos nós precisamos de Cristo, do perdão divino e de salvação.   

      Portanto, ainda que eu não saiba o que está acontecendo com você neste momento, de uma coisa tenho certeza: O Senhor se importa com você e foi justamente por esse motivo e por VOCÊ que ele veio ao mundo, anunciou as boas-novas de salvação, morreu e ressuscitou. Ele quer dar a você paz interior e paz com Deus. Também quer dar sentido e propósito à sua existência. Então: Se hoje você ouvir a voz do Senhor (ou se ouviu através deste artigo), não endureça o seu coração – Hebreus 4:7. Faça como Zaqueu: receba a Jesus gostoso, ou seja, com júbilo. Certamente, esse encontro também será transformador.  

Para ouvir e orar:

Faz um milagre em mim – Regis Danese
 

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Palavras com que se escreve uma nova história

     “Desvenda os meus olhos, para que eu veja as maravilhas da tua lei.”               (Salmos 119:18 – ARC)

     Se eu lhe perguntasse quantas vezes leu ou ouviu palestras sobre a Parábola do filho pródigo, certamente você teria dificuldade para dizer a quantidade. No entanto, penso que foram muitas. Afinal, mesmo quem tem pouca familiaridade com as Escrituras Sagradas, conhece alguma coisa a respeito dessa narrativa.

     Desse modo, a princípio parece desnecessário escrever mais um artigo sobre essa história contada por Jesus. Porém, a Palavra de Deus é uma fonte inesgotável de água para o sedento e sempre existe algo para aprender com ela ou, pelo menos, relembrar. E entendo ser justamente por esse motivo que mais uma vez fui levado pelo Espírito Santo a ministrar sobre ela e, agora, a escrever a seu respeito.

     Quando olhamos para o início do capítulo 15 de Lucas, encontramos o seguinte registro: “E chegavam-se a ele todos os publicanos e pecadores para o ouvir. E os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles” – 15:1 e 2. Por causa dos comentários inconvenientes desses homens, o Senhor contou três parábolas: A ovelha perdida, A dracma perdida e O filho pródigo.

     A partir do versículo 11, o Mestre começa a contar essa história, dizendo: “Um certo homem tinha dois filhos. E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda” – Lucas 15:11,12.

     Pedir a herança antes da morte do pai era um grande desrespeito. Soava como se desejasse que ele morresse ou que já estivesse morto. Contudo, esse não é o único significado problemático por trás do pedido do jovem. Pedir sua parte antecipadamente era consequência da ingratidão que habitava sua alma. E o efeito disso não podia ser outro: ele não conseguia ver o que desfrutava estando na casa do pai: amor, proteção, segurança, suprimento para suas necessidades básicas e, sobretudo, a presença de seu genitor.

     A ingratidão sempre culmina com a insatisfação. Por isso, todas as coisas materiais ou imateriais recebidas ou não eram vistas ou não eram valorizadas. O simples fato de estar ali o sufocava e, talvez, o revoltava. Quem sabe, ele se sentia reprimido. Impossibilitado de fazer o que viesse à sua cabeça. De satisfazer todos os seus desejos carnais. Assim, para esse jovem, a casa do pai deixou de ser um lar e passou a ser uma prisão.

     O texto continua: “E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua e ali desperdiçou a sua fazenda, vivendo dissolutamente” – Lucas 15:13

     Uma coisa relevante é que aquele filho não saiu de casa logo após ter recebido a parte da herança que lhe cabia por direito, mas alguns dias depois.

     Essa informação é muito interessante e importante. Indica que ele teve tempo para refletir sobre o que fizera. Para se arrepender e se corrigir diante do pai. Talvez, ele tenha vivido um grande conflito interior. Quem sabe, a consciência o acusou e mostrou a necessidade de que pedisse perdão ao pai. Mas não o fez. Não deu ouvidos a ela e convenceu a si mesmo de que ir para longe do pai era o melhor a fazer.

     E se foi. Resoluto. Inconsequente. Com mil planos em sua cabeça, vislumbrando apenas os supostos benefícios resultantes da decisão tomada. Sem dúvida, se lhe passava na mente algum pensamento negativo, logo ele o afugentava bravamente. Afinal, ele era jovem. Dono da própria vida. Sabia o que estava fazendo. A seus próprios olhos, onipotente.

     Esse cenário é diferente do que vemos hoje? Penso que não. Quantas pessoas conhecidas abandonam a Casa do Pai por se sentirem desse jeito! Infelizmente, muitos de nós, em algum momento, desejamos fazer isso também. E, se não a deixamos fisicamente, o fazemos espiritualmente.

     Como diz a Bíblia em Atos 7:39, muitos hebreus que deixaram o Egito sob a liderança de Moisés, o libertador enviado pelo Senhor, voltaram para lá em seu coração (Atos 7:39). Da mesma maneira, voltamos ou nos voltamos para o mundo, deixando-nos enganar pela suposta liberdade que há fora da Casa do Pai e, como o jovem da parábola, tornamo-nos pródigos também.

     Ainda no versículo 13, somos informados de que esse rapaz foi para uma terra longínqua. Isso nos leva a entender que ele almejava romper completamente os laços com seu pai e com seu irmão. Não queria correr o risco de sofrer interferências indesejáveis ou indesejadas.

     No início, parece que tudo transcorreu como ele sonhara. Geralmente quem possui dinheiro consegue fazer muitos “amigos”. Ter os namorados ou as namoradas que desejar. Sexo à vontade. E muito mais… Mas, sempre que acaba o dinheiro, tais pessoas desaparecem, como num passe de mágica, pois a riqueza pode “comprar” momentos de atenção e prazer e supostas amizades. Todavia, jamais comprará amor verdadeiro ou amigos de fato.

     Em minha cidade natal, houve um jovem que ganhou milhões na loteria. Comprou uma fazenda, de porteira fechada – com todo o maquinário, toda a estrutura e o todo o gado que nela havia. Carro novo. Conquistou mulheres. Vivia cercado de “amigos”. Sentado num bar, pagava comida e bebida para todos. Entretanto, quando o dinheiro acabou, os supostos amigos e as moças que o bajulavam passaram a ignorá-lo. O choque de se ver sem todas as regalias compradas pelo dinheiro o deixou doente e, por fim, foi parar num hospital psiquiátrico. Quando recebeu alta, passou a ser “invisível”. Aqueles que antes se diziam seus amigos, agora fugiam dele, fingindo não o conhecer.     

     Por certo, ocorreu algo semelhante com a personagem dessa narrativa. No versículo 13, lemos que o moço desperdiçou todos os seus bens, vivendo irresponsavelmente. Para piorar, veio uma grande fome sobre aquela terra e ele começou a passar necessidade (v 14). O tempo de glória acabara.

     Com fome e sem o dinheiro da herança, o jovem busca trabalho para se sustentar e, desesperado, aceita um cargo que nenhum judeu jamais pensaria ocupar: cuidador de porcos.

      Segundo a lei do Antigo Testamento, porcos eram animais impuros, de maneira que aquele que tivesse contato com esses animais também se tornaria impuro. Portanto, a aceitação desse trabalho, demonstra a total degradação a que chegara esse rapaz.

      Por acaso, não acontece algo semelhante com muitos dos que abandonam a Casa do Pai? Ao chegarem espiritual e financeiramente ao “fundo do poço”, fazem coisas que antes eram inimagináveis, por serem impuras, imorais, degradantes ou humilhantes aos olhos de Deus. 

     Apesar de ter conseguido um trabalho, a história relata que o jovem continuava a passar fome, chegando a desejar a comida que era dada aos porcos, mas nem isso lhe davam – Lucas 15:15 e 16. Em outras palavras: naquele momento, ele estava sendo tratado como um ser inferior àqueles animais.

     Quando esse rapaz passa a ser tratado como inferior aos porcos, podemos dizer que, para a cultura da época, ele não tinha mais valor nenhum. Mas, surpreendentemente, este não foi o seu fim. Que bom!

     O início da grande reviravolta começa a acontecer quando entra em cena outra palavra: reconhecimento. No versículo 17, lemos: “E, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!”.

     Para entendermos melhor, preciso dizer que, quando escreve “caindo em si”, o autor quer dizer que o jovem reconheceu a situação em que estava e como havia errado com seu Pai. Num sentido comum ou corriqueiro, reconhecer significa tomar conhecimento, trazer à mente de novo, certificar-se. Mas vai além disso.Na prática, quer dizer: ter um novo conhecimento ou olhar com outros olhos para o mesmo objeto ou situação. E, ao fazer isso, a pessoa consegue enxergar aquilo que até então não lhe era visível.

     Agora, com seus olhos abertos, ele consegue fazer um julgamento correto da situação na qual se encontrava e uma comparação justa entre sua vida atual e a que tivera na Casa do Pai. Assim, o reconhecimento torna-se o pontapé inicial para a transformação da história desse rapaz.

     O arrependimento autêntico é o primeiro efeito causado pelo reconhecimento. O segundo, a humildade: “Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus trabalhadores/jornaleiros” – Lucas 15:18,19.

     Arrependimento verdadeiro sempre é acompanhado pela humildade. Sem ela, até pode haver remorso, vergonha de uma atitude tomada, mas nunca verdadeiro arrependimento. Sem a humildade, é possível que o jovem decidisse ir para uma terra ainda mais distante, para evitar que seu pai, irmão e conhecidos soubessem de sua situação degradante. Entretanto, sendo humilde, ele decide não fugir, mas voltar à Casa do Pai.  

     Seu arrependimento é tão verdadeiro e profundo que entende não mais merecer ser tratado como filho. Para o jovem, era mais prudente pedir que seu pai o aceitasse como um trabalhador diarista, sem compromisso formal, recebendo por dia trabalhado. De fato, ele havia compreendido a gravidade do que fizera. Mas o pai tinha outros planos para seu filho. Como Deus também tem para todos nós, pródigos, que decidimos voltar para Casa.

     No versículo 20, vemos que o jovem realmente volta para casa. Penso que houve um grande conflito interior, que aconteceu uma batalha entre o orgulho e a humildade. Suponho que o jovem temeu enfrentar o pai e que, muito provavelmente, pensou em desistir. Mas prosseguiu. Felizmente!

     Ainda nesse versículo, vemos que o pai avistou o filho ainda longe, correu até ele, e o beijou. Algo parece errado. Não era o filho quem devia correr em direção ao pai? Aliás, esse jovem deveria ter se prostrado aos pés do pai em sinal de arrependimento e humildade. Seria o mais lógico a fazer.

     Há muitas lições importantes nessa parte da história, para as quais devemos atentar. Uma delas é que quando decidimos voltar para a Casa do Pai, ele está à espera e ansioso por esse momento. Observe que o pai o avistou ao longe. Ora, isso dá a entender que esse homem estava olhando para a estrada a esperar o retorno do filho. Como o Pai Celestial também sempre aguarda, ansioso, o regresso de filhos pródigos que compreenderam que a Casa dele é o melhor lugar onde um filho pode estar.

     Outra lição é: o pai sabia que, ao voltar para casa, o filho demonstrava estar arrependido, tendo reconhecido os próprios erros. Por isso, o pai o recebe de braços abertos. Assim também Deus, quando nos vê no caminho de volta para casa, recebe-nos calorosamente, sem apontar para nós um dedo de acusação e/ou nos repreender pelas atitudes vergonhosas.

     Para aquele pai, assim como para nosso Pai Celestial, o arrependimento sincero era mais importante do que os erros cometidos. Como sinal disso, o pai pede a seus empregados que tragam para o filho: roupas novas (para cobrir uma possível nudez), restaurando sua dignidade; um anel (para restaurar seu status de filho e herdeiro) e sandálias, para que pudesse caminhar seguro, sem se ferir.

     Em seguida, aquele pai ordena que tragam o bezerro cevado, reservado para eventos especiais, para fazerem um churrasco e comemorar o retorno do filho – Lucas 15:23. Aquela era uma ocasião especialíssima. Logo, merecia uma festa. Isso lembra o que Jesus disse: “Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento” – Lucas 15:7.  

      A seguir, o pai justifica o motivo da celebração: “… porque este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado. E começaram a alegrar-se” – Lucas 15:23. Que maravilha! Agora aquele filho estava reintegrado à família! Ele certamente enfrentaria problemas em consequência de seus atos (como a rejeição do irmão). No entanto, ele venceria porque novamente estava na casa e na presença de seu pai e podia contar com ele para ajudá-lo.

     Para concluir, bastam apenas algumas considerações:

  • Ainda que sejamos ou ajamos como pródigos, o Pai Celestial sempre está de braços abertos para receber aqueles que reconhecem seus erros, arrependem-se sinceramente e retornam para Casa.
  • Ainda que o filho não entendesse o que significa graça (favor a quem não merece) e perdão, foi justamente o que o Pai, generosamente, lhe ofereceu. Você pode não entender profundamente também. Não importa. Mesmo sem compreender, é isso que o Senhor tem para lhe oferecer quando decidir voltar para a Casa Dele.
  • Você é mais importante do que seus erros. Por isso, Deus enviou Jesus para morrer em seu lugar: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” – João 3:16
  • Os erros sempre trazem consequências negativas, como aconteceu com Davi. Mas, estando na Casa do Pai, você receberá a ajuda necessária para vencer (Romanos 8:26).
  • Não existe dúvida de que depois do perdão e aceitação recebidos na Casa do Pai, aquele filho tornou-se grato por tudo.
  • Estando na casa do Pai, mesmo que não tenha tudo o que deseja ou pensa que merece, você tem o bem maior – a presença e o amor do Pai.
  • Não seja como muitos, que querem a parte da herança (as bênçãos), mas não querem o Pai e a presença dele.

     Compreendemos, dessa maneira, que não existe nada melhor para alguém do que estar e viver na Casa de Deus. Ainda que as propostas do mundo sejam tentadoras, certamente são apenas passageiras e ilusórias. Assim, a alegria e o prazer que geram não valem a pena. Milhões de pessoas já se iludiram com elas e, depois de muito sofrerem, compreenderam que estavam erradas e voltaram.

     Portanto, se esse for o seu caso, volte também. E, se você não saiu fisicamente, mas seu coração já está no mundo, ainda é tempo de refletir e de tomar a decisão de permanecer na Casa do Pai. Por fim, lembre-se de que seu reconhecimento, arrependimento, humildade gerarão graça, perdão, aceitação e acolhimento da parte do Pai Celestial. E é com elas que se escreve uma nova história de vida, de paz, vitória e felicidade verdadeira.

Para ouvir: Filho Pródigo – Voz da Verdade

 

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Um pai que nunca esquece

Pai e filho

“… contudo eu não me esquecerei de ti – diz o Senhor.” (Isaías 49:15b)

Como sabemos, no segundo domingo de agosto, comemora-se o Dia dos Pais. Entretanto, nem todos sabem que esse desejo de homenagear os pais nasceu no coração da norte-americana Sonora Louise Smart Dood, filha do veterano da guerra civil, John Bruce Dood, em 1909, a qual teve a ideia de celebrar esse dia ao ouvir um sermão dedicado às mães.

Além de admirar o pai, o objetivo de Sonora era homenageá-lo devido ao grande esforço que John tivera para criar os filhos sozinho, após o falecimento da esposa em 1898, quando dava a luz ao sexto filho. Assim, John criou o recém-nascido e seus outros cinco filhos sem ajuda de ninguém (https://br.guiainfantil.com/cultura/207-dias-e-feriados/438-o-dia-dos-pais.html).

A partir de então, passaram a existir homenagens em muitos países ao redor do mundo, mas em datas diferentes. Porém, o que mais importa é que, se essa homenagem realmente partir do coração dos filhos, não apenas em consequência de um apelo comercial, um mero costume ou por constrangimento, servirá para demonstrar o quanto o pai foi e é importante na formação pessoal de um indivíduo.

Infelizmente, sabemos que nem todos os pais são, de fato, uma boa referência para seus filhos. Ao contrário, muitos são um exemplo a não ser seguido. Afinal, agem como se houvesse ex-filhos e os abandonam à própria sorte ou são extremamente violentos, por exemplo. Não é à toa que hoje existem tantas pessoas emocionalmente comprometidas em consequência desse abandono e da orfandade afetiva. Lamentável.

Por outro lado, existem pais que são, indiscutivelmente, verdadeiros referenciais, os quais deixam um grande legado para seus filhos, levando-os a se tornarem cidadãos de bem aqui na terra e, por certo, também do céu. Com sua permissão, leitor, incluo o meu pai nessa categoria. Ele era um homem simples, de poucas palavras, trabalhador, honesto e, acima de tudo, um servo de Deus exemplar, o qual deixou gravados no coração de todos os filhos valores fundamentais e inegociáveis.

Todavia, apesar de ser tudo isso, ele não era perfeito. Como o seu certamente também não era ou não é. Como você também não é. Como eu também não sou. Contudo, meu desejo aqui é falar principalmente de alguém que sempre desejou se relacionar conosco como pai, mas não como qualquer outro que conhecemos.

Ele almeja ser o Pai. Aliás, sempre o desejou. Veja o que ele mesmo declara: “ Portanto, “saiam do meio deles e separem-se”, diz o Senhor. “Não toquem em coisas impuras, e eu os receberei” “e lhes serei Pai, e vocês serão meus filhos e minhas filhas”, diz o Senhor Todo-poderoso” – II Coríntios 6:17 e 18. Read the rest of this entry »

 

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Amado como Jesus

Deus me ama

Geralmente as crianças gostam de brincar com seus pais. Uma dessas brincadeiras é competir para ver quem ama mais o outro.  É até engraçado ver como são criativas na maneira de “medir” o tamanho desse amor.

Algumas delas chegam a declarar que esse sentimento pelos pais é maior que o mundo inteiro. Os pais, por sua vez, também dizem o mesmo. E, lógico, todos ficam muitos felizes. Afinal, quem não gosta de se sentir amado dessa forma?

Evidentemente, não é possível calcular a intensidade de um sentimento. Não existe um “amorômetro” para fazer a medição. No entanto, pode-se percebê-la e senti-la através de palavras, gestos e atitudes da pessoa que diz amar.

Não sei explicar por que, mas faz um bom tempo que sempre penso no quanto Deus nos ama. E, nessas ocasiões, sempre me vem à mente a fala de Jesus registrada em João 17:23: “Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste”.

Esse texto faz parte da oração de Cristo pelos discípulos. Veja a profundidade dele. O Senhor declara que o amor do Pai para conosco é igual ao do Pai para com ele. Isso gera em meu coração uma alegria sem medida. Ser amado por Deus dessa maneira é algo reconfortante e motivador, não é mesmo?

Mas há algo ainda melhor. Esse amor não está relacionado apenas à salvação eterna. Obviamente, seu objetivo principal e sua manifestação maior atingem seu ponto máximo no sacrifício de Jesus para nos salvar, como lemos em João 3:16: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”.

Entretanto, ele vai muito além, pois Deus sempre nos surpreende, manifestando-o em todas as áreas da nossa vida. Podemos perceber isso diariamente através da paz que ele permite haver em nosso coração, mesmo quando passamos por desertos, vales, tempestades e pelo fogo. Vemos ainda seu amor materializado como, por exemplo, pela provisão diária do alimento, da saúde, do trabalho, da família e de tantas outras maneiras.

Talvez você até me questione, dizendo que não tem visto essas coisas em sua vida. Então, eu o convido a fazer uma lista, escrita ou mesmo mentalmente, de tudo aquilo que um dia você considerou como bênção recebida de Deus. Se o fizer com atenção e sinceridade, não há dúvida de que vai se surpreender com o tamanho dela.

Sendo assim, quero convidá-lo a alegrar-se grandemente por ser amado de forma tão intensa e singular.  Lembre-se de que Jesus era o Unigênito Filho de Deus. Logo, alguém muito especial. Ao enviá-lo para morrer em nosso lugar, o Pai estava fazendo a mais bela declaração de amor que já foi feita neste mundo. Aproveite o momento para, também, agradecer ao Senhor por amar você do mesmo modo e com o mesmíssimo amor com que ama Jesus.

 

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Declaração de amor

 

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Quem nunca fez uma declaração de amor que atire a primeira pedra.

Seja olhando no olho da pessoa amada, através de cartas ou pegando carona numa música, penso que todas as pessoas normais já declararam seu amor a alguém.

Certa feita, falando sobre esse tema, o poeta português Fernando Pessoa disse: “Só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são ridículas”. Ainda bem que não sou ridículo!!!

Logicamente, eu não pegaria tão pesado como ele. No entanto, suponho que todo aquele que ama  almeja, de alguma maneira, declarar-se à pessoa amada. Afinal, quem não gosta de ouvir ou ler palavras sinceras de amor? Seja do cônjuge, dos filhos, dos pais ou de amigos, é sempre muito bom ser alvo de uma declaração dessa natureza. Parece que tais palavras agem em nosso ser como um eficiente remédio, o qual fortalece todas as áreas da nossa vida e nos dá disposição para prosseguirmos rumo à realização dos nossos sonhos.

Penso ser exatamente pelo que afirmei no parágrafo anterior que Deus decidiu fazer uma declaração de amor a Jesus. Conforme lemos em Mateus 3:13 ao 17, o Senhor foi até o rio Jordão para ser batizado por João Batista, para que se cumprisse toda a justiça divina. Assim que ele saiu da água, o Espírito de Deus desceu sobre ele e uma voz dos céus disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado“. Há outra versão que fala: “Este é meu Filho querido, que me dá muita alegria!”.

Que bela declaração de amor! Todavia, além da beleza dessas palavras, por certo existem razões bem definidas pelas quais Deus resolveu se declarar a Jesus, tendo como testemunhas todas as pessoas presentes naquele momento tão especial. E é justamente sobre elas que desejo conversar com você neste momento.

A primeira delas: O Pai tinha motivos para se declarar publicamente. Não há dúvida de que Deus o amava muito e ansiava pelo momento em que poderia compartilhar isso com seu povo. Isso revela haver entre os dois uma relação saudável e uma perfeita sintonia. E, sempre que existe isso, a pessoa tem prazer que outros saibam.

Em se tratando da nossa relação com Deus, também é preciso saber que somos amados com o mesmo amor com o qual o Altíssimo ama Jesus. Veja o que diz o Mestre em João 3:23: “Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste”. Que maravilha, não é mesmo?

A segunda: Jesus tinha uma importantíssima missão a cumprir: resgatar o ser humano, que estava escravizado por toda sorte de males, e reconciliá-lo com o Pai. Contudo, não seria nada fácil fazer isso. Ao contrário, depois do batismo, o Senhor iria para o deserto, onde começaria uma fase de testes, para ver se de fato ele estava apto para salvar a humanidade e reconduzi-la a Deus.

Deus sabia que era muito, mas muito importante mesmo que Cristo soubesse o quanto era amado. Como eu disse anteriormente, uma declaração sincera de amor fortalece e dá disposição para seguir em frente. O Senhor estava convicto da sua missão e também das dificuldades que enfrentaria. Aliás, ele precisava resistir a todas as tentações às quais seria submetido, pois somente assim estaria realmente apto para nos salvar. Portanto, precisava saber que era amado pelo Pai, porque isso o ajudaria a manter o foco e o ânimo.

Penso que saber que era tão amado foi uma das razões pelas quais o Senhor saiu-se vitorioso e fortalecido nessa prova de fogo. Sobre a consequência disso, o escritor aos hebreus declara: “Por essa razão era necessário que ele se tornasse semelhante a seus irmãos em todos os aspectos, para se tornar sumo sacerdote misericordioso e fiel com relação a Deus e fazer propiciação pelos pecados do povo. Porque, tendo em vista o que ele mesmo sofreu quando tentado, ele é capaz de socorrer aqueles que também estão sendo tentados” –Hebreus 2:17 e 18.

No entanto, é importante lembrar que Jesus só pode nos auxiliar porque ele foi tentado, porém não cedeu ao pecado, conforme lemos em Hebreus 4:15. Caso ele tivesse pecado, não teria autoridade para ajudar-nos a vencer as batalhas contra o maligno. Teria fracassado em sua missão e nós  estaríamos no mato sem cachorro, à mercê de todos os perigos e armadilhas que o mundo arma contra a nossa vida. Além disso, não teríamos sido reconciliados com o Pai – Romanos 5:11; II Coríntios 5:18. Logo, não haveria salvação para o ser humano.

Do mesmo modo acontece conosco hoje. Saber que somos extremamente amados pelo Senhor e que ele passou por todas as provas lá no deserto para nos compreender e socorrer no momento da nossa necessidade torna-nos mais fortalecidos e seguros. É, de fato, muito reconfortante ter a certeza de que também nos sairemos vitoriosos nas grandes e terríveis batalhas que enfrentarmos durante nossa peregrinação aqui na terra, pois o amor de Deus para conosco nos fortalece e encoraja a lutar.

A terceira: Penso que ter convicção do amor do Pai para com ele foi uma das razões pelas quais, no momento mais importante e difícil pelo qual passou lá no Getsêmani, antes de sua prisão,  Jesus pôde declarar: “Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim como tu queres” – Mateus 26:39. Sem dúvida, a certeza de ser amado deu-lhe lucidez e sabedoria para compreender que o Pai estava no controle. E, se Deus estava no comando, ele podia enfrentar a mais terrível e preciosa batalha da sua vida. E sair-se triunfante.

A quarta: Conosco também não acontece de modo diferente. Também precisaremos encarar muitos gigantes ao longo da vida. O mesmo ocorre com nossos entes queridos, sejam filhos, cônjuge, irmãos ou outros que nos são especiais. O pior é que não dá para fugirmos dessas batalhas, muitas das quais travadas dentro de nós mesmos, pois, não raramente, as maiores guerras acontecem na nossa mente. Quer tenhamos consciência disso ou não.

No entanto, existe uma supervitamina que nos fortalece e dá motivação para enfrentarmos os inimigos que se levantam contra nós: a certeza de que somos verdadeiramente amados por Deus e por  nossos entes queridos. Por esse motivo, não nos sentiremos sozinhos ou fracos e incapazes para derrotarmos tais adversários.

Ah, quero que saiba que quando falo desses inimigos com quem precisamos lutar não me refiro a pessoas, porém às adversidades e tentações pelas quais todos nós passamos. Vale lembrar que as Escrituras Sagradas ensinam assim em Efésios 6:12: “… a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais”.

Então jamais se esqueça de que nossa luta é contra as forças do mal que nos querem dominar e vencer. É lógico que muitas vezes pessoas são usadas para nos atingir. No entanto, como servos de Deus precisamos ter discernimento e sabedoria para não atirarmos flechas em alvos errados, isto é, em pessoas.

Quanto aos nossos filhos hoje, alguns dos maiores gigantes que precisam enfrentar, quando saem para o campo de guerra (o mundo), são as drogas, a prostituição, a violência, a inversão e perda de valores, a falta de temor a Deus, a incredulidade, o bombardeio da “infernet” com toda sorte de coisas que corrompem os bons costumes, a concorrência desleal desse mundo dominado pelo capitalismo selvagem, os medos, a depressão, a revolta e outros males tão destruidores quantos estes.

Vale lembrar ainda que, mesmo não havendo como fugir dessas batalhas, se eles souberem o quanto são amados por nós, pais, certamente se sentirão mais seguros e fortes para enfrentarem todos esses adversários e se saírem vencedores. Por isso, precisamos demonstrar-lhes, a cada dia, com palavras e, principalmente, com atitudes correspondentes às palavras declaradas, que os amamos, que são de fato importantes para nós e que podem contar conosco. Agindo assim, ajudaremos, e muito, na formação de pessoas de bom caráter, seguras, tementes a Deus e bem-sucedidas em seus empreendimentos. E, mesmo se forem derrotadas em algum momento da vida, como a fênix ressurgirão das cinzas.

 

 

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Pela fé

Pela fé

“Mas o justo viverá da fé…” (Hebreus 10:38)

     Vivemos dias em que as pessoas desistem facilmente das coisas, daquilo que se propõem a fazer e mesmo de outras pessoas. Parece-me que qualquer motivo, por mais banal que seja, é mais do que suficiente para jogarem tudo para o alto ou se tornarem amargas, revoltadas ou deprimidas. No entanto, o pior de tudo é que isso ocorre até em relação a Deus, por se  considerarem injustiçadas ou esquecidas por Ele.

Faz muitos dias que esse assunto tem saltando em minha mente repetidas vezes. E, ao refletir sobre ele, sempre saltita em meu coração Hebreus 11. Penso então que devo falar um pouco a respeito dele, analisando-o à luz da Bíblia, pois ela é um farol que alumia nosso caminho para enxergamos com nitidez aquilo que se nos apresenta diariamente e nos conduz às águas tranquilas e aos pastos verdejantes onde podemos saciar nossa alma e coração (Salmo 23:1 ao 3).

Mas… por que esse capítulo de Hebreus salta diante de mim? Por que ele fala de pessoas que venceram suas batalhas pela fé. Deus poderia, se quisesse, determinar que as coisas acontecessem em nossa vida como num passe de mágica ou ordenar que fossem registrados nas Escrituras apenas feitos heroicos das pessoas escolhidas para cumprirem uma tarefa. Entretanto, permitiu que também suas fraquezas e limitações entrassem para a História, para que entendamos ser possível vencermos as nossas lutas diárias. Isso me faz admirá-lo ainda mais e entender que também posso ser vencedor.

Diante do exposto, quero alimentar sua alma e coração com exemplos de pessoas que se tornaram mais que vencedoras (“Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou” – Romanos 8:37)  e entraram para a Galeria dos Heróis da Fé. Não por serem perfeitas, mas por tomarem a firme decisão de viverem pela fé no Senhor, a despeito de qualquer coisa.

O primeiro deles foi Noé (Hebreus 11:7). Pensa que foi fácil para ele? Certamente, não. Foram 120 anos enfrentando todas as adversidades e dificuldades advindas da decisão de obedecer a Deus. Por certo, tornou-se alvo da zombaria dos incrédulos da sua época. Penso que o maligno tenha tentado colocar dúvida em seu coração ou fazê-lo se distrair com futilidades. Porém ele conseguiu manter o foco, e venceu pela fé.

O segundo foi Abraão (Hebreus 11:8). Para ele cumprir o desígnio de Deus, era ainda mais complicado, pois já estava velho para se tornar pai e sua mulher também. Para piorar, ela era estéril. Deus lhes promete um filho e demora 25 anos para concretizar a promessa. Depois, pede que ele ofereça seu filho em sacrifício. Quanta complicação! Todavia, esse homem decidiu crer: “E não enfraquecendo na fé, não atentou para o seu próprio corpo já amortecido, pois era já de quase cem anos, nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara.  E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus,  estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer” – Romanos 4:19 ao 21. Já em Hebreus 11:18 diz que ele considerou que Deus era poderoso para até ressuscitar dos mortos Isaque. E ele também venceu pela fé. E mais: tornou-se o “Pai da fé” – Romanos 4:16.

O terceiro foi Isaque. Pela fé, ele abençoou Jacó e Esaú com respeito ao futuro deles – Hebreus 11:20. Que lindo! Pela fé, ele vislumbrou e profetizou bênçãos sobre seus filhos. Contudo também passou por grandes lutas. Mesmo assim, tornou-se um vencedor pela fé.

O quarto foi Jacó – Hebreus 11:21. Mesmo próximo da morte, abençoou cada um dos filhos de José e adorou a Deus apoiado na extremidade do seu bordão. Esse homem, embora tenha passado por duras provas, de ter corrido o risco de ser morto por seu irmão e de ter sido enganado por seu sogro, chegou ao fim de seus dias como vencedor por causa da sua fé.

O quinto foi José – Hebreus 11:22. Como sabemos, não era aceito por seus irmãos, pois o consideravam “o queridinho do papai”. Por causa disso, quase o mataram. Depois, venderam-no como escravo. Quando tudo parecia bem, tornou-se vítima da esposa do patrão. Foi parar na prisão injustamente. Parecia que seu destino era morrer na prisão. Mas Deus tinha outros planos para ele: torná-lo governador de todo o Egito, estando abaixo apenas do faraó. Além disso, ele sabia que seu povo iria para a Terra Prometida. Por isso, quis que seus ossos fossem levados embora desse país. Ele também venceu as batalhas da vida pela inabalável fé em Deus.

O sexto foi Moisés – Hebreus 11:23 ao 29. Permanecer vivo foi um milagre, já que o faraó dera ordem para matar todos os bebês hebreus. Pela fé, ele entendeu que sua boa vida no palácio não se comparava àquilo que o Pai preparara para o seu povo e saiu do Egito, não temendo a ira do rei, porque ficou firme como vendo o invisível e cumpriu o propósito para sua vida, vencendo os maiores desafios que se lhe apresentavam.

Além desses exemplos, existem muitos outros registrados nas Escrituras e fora dela ao longo da História do povo de Deus. Porém almejo mencionar apenas o de Cristo. Lembra que ele foi submetido a duríssimas provas, inclusive  à mais terrível morte, a qual era reservada aos piores bandidos? Contudo venceu todas elas, porque já vislumbrava o céu povoado por aqueles que haveriam de crer em seu evangelho. Dentre os quais estamos todos nós que o aceitamos pela fé.

Para finalizar, então, quero lembrá-lo de que todos eles passaram por grandes batalhas, e poderiam ter desistido, jogado tudo para o alto, se tornado pessoas amargas ou revoltadas com Deus. No entanto, tomaram a sábia decisão de cumprir à risca o desígnio do Senhor para sua vida e entraram para a História como mais que vencedores. Logo, com você e comigo não precisa ser diferente. Por isso, mesmo que passe por terríveis tempestades, não fuja de Deus; ao contrário, corra para os braços do Pai. Não desista facilmente. Vença pela fé suas batalhas, por mais assustadoras que sejam, e torne-se membro da Galeria dos heróis da fé, pois você não foi esquecido por Deus, conforme lemos em Isaías 49:15 e 16 a.

 

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Andar com Deus

Enoque andava com Deus

Recentemente, eu disse à minha esposa que existem, na Bíblia, algumas declarações sobre homens e mulheres de Deus, as quais sempre me vêm à mente. Elas possuem um grande significado espiritual não apenas para eles, mas também para cada um dos que querem estar em comunhão com o Senhor e no centro da Sua vontade.  E, por considerá-las relevantes, almejo compartilhá-las com vocês. Mas, como são várias, agora falarei sobre apenas uma.

A primeira delas diz respeito a Enoque. Há poucos registros sobre esse homem, por isso não sabemos exatamente o que ele fez que tanto agradasse a Deus. No entanto, independentemente de sabermos ou de deixarmos de saber, em Gênesis 5:22 diz: “E andou Enoque com Deus 300 anos…”. Já no versículo 24, lemos: “E andou Enoque com Deus; e já não foi encontrado, pois Deus para si o tomou”. Ou como declara a Nova Versão Internacional: “… pois Deus o havia arrebatado”.

Que palavra maravilhosa! Enoque fez uma sábia escolha. Provavelmente, muitos de seus contemporâneos optaram por andar sozinhos, seguindo seus próprios pensamentos, ouvindo seu coração (nem sempre tão sábio) e agindo de acordo com seus conceitos, muitas vezes equivocados, e preconceitos. Quem sabe tantos de seus familiares ou amigos decidiram ouvir orientações de pessoas sem nenhum temor ou compromisso com o Senhor e seguir a estrada da vida com elas. Entretanto esse homem decidiu andar com o Pai.  Como consequência de sua escolha, o Senhor o tomou para si.

Todavia, não se engane. Creio que não foi nada fácil nadar contra a correnteza. Estou certo de que muitos dos que se diziam seus amigos ou mesmo familiares quiseram convencê-lo de que estava perdendo tempo e sendo tolo por procurar viver com integridade e fidelidade a um Deus a quem nunca tinham visto.

Considerando que viveu 365 anos, talvez em sua juventude Enoque nadou a favor da correnteza, isto é, de acordo com os princípios do mundo como os demais de sua geração. Por isso, estava em paz com as pessoas, mas não com o Senhor. Contudo chegou o momento no qual ele entendeu seu desígnio e passou a nadar contra a correnteza, o que exigiu dele grande esforço e coragem.

Talvez, por toda a pressão sofrida, em algum momento ele tenha pensado que estava agindo como um tolo confiando em Deus. É possível que, por causa da sua fé, sofreu alguns prejuízos de ordem financeira ou relacional. Pode ser que perdeu grandes amigos ou que familiares se afastaram dele, deixando-o triste, chateado ou até magoado. Mas ele não desistiu. Não perdeu o foco. Ele prosseguiu marchando em direção a Deus com quem por certo tivera muitas e belas experiências.

Quem sabe sua história tenha alguma semelhança com a desse homem. Talvez, por professar sua fé no Senhor, pessoas importantes para você passaram a discriminá-lo, como aconteceu com minha família quando tomou a decisão de entregar sua vida a Cristo.

Talvez, justamente nesse momento da sua vida você tem questionado ou se questionado se realmente vale a pena servir ao Senhor, manter sua integridade, crer e manter sua fé em um Deus ao qual nunca viu. Mas, creia, tenho uma boa notícia para você: vale, sim, a pena seguir em frente. Há um avultado galardão para aqueles que seguem caminhando, mesmo que em vales, desertos ou montanhas, conforme nos diz o escritor aos Hebreus, capítulo 11:35: “Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão”.  Ou seja: existe grande ou exagerada recompensa.

Para finalizar, quero voltar a Enoque. Lembre que andar com Deus trouxe-lhe um excelente resultado: o Senhor o tomou para si. Certamente, havia milhares e milhares de pessoas em sua época. Entretanto só ele recebeu esse presente do Pai. Somente ele entrou para a História. No entanto, a melhor notícia que tenho para você é que o Senhor também quer tomá-lo para si. Portanto, mantenha sua fé, sua confiança e sua integridade a Deus. Não desista. Persista. Prossiga para o alvo, pois: “Nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas” (Filipenses 3:20 e 21).

 

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Bem-aventurados

sermão A palavra de Deus é maravilhosa.  Nela, sempre encontramos o alimento certo, do qual nossa alma precisa em todas as situações pelas quais passamos e também para nossa condição espiritual e emocional do momento que estamos vivendo. Por essa razão, sempre que posso, gosto de compartilhá-la oralmente ou através da escrita.

Justamente por esse motivo, almejo compartilhar com você algumas reflexões sobre o Sermão da Montanha, o qual, como é de seu conhecimento, foi proferido por Jesus e também é chamado de “As bem-aventuranças”. Desejo fazê-lo porque nos últimos dias senti de colocar vários dos versículos desse sermão para a leitura dos meus alunos e tenho entendido que o Espírito Santo quer falar conosco através desse belíssimo texto. Então, eu o convido a refletir comigo a respeito de algumas verdades sobre ele e contidas nele.

A primeira delas é que estamos vivendo dias de grande crise de integridade em todos os níveis e segmentos da sociedade. Infelizmente, até mesmo entre o povo de Deus essa crise pode ser percebida, pois, muitos dos que se dizem cristãos têm se deixado corromper. E, quando se trata de pessoas que nunca tiveram temor ao Senhor, a degradação moral pode ser multiplicada bastantes vezes.

Para tais pessoas, o que mais importa é levar vantagem, mesmo que precise passar por cima de tudo e de todos e do modo mais inescrupuloso possível. Para esses indivíduos, os valores morais, espirituais e a ética nada significam, uma vez que sua data de validade está vencida há muito tempo. O pior é que a consciência deles já está cauterizada. Desse modo, nem percebem o mar de lama no qual estão naufragando: “Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência (I Timóteo 4:2).

A segunda verdade é que, para quem deseja viver uma vida dentro dos parâmetros estabelecidos por Deus, o Mestre dos mestres trouxe orientações que permitirão manter sua integridade mesmo vivendo nesse mundo tão corrupto e corruptor. Como estou certo de que você anseia por viver dignamente diante de Deus e da sociedade, convido-o a navegar pelas águas profundas desse ensino do Senhor, registra-do em Mateus 5: 1 ao 11.

Antes de começar a falar especificamente sobre cada bem-aventurança, creio ser importante registrar o significado bíblico da palavra bem-aventurado: feliz; que tem a felicidade celestial; que desfruta da graça (favor) de Deus ou ainda que está no céu.

No versículo 3, o Mestre diz: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus”. Entendo que quando o Senhor declarou essa bem-aventurança, ele se referia às pessoas que têm um coração humilde. Basta lembrar que ele conhecia plenamente o ser humano e sabia do orgulho e da arrogância que habitavam o coração do homem da sua época, especialmente dos líderes religiosos, os quais faziam de tudo para se demonstrarem superiores e subestimaram até mesmo Cristo. Esqueceram-se de que “a humildade precede a honra” (Provérbios 15:33; 18:12).

Também hoje o homem não é diferente. É só olhar ao nosso redor que veremos indivíduos assim. A arrogância e o orgulho de tantos contemporâneos de Cristo  e dos nossos dias fizeram e ainda fazem descrer de Deus e supor que não têm necessidade de se arrependerem de seus pecados e de aceitarem Jesus como seu Senhor e Salvador pessoal. Também estes se acham superiores e acima do bem e do mal. Logo, segundo Cristo, estão fora do reino de Deus. A não ser que mudem de atitude, marcham a passos largos para a perdição eterna.

Na segunda bem-aventurança, o Senhor diz: “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados” (v 4). Obviamente, esse choro pode estar relacionado ou ser consequência de muitas coisas, tais como: enfermidades, problemas familiares ou conjugais, desemprego e tantos outros que afligem o ser humano. Entretanto, penso que esse choro dito pelo Mestre trata especialmente do sofrimento por que passam aqueles que decidem assumir sua fé em Cristo. No entanto, por experiência própria, entendo que, independentemente da razão das lágrimas derramadas, o Senhor as enxuga e nos conforta. Quantas vezes já tive as minhas enxugadas pelo meu Senhor e Mestre! Nas horas mais horrendas e difíceis pelas quais passei, ali estava ele com sua toalha e com seu magnífico amor.

É bom lembrar que, enquanto vivemos neste mundo, todos nós estamos sujeitos a passar por situações nas quais o choro é inevitável. Entretanto, haverá um tempo em que não choraremos mais, pois o sofrimento será banido definitivamente da nossa vida. Veja o que diz Jesus em Apocalipse 21:4: “E Deus limpará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque as primeiras coisas são passadas”.  Aleluia!!! E o melhor de tudo é que, neste tempo, estaremos diante do nosso Mestre e Senhor. Na terceira, ele declara: “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra” (v 5).  No mundo atual, praticamente inexiste mansidão. Por qualquer motivo, até mesmo o mais tolo ou banal, as pessoas perdem o controle e, como se diz popularmente, “descem do salto”, fazem e falam absurdos, ferindo  aqueles com quem convivem, especialmente seus entes queridos. Muitos se arrependem amargamente depois; porém, ou já é tarde demais ou não há mais conserto para os estragos feitos. Logo, como é possível ser feliz de fato, se magoamos nosso próximo? Por isso, é preciso que desenvolvamos o domínio próprio e peçamos sabedoria a Deus para sabermos agir com equilíbrio e com equidade para com todos, sobretudo para com nossos familiares e amigos.

Além disso, penso que os mansos aos quais o Mestre se refere são, também, aqueles que professam sua fé com inteligência espiritual, sem se alterar quando questionados a respeito dos fundamentos dela ou quando são zombados ou discriminados em consequência dela. Talvez seja por esse motivo que em algumas versões bíblicas está escrito humildes. Aliás, de que adiantaria professar uma fé que não é seguida por frutos que a confirmam? Certamente é por isso que a Bíblia diz que a mansidão é um fruto do Espírito Santo (Gálatas 5:22). Portanto, para ser manso de verdade ou humilde (nesse sentido), faz-se necessária a ação do Santo Espírito em nós. E, para tais pessoas, Jesus promete uma recompensa: herdarão a terra ou terá um lugar ao lado do Senhor.

No versículo 6, o Mestre declara: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos”. No mundo atual, o que mais vemos é injustiça e pessoas injustas. Hoje, ser justo ou correto é assumir o risco de ser tachado como tolo. Para todo lado que olharmos, veremos a injustiça predominando. Quando se trata do meio político e empresarial então, a coisa fica feia. Mas, se olharmos para nós ou para aqueles com quem convivemos, ficaremos pasmos ao percebermos quantas vezes somos injustos nas pequenas coisas ou sofremos com a injustiça de indivíduos bem próximos de nós. Parece que ela passou a fazer parte da Constituição Federal. Porém, para quem almeja ser realmente bem-aventurado, é preciso estar atento a suas ações, a fim de que não proceda desse modo tão terrível. E, caso passemos a ter consciência de que pisamos na bola com alguém, devemos pedir perdão ao Senhor e à pessoa, caso seja possível. E, ainda quando houver condições, recompensá-la para que possamos gozar da felicidade proveniente da graça de Deus para conosco.

Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” – declara Jesus no versículo 7. Mas o que é ser misericordioso? Read the rest of this entry »

 
 

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